09 fevereiro 2020

Nossas Raízes: JOÃOZINHO DA GOMÉIA


O enredo do Acadêmicos do Grande Rio de 2020 vai contar a história do baiano Joãozinho da Gomeia, babalorixá do candomblé, que se estabeleceu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ganhou fama no país e recebeu em seu terreiro artistas, embaixadores, políticos, como Getúlio Vargas. Gabriel Haddad e Leonardo Bora vão estrear no Grupo Especial, assinando “Tata Londirá: o canto do caboclo no quilombo de Caxias”.
 

Líder religioso, João Alves de Torres Filho, o Joãozinho da Goméia (1914-1971), baiano de Inhambupe, no interior da Bahia, viu sua vida se transformar quando ainda criança foi à cidade de Salvador em busca da cura para uma doença que o atormentava. Iniciou sua trajetória religiosa em 1931 e levou a dança dos Orixás para os palcos de teatros de Salvador. Em 1946 mudou para o município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, onde alcançou poder e fama e se tornou um dos mais importantes babalorixás da história do candomblé no Brasil. 

Figura polêmica, Joãozinho da Goméia era negro, homossexual, artista e apaixonado pelo carnaval. Não tinha papas na língua e muito menos medo de ser ousado e revolucionário dentro da religião. Era considerado um homem a frente de seu tempo que não se envergonhava de ser homossexual na homofóbica Bahia do início do século XX, pai-de-santo que afrontava os princípios de que homens não podiam “receber” o Orixá em público, tornando-se famoso pela sua dança; vestia-se de mulher para brincar carnaval. João foi responsável por enfeitar as festas no terreiro e também é dele a ideia de bolos decorados nas festas de santo. 

Popularizou a religião atraindo importantes nomes da cultura, da política, de toda a alta sociedade brasileira, que saíam de suas zonas de conforto e viajavam até a Baixada Fluminense para consultas e orientações com o Babalorixá. Joãozinho da Goméia atraiu também a atenção da imprensa e se tornou responsável pelo crescimento do candomblé no país. O babalorixá mais famoso do Brasil chegou a ser considerado o “rei do candomblé”.  Sua figura foi, inclusive, inspiração

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