O enredo do Acadêmicos do Grande Rio de 2020 vai contar a história do baiano
Joãozinho da Gomeia, babalorixá do candomblé, que se estabeleceu em Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense. Ganhou fama no país e recebeu em seu terreiro
artistas, embaixadores, políticos, como Getúlio Vargas. Gabriel Haddad e
Leonardo Bora vão estrear no Grupo Especial, assinando “Tata Londirá: o canto
do caboclo no quilombo de Caxias”.
Líder religioso, João Alves de Torres
Filho, o Joãozinho da Goméia (1914-1971), baiano de Inhambupe, no interior da
Bahia, viu sua vida se transformar quando ainda criança foi à cidade de
Salvador em busca da cura para uma doença que o atormentava. Iniciou sua
trajetória religiosa em 1931 e levou a dança dos Orixás para os palcos de
teatros de Salvador. Em 1946 mudou para o município de Duque de Caxias, no Rio
de Janeiro, onde alcançou poder e fama e se tornou um dos mais importantes
babalorixás da história do candomblé no Brasil.
Figura polêmica, Joãozinho da
Goméia era negro, homossexual, artista e apaixonado pelo carnaval. Não tinha
papas na língua e muito menos medo de ser ousado e revolucionário dentro da
religião. Era considerado um homem a frente de seu tempo que não se
envergonhava de ser homossexual na homofóbica Bahia do início do século XX,
pai-de-santo que afrontava os princípios de que homens não podiam “receber” o
Orixá em público, tornando-se famoso pela sua dança; vestia-se de mulher para
brincar carnaval. João foi responsável por enfeitar as festas no terreiro e
também é dele a ideia de bolos decorados nas festas de santo.
Popularizou a
religião atraindo importantes nomes da cultura, da política, de toda a alta
sociedade brasileira, que saíam de suas zonas de conforto e viajavam até a
Baixada Fluminense para consultas e orientações com o Babalorixá. Joãozinho da
Goméia atraiu também a atenção da imprensa e se tornou responsável pelo
crescimento do candomblé no país. O babalorixá mais famoso do Brasil chegou a
ser considerado o “rei do candomblé”. Sua
figura foi, inclusive, inspiração
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