Há 140 anos, morria Ana Néri (13/10/1814 –
20/05/1880), a heroína brasileira que prestou serviços voluntários nos
hospitais militares de Assunção, Corrientes e Humaitá, durante a Guerra do
Paraguai. Nascida em Vila da Cachoeira do Paraguaçu, na Bahia, Ana Justina
Ferreira se casou aos 23 anos com o capitão de fragata da Marinha, Antônio
Isidoro Néri, do qual adotou o sobrenome.
Viúva do capitão-de-fragata Isidoro
Antônio Néri, viu seus filhos, o cadete Pedro Antônio Néri e os médicos Isidora
Antônio Néri Filho e Justiniano de Castro Rebelo; seus irmãos Manuel Jerônimo
Ferreira e Joaquim Maurício Ferreira, ambos oficiais do exército, serem
convocados para a Guerra do Paraguai. Ana Néri escreveu então ao presidente da
província uma carta em que oferecia seus serviços como enfermeira enquanto
durasse o conflito.
Partiu da Bahia, de onde nunca saíra, em
1865, para auxiliar o corpo de saúde do Exército, que era pequeno e contava com
pouco material. Começou seu trabalho no hospital de Corrientes, onde havia,
nessa época, cerca de seis mil soldados internados e algumas poucas freiras
vicentinas. Mais tarde, assistiu os feridos em Salto, Humaitá, Curupaiti e Assunção.
Mulher de posses, com seus recursos montou
na capital conquistada, na própria casa onde morava, uma enfermaria limpa e
modelar. Ali trabalhou, abnegadamente, até o fim da guerra, na qual perdeu seu
filho Justiniano e um sobrinho, que se alistara como voluntário da pátria.
De volta ao Brasil, em 1870, Ana Néri
recebeu várias homenagens: foi condecorada com as medalhas de prata humanitária
e da campanha e recebeu do imperador uma pensão vitalícia, com a qual educou
quatro órfãos que recolhera no Paraguai. Seu retrato de corpo inteiro, obra de
Vítor Meireles, figura em lugar de honra no paço municipal de Salvador. Ana
Néri morreu no Rio de Janeiro-RJ, no dia 20 de Maio de 1880.
Getúlio Vargas, instituiu em 1938, o Dia
do Enfermeiro, a ser celebrado, em 12 de maio. Segundo o decreto, na data devem
ser prestadas homenagens especiais a Memória de Ana Néri em todos os hospitais
e escolas de enfermagem do país. E em 2009, seu nome, Ana Justina Ferreira
Néri, é assentado no livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da
Liberdade e da Democracia, em Brasília, capital da República. Pelas suas
virtudes e heroicidade, foi condecorada pelo Exército com o título de Mãe dos
Brasileiros.
A primeira escola oficial de enfermagem de
alto padrão no Brasil, fundada por Carlos Chagas em 1923, recebeu em 1926 o
nome de Ana Néri. Hoje é a patrona das enfermeiras do Brasil. Em 2002 o
cineasta Roberto Farias lançou o filme sobre Ana Nery intitulado Brava Gente
com atuações de Marilia Pera e Lima Duarte.
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