17 maio 2020

O negro e o branco misturados no rock


Com ancestralidade forte, os pais do rock estão na África. Essa negra matriz se ramificou por todo o mundo. Na América do Norte os tambores eram proibidos de usar (ao contrário do que ocorreu no Brasil). Então os escravos tiveram que assimilar o instrumental o branco dominador e, com a genialidade da raça e o talento dos oprimidos, virou do avesso e deu novas feições. O blues nasceu desse impasse.




A batida simples, tensa, virou rhythm´n´blues. A música dos brancos também mudou. Sua música de dança ficava mais ritmada, e suas violas ganhava, captadores que aumentava o som – era o country & western.




Nos primeiros anos da década de 50 essas duas músicas se misturaram. Impuro por excelência, o rock and roll nasceu do abraço sensual de duas raças. Em comum tinha o boogie, o balanço. Outro filho do blues corria ágil pela estrada da experimentação harmônica e melódica. Era o jazz. O boogie, o rock and roll, mesmo embalo do ato sexual, mesmo andamento do passo, do coração, cresceu. A mistura de boogies pretos e brancos deu o  rock´n´roll. E o rock viajou para a Inglaterra (óbvia proximidade de língua e cultura).






A inquietação dos anos 50 era individualista, sexual e epidérmica. A dos anos 60 era coletiva, mental e transcendente. Entre os rebeldes dos anos 50 estão Chuck Berry, Little Richard, Fats Domino, Bo Diddley e Elvis Presley. Em meados dos anos 60, Bob Dylan, Beatles, Rolling Stones, Frank Zappa, Doors e Velvet Underground causaram uma revolução maciça na estrutura do rock and roll.




Nos anos 70 a tribo da pesada estava interessada no mais básico dos básicos ritmos, submerso em ondas cada vez maiores de eletricidade. E a progressiva que queria elevar o rock ao  status de obra e arte (igual período onde os quadrinhos estavam entrando no processo psicodélico e cobrando seu ingresso na arte). Já os folks queriam unir campo e cidade. No meado dessa década o Punk Rock e a New Wave revolucionaram o rock and roll.




Outras estradas – o veio negro do rock gerara o soul na América. E o soul viajando para o vizinho Caribe gerara o reggae, invenção genial única. Na década seguinte, anos 80, tecnopop do som, sintetizadores e transformadores de voz, além do minimalismo. A dança dos negros e dos pobres virou o ritmo mais conhecido do mundo. E surgiram bandas como Pixies, Fugazi e Sonic Youth que criaram o indie pop. Já nos anos 90, o Radiohead, Oasis, Blur, Pulp, Manic  Preachers e Suede inventaram o britpop.



A cena musical a partir dos anos 200 dá destaque ao Coldpay, Strokes, My Chemical Romance, Good Charlotte entre outros.



E essa história não termina aqui. Jovens inquietos inventaram e reinventaram um ritmo que para muitos é limitado, mas o rock é atemporal. E as pedras continuam rolando....

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