23 janeiro 2022

O que há para ler em quadrinhos?

Você me Trouxe o Oceano

 


Amadurecimento numa aventura emotiva, assim é a graphic novel Você me Trouxe o Oceano, roteiro de Alex Sanches e ilustrações de Julie Maroh lançado pela Panini. Trata-se da história do adolescente Jake descobrindo quem é e a sua jornada de aceitação e amor. História sobre os segredos que os dividem e as verdades que os libertam. Jake não consegue nadar desde que seu pai se afogou. Mesmo assim, ele anseia pelo oceano e está determinado a deixar sua cidade natal por uma faculdade no litoral. Sua melhor amiga deseja ficar no deserto, e a mãe de Jake o incentiva a sempre seguir pelo caminho seguro. Por meio de sua busca por identidade, ele encontrará um poder adormecido e terá que se decidir entre virar as costas para a corrente ou mergulhar de cabeça nas ondas. Confira!

 

 


Apesar de Tudo

 

Duas pessoas que por anos a fio nutriram um amor platônico um pelo outro e que se reencontram quando já estão na casa dos sessenta. Ela é carismática e ambiciosa. Ele, enigmático e sedutor. Opostos que se atraem, mas não se tocam. A obra é Apesar de Tudo, da Editora Saquarema, do premiado quadrinista espanhol Jordi Lafebre.

 


A Casa

 

Para quem gosta de quadrinho reflexivo, A Casa, de Paco Roca, lançado pela Devir, é uma boa pedida. Semi-autobiográfico, o trabalho é comovente. Trata sobre a perda do patriarca da família e como a casa que pertence a ele é repleta de lembranças. Há o processo de partilha, seus filhos concordam em visitá-la e consertá-la, para colocá-la a venda. A reunião vai desencadear em cada um as memórias de toda uma vida com a propriedade e, claro, com o pai.

 


Polina

 

 

Ela dança na cara da adversidade e faz dela palco pra alcançar tudo o que sempre quis. A obra é comovente, mas deve ser lida com calma para apreciar toda a beleza do traço, gestos. Polina, do desenhista Bastien Vivés, lançado no Brasil pela Editora Nemo, conta a história da bailarina russa, da infância ao início da idade adulta, particularmente na relação conturbada com um professor exigente. Mas tudo que conseguiu fazer tem influência de seu mentor. Por fim, sua humildade para praticar a gratidão.

 

 


Oleg

 

Oleg é alter-ego do autor, o suíço Frederik Peeters, publicado pela Editora Nemo. A obra faz uma leitura curiosa sobre o mercado editorial dos quadrinhos (demanda, sucesso, o peso das premiações, bloqueio criativo).  Ele é avesso à tecnologia, ao ritmo frenético do mundo contemporâneo, em constante mudança. Assim, o quadrinho é uma arte que requer tempo e paciência para se desenvolver, e é sua carreira. Ao longo da narrativa, a intimidade de um homem e daqueles que o cercam. Verdadeira declaração de amor à arte dos quadrinhos. A obra viaja pela mente do autor e mostra de maneira profunda a personalidade de Frederik Peeters. HQ visceral sobre a vida de um homem em busca de sua inspiração perdida. Dizem que a vida é um desafio, e cabe a cada um encontrar as peças certas do jogo que se encaixem ao que lhe é proposto. “Viver é – não é – muito perigoso. O aprender a viver que é o viver mesmo.” (Grande Sertão Veredas, JGR). A definição para Lego (acrônimo de OLEG) aparece da seguinte forma “O sistema LEGO é um brinquedo cujo conceito se baseia em partes que se encaixam permitindo muitas combinações”, dessa forma, a narrativa de Oleg se resume perfeitamente nessa definição.

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