Poeta e dramaturgo é considerado o
fundador da poesia engajada na literatura brasileira. Castro Alves (1847 -
1871) faleceu no dia 6 de julho de 1871, há 150 anos. Seus versos anunciaram o
fim da escravidão e o início da República. Sua poesia assumiu duas facetas
distintas: a feição lírico-amorosa, distante da proposta dos poetas
ultrarromânticos por ser permeada por forte sensualidade, e a feição social e
humanitária, tendo anunciado em sua poesia a Abolição e a República,
ressaltando as mazelas da pátria ao denunciar a escravidão dos negros, a
opressão e a ignorância do povo brasileiro.
Por ter utilizado a literatura como
instrumento de denúncia, colocando-a a serviço de uma causa
político-ideológica, foi considerado o fundador da poesia engajada, caminhos
que outros poetas, como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar e Thiago de
Melo, trilharam posteriormente em nossa literatura brasileira. A principal
contribuição desse escritor para a literatura foi sua sensibilidade sem igual
ao compreender as dores e dificuldades pelas quais passavam os escravos no
Brasil.
Castro Alves presenciou de perto os
horrores do período da escravidão e fez versos de protesto que denunciavam os
maus tratos sofridos pelos escravos aqui no Brasil. Exatamente por esse motivo,
esse grande literato ficou muito conhecido como o “Poeta dos Escravos”. Além
das obras abordando a realidade escravocrata no Brasil, esse autor ofereceu
grandes contribuições literárias ao escrever versos lírico-amorosos. Castro
Alves é considerado como um dos poetas mais importantes na transição entre os
períodos do Romantismo e o Parnasianismo.
Ele foi o mais seminal dos poetas
românticos, um abolicionista, republicano e feminista. E numa época (meados do
século XIX) em que tais heresias poderiam levar ao cadafalso imperial.
Romântico, o poeta defendia em verso e prosa liberdade para homens e mulheres,
república, abolição e democracia.
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