Poesia, mesmo que no mundo atual seja tida
como inútil, no mundo dos sonhos tem alto valor simbólico, uma fortuna para
poucos. Viver a poesia é viver o mundo.
É se comunicar por meio dos sentidos com os acontecimentos que se passam ao
nosso redor. A poesia dá voz a existência simultânea, aos tempos do tempo que
ela invoca, evoca e provoca.
O cair da tarde, ser próximo da noite,
assim é o entardecer. Para a quarentena, serenidade e mente plena. Tempo de
recolhimento para viver de isolamento. E é nesse espaço de tempo que a poesia
faz um bem a alma.
A Doutora em Educação e Contemporaneidade
pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade
do Estado da Bahia, Fernanda Priscila Alves da Silva lança pela MouraSA,
de Curitiba, o livro Poemas de Quarentena: Entardecer. São 58 poemas que
“fala do cotidiano que é gerido pelas relações familiares, pelos afetos e pela
diversidade. É também uma atitude de gratidão àqueles e àquelas que nos
antecederam: nossos pais, mães, avós, avôs. Uma reverência aqueles que nos tomaram
pelas mãos e nos ensinaram a trilhar nossos próprios caminhos. É também um
convite aos nossos filhos e filhas a aprender que o caminho se faz caminhando,
sempre, todos os dias, com ousadia, reverencia e esperança”.
Herança abre a obra: “Pelo canto do olho/a
gente vê quem nos vê/através deste canto de olho/vemos quem nos continua...”.
Um recado urgente: “É urgente e necessário que o mundo comece a acordar. É hora
e não dá pra deixar para amanhã que nessa gentese levante e se cuide.
Humanizar-se é revolucionário”.
Fala do tempo: O tempo parou por uma
fração de segundos/e este tempo/foi longo/inteno/e restaurador”. Coração: “Coração
incerto/ coração errante / anseio! / temor!/noite
passada tive sonhos medonhos”. Ancestralidade: “Uma ânsia/uma dor/o
grito!/faltou ar!/opressão e silencia/resistência no caminhar”. Entardecer: “Te vejo entre nós!/ao
telefone/palavras que vão e vem/ao
entardecer, te vejo, Pai/tornando-se um pouco maais/afeto/amor/gratidão!”.
No poema Mistério ela olha seu interior,
serena, com estranho afetos, emudeço...”Aqui
bem perto/e bem longe, ali, acolá,
tão sedento/e tão farto/o
mistério de mim”. Costura: “Costuro palavras/pra ver se suporto/a tristeza
cinzenta/e o coração sem brilho//Costuro palavras/porque alinhavando a vida e
o tempo/compreendo os passos e compassos”.
Em “Familia” ela lembra das memorias guardadas e cantigas narradas, lugares,
prantos e desejos. “Escuto nossas
histórias/e me espanto com tantas surpresas/o inesperado em nós/as outras
versões de nós”.
E nos Versos, o caos e o pranto: “Versos
sem nexo/nexo sem versos/poesia que cura
e liberta/poesia da vida!!!”. E ainda em Versos: “Faço versos/busca de
razão/clareza pra meus inversos/minha melhor canção”. Esses poemas soam como
sopros ao vento, sopros-encontros, sopros vivencias, sopros
de vida! É a sua segunda obra de esperança!
Nenhum comentário:
Postar um comentário