05 novembro 2010

Música & Poesia

Prosoema Pra Ocê Ará (Timbalada)


Eu não vivo a tomar banho no rio grande do norte

Nem a tomar banho no rio grande do sul

Porque

Só vou ao rio, de janeiro em janeiro!

Prá quê

Ficar com esse sabor acre das agonias brasileiras

Estrangeiras catastróficas universais?

Eletronizar a cabeça a ser jipe? O Colombya ja está

De volta à terra!


Eu sou como aqueles que ama zona!

Ama pácas!

Das histórias brasileiras,a própria história

Alagou-as

Ir para o mar....Ah!Nhão!

Mar tem boca de fome!

Eu sou como os matutos do norte do Rio Macuco da

minha terra:

Quando pescam à noite gritam de suas canoas:

"Tem piaui...?

Baixinho para o peixe não ouvir!

Quando pescam alguém doente na roça, botam na

Macapá! Chega

Na cidade:Quem manda a procissão parar? Pará?

Respondem ríspidos aos coronéis

E não tem mato grosso do norte nem do sul

Quem respeitem os facões-hora!Mas não são gulosos!

Fazer feito aqueles que comeram em pedaços o

Quadro de Goya, às pintor espanhol? Dizendo

A todo mundo que eram tabletes de chocolate

Chocolate conhecemos nós: Buerarema e itabuna,

Respectivamente princesa e rainha do cacau!

Eu juro por São Paulo, Santa Catarina e o

Divino Espírito Santo

Que não me interessa ser tão rico de possuir as

Minas Gerais!

Eu prefiro arriar este barco de idéias em qualquer

Porto Seguro

Acordar num belo horizonte ter nascido numa baía

E pensar mais sobre o povo porque dele eu nasci!

Eu conheço aquele buco-buco!

Se ficou faltando algum estado o meu está de graça!


Mas a culpa foi do território do Coronel

Fernando de Noronha

Que entrou nesse prosoema prá ocê ará!

Mar tem boca de fome!


Padecemos nós, Padre Cícero, Jesus Cristo, Lampião.

Padecemos nós, estudante e povo, Padre Cícero, Jesus Cristo, Lampião.


Pá!Quando resolvemos parar de padecer, nesse país de pândegas

Paralelos,

Paralelopípedos,

Verde e amarelo

Pé de cabra,

Pé de coelho,

Pé de saci,

Pé no chão.

Quando os eleitos viram a cara,

Viram o tempo.


Pé no chão!

E,a gente vai votar com a cara virada

Pensando que sabe de quase tudo ou de quase nada,

Pé no chão!

Para ser feliz,

Nesse imenso e belo país

Pé no chão!Pé no chão!Pé no chão!

Pé no chão!

Mar tem boca de fome!



Esquecimento (Florbela Espanca)


Esse de quem eu era e era meu,

Que foi um sonho e foi realidade,

Que me vestiu a alma de saudade,

Para sempre de mim desapareceu.


Tudo em redor então escureceu,

E foi longínqua toda a claridade!

Ceguei... tateio sombras... que ansiedade!

Apalpo cinzas porque tudo ardeu!


Descem em mim poentes de Novembro...

A sombra dos meus olhos, a escurecer...

Veste de roxo e negro os crisântemos...


E desse que era eu meu já me não lembro...

Ah! a doce agonia de esquecer

A lembrar doidamente o que esquecemos...!

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