03 setembro 2010

Mostra, palestra e oficinas comemoram 40 anos de humor:Lage (3)

De 01 de setembro a 03 de outubro na Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro. Tel. 3421-4200) será aberta a Mostra de charges, caricaturas, cartuns e tiras de Hélio Lage. A mostra é aberta de terça a domingo, das 09 às 18h,

curadoria de Nildão, produção cultural de Alice Lacerda, com o apoio da TV E e patrocínio da Caixa. Além da exposição, haverá palestra e debates no mesmo local. Dia 14, das 8:30 às 12h está programada uma oficina “A caricatura como forma de expressão artística”, apresentada por Paulo Setúbal. No mesmo dia pela tarde, das 14h às 16h, palestra de Nildão sobre “O Processo criativo do humor gráfico: o cartum.”. E das 16h às 18h, palestra sobre “Vida e obra de Hélio Lage” pelo professor Washington Filho.

Na quarta-feira, dia 15, das 8:30h às 12h, oficina sobre “Do desenho a animação: processo e técnicas” ministrada por José Vieira. Pela tare, das 14h às 16h, palestra sobre “Humor gráfico na Bahia: trajetória e perspectivas” por Gutemberg Cruz. E das 16h às 18h, palestra sobre “O papel do cartunista em um veículo de mídia”, por Cau Gomez. E para os aficcionados nos trabalhos de Lage, vale conferir o site:wwwheliolage.com.br.


QUADRINHOS - De 1976 a 1980, foi editor de arte da revista Viver Bahia, onde começou a fazer quadrinhos coloridos. Em 1981 assumiu a editoria de arte da revista Axé Bahia e publicou os quadrinhos da sensual Dora Mulata. Em 1984, no Jornal da Pituba, criou o quadrinho Pituboião, satirizando o dia-a-dia da comunidade. Mais tarde fez diversas ilustrações e cartuns para o jornal O Bocão, da Boca do Rio, bairro de Salvador. Em 1990 lançou a revista de humor e quadrinhos Pau de Sebo, deboche puro.


É bom lembrar que A Coisa foi uma das primeiras publicações de humor e quadrinhos que surgiu em Salvador, na década de 70, e começou em formato de jornal, como suplemento da Tribuna da Bahia. O seu editorial dizia:

“Esquecidos como profissionais sérios, confundidos muitas vezes com o seu trabalho que faz rir ou divertir, os desenhistas de humor e quadrinhos lutaram com dificuldade até serem reconhecidos como artistas importantes, ou mesmo artistas (…). A importância do humor e quadrinhos é indiscutível hoje em dia, pois nunca se discutiu tanto a respeito (…). Trata-se então de tomar consciência de nossa própria importância como profissionais e nos impor através da qualidade de nossos trabalhos. Consciente disso, foi que nós de A Coisa, lutamos e conseguimos reunir um grupo de pessoas interessadas que tem como meta principal uma maior valorização do autor brasileiro e em particular baiano. Acreditamos ter chegado em momento oportuno, procurando suprir a falta de uma publicação desse gênero entre nós. Pretendemos também divulgar e abrir novas perspectivas aos humoristas e desenhistas que ainda não tiveram oportunidade de publicar seus trabalhos”.


A Coisa durou de 1975 a 1976. Ainda em 1976, a equipe se mobilizou e lançou o tabloide Coisa Nostra, cujas 20 paginas incluíam reportagens, colunas de cinema, música e cartuns. O editorial do número um alertava: “Importante é que o riso não fique na boca. Ele tem que dar uma chegadinha na consciência”. Coisa Nostra só teve quatro números.


De 1985 a 1988 Lage produziu vídeo-charge (ou charge eletrônica) na TV Educativa. Foi o primeiro a trabalhar nessa área na Bahia. Participou de diversos salões de humor, sendo premiado nos da Mackenzie/SP, em 1971 e 1973. Participou ainda dos salões do Rio, Bahia, Piracicaba e Curitiba, entre outros. Em 1984 foi premiado no Salão de Humor em Stutgart, Alemanha.

DEMOLIDOR - Assim é o humor de Lage, maduro, essencial, demolidor. Seu traço falava para todo tipo de público, pois era carregado de expressividade. O talento do chargista conquistou um espaço excepcional num jornal que sempre escolheu a opinião pela noticia sem comentários. Antes de se debruçar sobre a prancheta, Lage, cercado de fatos por todos os lados, gastava uma hora diária com a leitura dos jornais locais e nacionais. Depois deixava o lápis correr sobre a folha de papel em branco. Mais uma hora e a charge saia finalizada em nanquim.

A importância do desenho humorístico na imprensa, seja como documento histórico, como fonte de informação social e política, como fenômeno estético e como forma de expressão artística e literária, é inegável. O humor gráfico exige de seu criador um mínimo de destreza de traço e um mínimo de julgamento estético. Exige muita síntese, tanto de traços, por causa do impacto visual que deve provocar, quanto de significado, que precisa ser necessariamente claro para que a mensagem passe a todos os leitores.

ATENÇÃO LEITORES: Quarta-feira, dia 08,estarei de volta para concluir essa trajetória de Lage.

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

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