Você me Trouxe o Oceano
Amadurecimento numa aventura emotiva,
assim é a graphic novel Você me Trouxe o Oceano, roteiro de Alex Sanches
e ilustrações de Julie Maroh lançado pela Panini. Trata-se da história do
adolescente Jake descobrindo quem é e a sua jornada de aceitação e amor.
História sobre os segredos que os dividem e as verdades que os libertam. Jake não
consegue nadar desde que seu pai se afogou. Mesmo assim, ele anseia pelo oceano
e está determinado a deixar sua cidade natal por uma faculdade no litoral. Sua
melhor amiga deseja ficar no deserto, e a mãe de Jake o incentiva a sempre
seguir pelo caminho seguro. Por meio de sua busca por identidade, ele
encontrará um poder adormecido e terá que se decidir entre virar as costas para
a corrente ou mergulhar de cabeça nas ondas. Confira!
Apesar
de Tudo
Duas pessoas que por anos a fio nutriram
um amor platônico um pelo outro e que se reencontram quando já estão na casa
dos sessenta. Ela é carismática e ambiciosa. Ele, enigmático e sedutor. Opostos
que se atraem, mas não se tocam. A obra é Apesar de Tudo, da Editora
Saquarema, do premiado quadrinista espanhol Jordi Lafebre.
A
Casa
Para quem gosta de quadrinho reflexivo, A
Casa, de Paco Roca, lançado pela Devir, é uma boa pedida. Semi-autobiográfico,
o trabalho é comovente. Trata sobre a perda do patriarca da família e como a
casa que pertence a ele é repleta de lembranças. Há o processo de partilha,
seus filhos concordam em visitá-la e consertá-la, para colocá-la a venda. A
reunião vai desencadear em cada um as memórias de toda uma vida com a
propriedade e, claro, com o pai.
Polina
Ela dança na cara da adversidade e faz
dela palco pra alcançar tudo o que sempre quis. A obra é comovente, mas deve
ser lida com calma para apreciar toda a beleza do traço, gestos. Polina, do
desenhista Bastien Vivés, lançado no Brasil pela Editora Nemo, conta a história
da bailarina russa, da infância ao início da idade adulta, particularmente na
relação conturbada com um professor exigente. Mas tudo que conseguiu fazer tem
influência de seu mentor. Por fim, sua humildade para praticar a gratidão.
Oleg
Oleg é alter-ego do autor, o suíço
Frederik Peeters, publicado pela Editora Nemo. A obra faz uma leitura curiosa
sobre o mercado editorial dos quadrinhos (demanda, sucesso, o peso das
premiações, bloqueio criativo). Ele é
avesso à tecnologia, ao ritmo frenético do mundo contemporâneo, em constante
mudança. Assim, o quadrinho é uma arte que requer tempo e paciência para se
desenvolver, e é sua carreira. Ao longo da narrativa, a intimidade de um homem
e daqueles que o cercam. Verdadeira declaração de amor à arte dos quadrinhos. A
obra viaja pela mente do autor e mostra de maneira profunda a personalidade de
Frederik Peeters. HQ visceral sobre a vida de um homem em busca de sua
inspiração perdida. Dizem que a vida é um desafio, e cabe a cada um encontrar
as peças certas do jogo que se encaixem ao que lhe é proposto. “Viver é – não é
– muito perigoso. O aprender a viver que é o viver mesmo.” (Grande Sertão
Veredas, JGR). A definição para Lego (acrônimo de OLEG) aparece da seguinte
forma “O sistema LEGO é um brinquedo cujo conceito se baseia em partes que se
encaixam permitindo muitas combinações”, dessa forma, a narrativa de Oleg se
resume perfeitamente nessa definição.
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