11 fevereiro 2020

Quando a natureza empresta seu nome


Diante da enorme variedade de vegetal que o Brasil possui, não é de se admirar que inúmeras cidades baianas tenham ganhado seus nomes a partir de espécies da flora brasileira. Palmeiras, Angical, Cansanção, Araças, Macaúbas, Canápolis, Buritirama, Cocos, Jaborandi, Mucugê, Juazeiro, Cipó, Pau Brasil, Umburanas, entre outras, são alguns municípios que evidenciam em seu topônimo, toda a beleza da natureza.




Em plena Chapada Diamantina, Palmeiras, que teve seu nome originado da abundância de palmeiras existentes nas proximidades da cidade, é o lugar certo para quem gosta do contato direto com a natureza. Em meio a imensos paredões, rios, grutas e cavernas, a grande atração é a estonteante Cachoeira da Fumaça. Do alto dos seus 370m de altura, o intenso fluxo de água mal consegue tocar o poço, se espalhando pelo ar como se fosse vapor e dando a impressão de uma grande nuvem de fumaça; daí seu nome.




Descoberta à margem do rio Pardo, a cidade de Canavieiras teve sua povoação e desenvolvimento iniciados principalmente devido a produção de cana-de-açúcar, notadamente na propriedade dos Vieiras, primeiros colonizadores, o que constitui forte motivação para que a povoação passasse a ser conhecida por seu nome atual. Abrigo de uma diversificada fauna silvestre, a cidade é também o maior pesqueiro natural de robalo do Brasil, e o maior viveiro de Marlin Azul do mundo. Às margens do rio Pardo e de frente para o mar, seus 17 km de praias reservam águas rasas e tranquilas, ondas radicais para a prática do surf e pontos ideais para pesca.




Contrariando a ideia de que todo sertão é seco, quente e sem vida, a cidade de Cipó se apresenta como uma opção diferente. O nome do município provém de um cipoal existente numa fonte à margem do rio Itapicuru, onde se desenvolveu a localidade. Sua grande particularidade brota de seu solo: fontes de água termais, com propriedades medicinais. As águas de Cipó impulsionaram a economia do município e levaram o turismo em larga escala para a região. Além das três fontes de águas termais da cidade, tem ainda as agradáveis praias fluviais do Itapicuru.




O nome Jaborandi é de origem indígena, e quer dizer “o que faz salivar”. É também nome de uma cidade baiana, designada assim devido à enorme quantidade da planta de mesmo nome que existia na região onde o município teve origem. A cidade teve início em 1902 com a construção de algumas casas às margens do córrego Jaborandi. A economia do município é sustentada basicamente por atividades agrícolas, como o cultivo da cana-de-açúcar. Já a sabedoria indígena, deu nome ao município de Umburanas, palavra composta (Umbu + Rana), que quer dizer “falso umbu”. Devido a grande quantidade de palmeiras (coco babaçu) na região, o município de Cocos ganhou esse topônimo, além da paisagem da cidade ganhar muito com a presença dessa espécie.




Do antigo porto de passagem de tropeiros e comerciantes que se embrenharam pelo sertão, ficaram para o registro histórico, os frondosos pés de juazeiro (nome de uma árvore muito frequente no Nordeste e que tem como fruto o juá) que deu origem ao município, e alguns monumentos da arquitetura civil do século passado. Um próspero comércio se desenvolveu as margens do Rio São Francisco, no principal ponto de divisa entre os estados da Bahia e Pernambuco. Juazeiro transformou-se em um moderno polo agro industrial, com intensa atividade de exportação.

 

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