18 agosto 2015

Árvore do Conhecimento (2)



Maturana e Varela mostram que a subjetividade (tanto quanto a objetividade), e a qualidade (tanto quanto a quantidade), são na verdade indispensáveis ao conhecimento e, portanto, à ciência.

Tudo isso nos permite perceber que o amor ou, se não quisermos usar uma palavra tão forte, a aceitação do outro junto a nós na convivência, é o fundamento biológico do fenômeno social.

Sem amor, sem aceitação do outro junto a nós, não há socialização, e sem ela não há humanidade. Qualquer coisa que destrua ou limite a aceitação do outro, desde a competição até a posse da verdade, passando pela certeza ideológica, destrói ou limita o acontecimento do fenômeno social.

Afirmamos que, no âmago das dificuldades do homem atual, está seu desconhecimento do conhecer. Não é o conhecimento, mas sim o conhecimento do conhecimento, que cria o comprometimento. Não é saber que a bomba mata e, sim, saber o que queremos fazer com ela que determina se a faremos explodir ou não.

O caminho da liberdade é a criação de circunstâncias que libertem no ser social seus profundos impulsos de solidariedade para com qualquer ser humano. Se pudéssemos recuperar para a sociedade humana a natural confiança das crianças nos adultos, essa seria a maior conquista da inteligência, operando no amor, jamais imaginada.

Em geral, ignoramos ou fingimos desconhecer isso, para evitar a responsabilidade que nos cabe em todos os nossos atos cotidianos, já que todos esses - sem exceção - contribuem para o mundo em que existimos e que validamos precisamente por meio deles, num processo que configura o nosso porvir. Cegos diante dessa transcendência de nossos atos, pretendemos que o mundo tenha um devir independente de nós, que justifique nossa irresponsabilidade por eles. Confundimos a imagem que buscamos projetar, o papel que representamos, com o ser que verdadeiramente construímos no nosso viver cotidiano.

No livro “A árvore do conhecimento”, Maturana e Varela consideram a vida como sendo um processo
contínuo de conhecimento, e como tal, é necessário a compreensão dos mecanismos que o ser humano se utiliza para conhecer o mundo. Para tanto, cada pessoa, de acordo com suas experiências e vivencias, busca explicar o mundo tal qual o conhece, o experimenta e o representa, gerando a partir disto as verdades de cada um, o que os autores chamam de tentação da certeza, a qual deve ser questionada e desconstruída.

A espécie humana já chegou ao espaço, mas o seu interior, a sua essência é desconhecida. Há um conhecimento submerso, por baixo da racionalidade.

Se utilizando da biologia, os autores procuram explicar os processos que regem o conhecimento, advogando que o fenômeno do conhecer e seus reflexos são resultantes da experiência cognitiva do ser humano, a qual provém da evolução da estrutura biológica. E toda experiência de certeza é um fenômeno individual, cego ao ato cognitivo dos outros seres humanos, em uma solidão que é transcendida somente no mundo criado com esses outros.

Por meio do processo de reflexão, no qual o ser humano se volta sobre si mesmo, é possível compreender a cegueira de cada um e reconhecer que as certezas e os conhecimentos dos outros são igualmente tênues e nebulosos.

Conhecer é ação efetiva: Toda reflexão, todo ato de conhecer produz um mundo, e é resumido pelo aforismo: todo fazer é conhecer e todo conhecer é fazer. E tudo que é dito, é dito por alguém.

A Globalização permite a todos que estejam conectados e se comuniquem mas as convenções da tradição baseadas no preconceito, ao desamor, a não aceitação do outro coloca barreiras nessa comunicação



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