13 fevereiro 2017

1967/2017: Aconteceu há 50 anos (01)



Há 50 anos o mundo estava em ebulição na efervescente contracultura. A “febre do fazer” (na opinião de Lina Bo Barde) estava em alta.

No cinema, Glauber Rocha mostrava as contradições do Brasil em “Terra em Transe”.

Na teatro Zé Celso Martinez Corrêa estreou sua famosa montagem de “O Rei da Vela”, no Teatro Oficina.

Na música Caetano Veloso e Gilberto Gil apresentaram “Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque”, inaugurando o tropicalismo.

Na literatura o colombiano Gabriel García Márquez consolidava o “realismo mágico” com seu “Cem Anos de Solidão” e o romantismo revolucionário do continente chegava ao fim com a morte, na Bolívia, de Che Guevara, o guerreiro imortalizado no mundo inteiro.

A ciência marcava pontos com o primeiro transplante de coração, realizado pelo médico sul-africano Christiaan Barnard. Ele entrou para a história em 1967 por ter realizado o primeiro transplante de coração em um ser humano. Ele transplanta o coração de uma jovem de 25 anos para um homem de 55 anos.

E a pílula anticoncepcional desencadeou a revolução sexual. O sexo (antes para a reprodução) pendeu para o lado do prazer. Um dos gatilhos para a revolução sexual moderna foi o desenvolvimento da pílula anticoncepcional, que deu o acesso das mulheres à contracepção fácil e confiável. Outro fator provável eram as vastas melhorias em obstetrícia, o que reduziu o número de mulheres que morrem durante o parto o que, portanto, aumentou a expectativa de vida das mulheres.

ROCK - Há exatamente 50 anos os Beatles lançavam o mais importante disco de rock de todos os tempos, o LP “Sgt. Peppers´s Loneley Hearts Club Band”.

McLuhan publica O Meio é a Massagem.

O cineasta Godard filma A Chinesa.

Gabriel Garcia Márquez escreve Cem Anos de Solidão. Zé Celso monta O Rei da Vela.  Galbraith edita O Novo Estado Industrial. Pasoline lança Edipo Rei.

Na época a tevê era em preto em branco.

O professor McLuham produziu um livro-poema-produção-visual-performance gráfico-multiautoral “O Meio é a Massagem”. Textos curtos, citações, imagens, fotos, close up, referências publicitárias, propaganda política, ilustrações clássicas, documentos etnográficos, fotograma\as. Artes gráficas e fotomontagens, tudo fundido e integrado numa complexa rede de significados cruzados e mensagem político radical. Ele introduziu a história da comunicação no estudo das mudanças culturais. Ele reagia aos que não acreditavam no seu pensamento com a frase: “Nós olhamos o presente pelo espelho retrovisor. Adentramos o futuro marchando para trás” (A roda é um prolongamento do pé). Se estivesse vivo ele ia assustar o rei!.

Quando o homem inventou a escrita já introduziu um fator restritivo no seu modo de conhecer e ser: até então, a disseminação das ideias era feita oralmente e a vida se desenrolava sob o influxo da palavra, da experiência e da percepção sensorial. Recorrendo à história antiga, McLuhan afirma que os gregos somente promoveram a inovação artística e científica depois que interiorizaram o alfabeto, partindo para uma “ênfase visual”, que os alienou da arte primitiva. O mesmo está acontecendo agora, quando a idade eletrônica reforjou o primitivismo, depois de “interiorizar o campo unificado da simultaneidade elétrica”.





Um comentário:

Luz13 disse...

Gostei muito do blog. Esse programa foi ao ar na TV BANDEIRANTES anos atrás. Ele retrata a situação atual. Surpreendente!
https://www.youtube.com/watch?v=I4PQ0A4dRbM