19 maio 2006

Música e Poesia

O Vento e o Tempo
(Almir Sater / Paulo Simões)

Por mais que tente
Não entendo
Todo mundo enlouquecendo
Quem é que está com a razão

E tanta gente ainda lendo
Velho e novo testamento
Sem compreender a lição

Verdade é voz que vem de dentro
E mata a sede dos sedentos
O pior entre os meus sentimentos
De mim foi levado enfim pelo tempo

Mais um milênio vem nascendo
De repente se perdendo
A melhor das ocasiões
É só questão de investimento
Em vez de armas
Alimento
Deixar viver, dar o pão

Nesse universo tão imenso
O meu caminho eu mesmo penso
E se um dia restar meu silêncio
É que as minhas canções
Se perderam no vento

Motivo, de Cecília Meireles


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

4 comentários:

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Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Parabéns pelo Blog!!
Muito boa a biografia de Amélia Rodrigues!!!
Um abraço