24 novembro 2017

1837-2017: 180 anos da caricatura no Brasil (03)

1918 – O baiano Théo começou a publicar seus primeiros desenhos no jornal A Tarde (1918 a 1922) e na seção de esportes do Diário de Notícias (1919), em Salvador. Ainda em 1919 suas charges começaram a aparecer nas páginas de D.Quixote, no Rio de Janeiro. Em 1922, transferiu-se para o Rio de Janeiro, colaborou no D.Quixote e em outras publicações ilustradas. Com os quadrinhos, principalmente na década de 1930, Théo tornou-se conhecido entre os leitores de O Tico Tico. Primeiro, ele criou para essa revista infantil o personagem Chico Farofa (1934). Seguiu-se Tinoco, Caçador de Feras (1938). Seus bonecos eram feitos com poucos traços, em estilo moderno e de grande expressividade.


1923 – O caricaturista Alvarus publica seu primeiro boneco no pequeno jornal clandestino A Bola. A partir de 1925 começou a publicar profissionalmente em A Patria, A Noite, A Manhã, Diário de Notícias, O Radical, Shimmy e muitos em outros jornais e revistas do Brasil e do exterior. Ilustrador de grande talento, Alvarus fez poucas charges politicas, mas publicou regularmente a partir de 1929, retratos das maiores personalidades brasileiras em vários órgãos da imprensa carioca.


1923 - O paraguaio brasileiro Guevara cria a caricatura do Barão de Itararé antes mesmo que o personagem fosse inventado – tornando-se o primeiro caso de a caricatura vir antes do caricaturado – e mais tarde o Barão de Itararé adaptou seu próprio aspecto físico à caricatura, quando assumiu o personagem. Publicou em A Manha, O Malho, Crítica e Papagaio. A inovadora arte geométrica de Guevara, na caricatura pessoal, com volumes acentuados pelos meios tons, teve grande impacto sobre seus contemporâneos.


1927 – O cearense Mendez começa fazendo ilustração para o jornal carioca A Manha. Depois passa a publicar em O Cruzeiro, Folha da Manhã, A Noite entre outros. Seu traço incomodou muitos artistas como Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Procópio Ferreira entre outros.

1928 – O carioca Nássara começa a trabalhar no jornal A Crítica. Colaborou nos periódicos Carioca, O Globo, Vamos Ler, Mundo Ilustrado e O Cruzeiro. Produziu extensa obra como compositor (Alé-lá-ó, Formosa, Periquitinho Verde, Mundo de Zinco, Retiro da Saudade etc). Nássara desenvolveu, em quase 60 anos de atividade, um estilo originalíssimo.


1939 - O mineiro Ziraldo começa a publicar seus primeiros desenhos no jornal Folha de Minas. Teve carreira meteórica em O Cruzeiro com a revista A Turma do Pererê que foi às bancas em 1964. Criou personagens emblemáticos do humor brasileiro como Jeremias, o Bom, Mineirinho o ComeQuieto, Supermãe, Menino Maluquinho e tantos outros. Dos caricaturistas brasileiros surgidos na segunda metade do século, Ziraldo é talvez aquele cujo desenho tornou-se mais popular.



1943 – Péricles começa a publicar na revista O Cruzeiro o imortal O Amigo da Onça que ganhou fama nacional e acabou virando marca registrada da revista. Ele detestava a sua criação, embora tenha desenhado o personagem por 17 anos. Ele se ressentia do fato de a criatura ser mais valorizada que o criador.

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