06 novembro 2021

Ousadia, reverência e esperança no Entardecer, poemas de quarentena

 

Poesia, mesmo que no mundo atual seja tida como inútil, no mundo dos sonhos tem alto valor simbólico, uma fortuna para poucos.  Viver a poesia é viver o mundo. É se comunicar por meio dos sentidos com os acontecimentos que se passam ao nosso redor. A poesia dá voz a existência simultânea, aos tempos do tempo que ela invoca, evoca e provoca.

 

O cair da tarde, ser próximo da noite, assim é o entardecer. Para a quarentena, serenidade e mente plena. Tempo de recolhimento para viver de isolamento. E é nesse espaço de tempo que a poesia faz um bem a alma.

 


A Doutora em Educação e Contemporaneidade pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia, Fernanda Priscila Alves da Silva lança pela MouraSA, de Curitiba, o livro Poemas de Quarentena: Entardecer. São 58 poemas que “fala do cotidiano que é gerido pelas relações familiares, pelos afetos e pela diversidade. É também uma atitude de gratidão àqueles e àquelas que nos antecederam: nossos pais, mães, avós, avôs. Uma reverência aqueles que nos tomaram pelas mãos e nos ensinaram a trilhar nossos próprios caminhos. É também um convite aos nossos filhos e filhas a aprender que o caminho se faz caminhando, sempre, todos os dias, com ousadia, reverencia e esperança”.

 

Herança abre a obra: “Pelo canto do olho/a gente vê quem nos vê/através deste canto de olho/vemos quem nos continua...”. Um recado urgente: “É urgente e necessário que o mundo comece a acordar. É hora e não dá pra deixar para amanhã que nessa gentese levante e se cuide. Humanizar-se é revolucionário”.

 


Fala do tempo: O tempo parou por uma fração de segundos/e este tempo/foi longo/inteno/e restaurador”. Coração: “Coração incerto/ coração   errante / anseio! / temor!/noite passada tive sonhos medonhos”. Ancestralidade: “Uma ânsia/uma dor/o grito!/faltou ar!/opressão e silencia/resistência no  caminhar”. Entardecer: “Te vejo entre nós!/ao telefone/palavras que vão  e vem/ao entardecer, te vejo, Pai/tornando-se um pouco maais/afeto/amor/gratidão!”.

 

No poema Mistério ela olha seu interior, serena, com estranho  afetos, emudeço...”Aqui bem perto/e bem longe, ali, acolá,  tão  sedento/e tão farto/o mistério de mim”. Costura: “Costuro palavras/pra ver se suporto/a tristeza cinzenta/e o coração sem brilho//Costuro palavras/porque alinhavando a vida e o  tempo/compreendo os passos e compassos”. Em “Familia” ela lembra das memorias guardadas e cantigas narradas, lugares, prantos e desejos.  “Escuto nossas histórias/e me espanto com tantas surpresas/o inesperado em nós/as outras versões de nós”.

 

E nos Versos, o caos e o pranto: “Versos sem nexo/nexo  sem versos/poesia que cura e liberta/poesia da vida!!!”. E ainda em Versos: “Faço versos/busca de razão/clareza pra meus inversos/minha melhor canção”. Esses poemas soam como sopros ao  vento,   sopros-encontros, sopros vivencias, sopros de vida! É a sua segunda obra de esperança!

 

 

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