12 junho 2006

Ninguém perde a chance de beijar


O beijo é um dos grandes prazeres da vida e ninguém perde a chance de beijar. Cada pessoa gosta de um tipo de carinho, mas uma coisa é certa: todo mundo gosta de beijo. Tocar com os lábios alguém, às vezes fazendo uma leve sucção, é o que chamam de beijo, essa é sua manifestação mais singela. Existem muitas variações sobre esse tema. Ingênuas, castas, libidinosas, sensuais, atrevidas, pouco importa. O importante é beijar, e nada como um beijo após o outro.

Para uns encurta a vida, outros acham que a prolonga. A verdade, segundo a pesquisadora francesa Martine Mourier, num beijo são acionados 17 músculos. E caso o beijo traga a volúpia da paixão, esse número sobe para 29, transmitindo 250 bactérias, nove miligramas de água, sete decigramas de albumina e mais uma gota de sais minerais, isso sem falar que os batimentos cardíacos podem duplicar de 75 para 150 pulsações por minuto. Para muitas sexólogas, a qualidade do beijo é fundamental para o sucesso de uma relação amorosa. As mulheres escolhem um bom parceiro sexual pela boca, pelo beijo. Pode-se contrair caxumba, tuberculose, herpes, sífilis, além de um duradouro caso de amor. Foi com um beijo que o príncipe fez viver Bela Adormecida. Walt Disney levou o beijo deles para o cinema e os dois estão em cartaz pelo menos há 60 anos, felizes para sempre.

Segundo o antropólogo inglês Desmond Morris, a origem do beijo estaria na amamentação e no hábito – encontrado ainda hoje em algumas tribos selvagens – de passar o alimento sólido, amolecido da boca da mãe para a do filho. Ao longo do tempo, o beijo ganhou muitos sentidos. Beijar é basicamente um ato de reafirmação na vida, na felicidade, é um símbolo de vitória. Mas, nem sempre é assim. Judas traiu Cristo com um beijo. Quando um mafioso beija outro é sinal de condenação. Beijo na lona é sinônimo de nocaute. E um beijo de língua pode iniciar uma relação em cadeia capaz de fazer explodir o mais doce e tímido dos amantes.

O beijo erótico, profundo, e suas carícias de língua, como conhecemos hoje, é fenômeno mais recente. Na Grécia Antiga, era dado aos escravos o direito de beijar o solo. À medida que ocupasse postos superiores na hierarquia social, podiam beijar joelhos, mão e peitos dos respectivos senhores. Hoje, tudo acontece ao contrário. O papa beija o solo de todos os países que visita e os cardeais beijam os pés dos mendigos. Uma das primeiras representações artísticas do beijo está nas esculturas e murais do templo de Khajuraho, na Índia, feitos há 4.500 anos. É também na Índia o mais completo tratado sexual do Oriente, Kama Sutra, do século IV, que dedica todo um capítulo à arte de beijar. No puritano cinema indiano, porém, é tudo diferente: o beijo só foi aparecer, tímido, no filme “A Casa e o Mundo”, de 1984, de Satyajit Ray.

Os esquimós se beijam com a ponta do nariz, numa forma de cumprimento. O olfato, nesses beijos, vale mais que o paladar, e os olhos bem abertos são uma preocupação indispensável para quem mora numa região tão inóspita. Para os povos primitivos, o beijo na face é justamente para conhecer o odor do outro. Pelo cheiro, identifica-se a tribo (inimiga ou não) do indivíduo. Pelas mesmas razões, os mongóis esfregam o nariz na testa ou no queixo do rosto alheio. Os japoneses também não têm o boca-a-boca entre os principais esportes da ilha. Quando a famosa escultura de Rodin, O Beijo foi exposta num museu de Tóquio, foi logo coberta para evitar escândalo.

Para os chineses, o pudor extremo se relaciona com o beijo na boca, considerado como fazendo parte do ato sexual e, portanto, impensável em público. Esta concepção do beijo deu origem a um longo mal-entendido. Ao chegarem à China os ocidentais concluíram falsamente que os chineses nunca se beijavam. Por sua vez os chineses, vendo as ocidentais beijarem homens em público, acharam que todas aquelas mulheres eram prostitutas.

Os russos se beijam na boca. Isso é expressão de poder, fé e cultura. Existem outros povos, no entanto,m que não beijam. Entre eles, andamanenses, vietnamistas, somalinos, cewas, serionos e os habitantes de Okinawa. Na Abissínia, atual Etiópia, os homens beijam o chão que a amada pisa. Os muçulmanos beijam a própria mão antes de tocar a testa da mulher. Na Ásia e em algumas tribos negras, o beijo consiste em cócegas na orelha direita. Antigamente, assim como outras práticas amorosas, o beijo foi muito censurado, e muitos casais mais avançados foram até presos por se beijarem em público. Hoje, as coisas mudaram e já se beija nas ruas, nas praças, nas praias em plena luz do dia.

O beijo geralmente é o termômetro do jogo amoroso, dependendo dele as coisas podem tomar um rumo ou outro. É muito difícil de saber o tipo de beijo ideal. Cada pessoa tem suas preferências particulares. Beijo é como impressão digital, cada um tem o seu.Uns gostam de beijos melados, outros, de beijos lambidos, outros mordiscados. Há os que preferem longos beijos cinematográficos e os que gostam de beijos curtos e breves. Há pessoas que adoram beijos roubados (os escondidos), outras, beijo impetuoso, beijo compromisso (beijou casou), beijo perigoso (com sabor de crime), beijo canibal (aquele que deixa marcas), o profundo (com intervenção da língua), o escandaloso (conforme padrão de cada época), apaixonado (de fechar os olhos e ver estrelas), além do beijo de cada país. No beijo à brasileira, nessa arte somos especialistas e temos uma série de tipos que vocês mesmo podem relembrar à vontade.

3 comentários:

Anônimo disse...

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