11 junho 2015

Almandrade: Entre a Palavra e o Conceito



Um dos mais importantes autores de poemas visuais do Brasil, o baiano, Almandrade abre exposição na Roberto Alban Galeria no dia 18 de junho.


Entre a geometria e o conceito, entre a forma e a palavra, entre o rigor espacial e a poesia. Assim caminha a obra do artista plástico Antonio Luiz Morais de Andrade, o Almandrade, expoente baiano da arte conceitual e, hoje, um dos grandes nomes das artes visuais brasileiras, com uma produção respeitada nacional e intencionalmente. A partir do dia 18 de junho até o 19 de julho, parte representativa dessa produção poderá ser vista na Roberto Alban Galeria, selecionada pelo curador francês Marc Pottier, integrando a mostra “Entre a Palavra e o Conceito”.

“Esta exposição é um recorte do seu trabalho elaborado em mais de quatro décadas de utilização do objeto da arte para estimular o pensamento e provocar a reflexão segundo critérios fundamentados na racionalidade, na materialidade e, não por acaso, na economia de dados, sem deixar que conceitos sobreponham ao fazer artístico”, resume o curador da mostra, Marc Pottier, que atesta o trabalho de Almandrade como resultado de uma proposta “que sempre se diferenciou da arte produzida na Bahia”...”Se ele tem como origem a Bahia sua obra tem vocação internacional”..

Arquiteto de formação, mestre em Desenho Urbano, Almandrade identifica um momento internacional de reconhecimento e valorização da poesia visual, poema processo, arte conceitual e tendência construtiva realizada por artistas de diversos países ao longo da década de 1970, sendo o Brasil um destaque nesta área.

LEVEZA

Ao longo dos anos o trabalho de Almandrade vem se impondo como um lugar de reflexão, solitário e à margem do cenário cultural baiano. Desde seu abstracionismo geométrico e arte conceitual, até seu mergulho na poesia concreta e no poema/processo, o artista tem sua marca. E de lá para cá ele vem se tornando mais rigoroso da arte conceitual. Desenhos em preto-e-branco, objetos e projetos de instalações, essencialmente cerebrais, calcados num procedimento primoroso de tratar questões práticas e conceituais, marcam a produção deste artista na segunda metade da década de 70.

Nos anos 80 ele redescobre a cor e seus trabalhos ganham uma dimensão lúdica, sem perder a coerência e a capacidade de divertir com inteligência. Um poeta da arte e um artista da poesia. Seja na pintura ou escultura, a arte de Almandrade dialoga com certas referências da modernidades, reinventando novas leituras. Trabalha com o mínimo de elementos pictóricos, duas ou três cores, dois planos, duas ou três texturas, um traço, etc. e vemos uma pintura, um objeto e uma escultura. A simplicidade que predomina nas composições desperta a imaginação e o raciocínio. Ele traz uma poética do mínimo e da leveza.

O percurso dos séculos
espelha rugas
na geografia da pele

e atrai o silêncio
das notas musicais
os que vão nascer
não vão experimentar
o futuro
vão se render
ao presente.


Serviço
Mostra: Entre a Palavra e o Conceito/ Almandrade
Abertura: 18/06/2015, às 20 horas
Visitação: 19/06 a 18/09 de 2015 (segunda a sexta, 10h às 19h; sáb, 10h às 13h)
Local: Roberto Alban Galeria
Endereço: Rua Senta Pua, 53 Ondina Tel. 3243-3982/ 3326-5633



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