Quantas composições foram feitas
para traduzir o olhar? Na música popular brasileira o olhar sempre foi uma
referência. Vamos citar algumas. “Olhar Matreiro”, de Cazuza e Fagner revela:
“Quando eu voltar pra você/Eu vou voltar inteiro/Quando eu chegar com meu olhar
matreiro/Quando eu tocar a campainha/Me aninha/Certo que você é minha
rainha...”. Tom Jobim parece que não entendeu o significado do olhar na
composição “Este Seu Olhar” cuja letra diz: “Este seu olhar quando encontra
o
meu/Fala de umas coisas/Que eu não posso acreditar/Doce é sonhar, é pensar que
você/Gosta de mim como eu de você//Mas a ilusão quando se desfaz/Dói no coração
de quem sonhou/Sonhou demais, ah! se eu pudesse entender/O que dizem os seus
olhos”.
Já o tropicalista Tom Zé vai
fundo em “Teu Olhar”: “Quando é dia/teu olhar/água clara/teu olhar/pela fresta/do
olhar/procurava/teu olhar/minha alma, minha calma, estrela-dalva”. Mesmo sem
entender a separação, Tim Maia encontra “Ternura em seu Olhar”: “Que parou
comigo/Estou perdido e pra você/Eu já não sou ninguém/Mas apesar de tudo/Ao
cruzar olhos nos olhos/Estou certo que tem//Ternura, ternura/Em seu
olhar/Ternura, ternura/Em seu olhar”.
E foi dessa maneira que Gilberto
Gil viu “Seu Olhar”: “Há no seu olhar/Algo que me ilude/Como o cintilar/Da bola
de gude/Parece conter/As nuvens do céu/As ondas brancas do mar/Astro em
miniatura/Micro-estrutura estelar//Há no seu olhar/Algo surpreendente/Como o
viajar/Da estrela cadente/Sempre faz tremer/Sempre faz pensar/Nos abismos da
ilusão/Quando, como e onde/Vai parar meu coração?//Há no seu olhar/Algo de
saudade/De um tempo ou lugar/Na eternidade/Eu quisera ter/Tantos
anos-luz/Quantos fosse precisar/Pra cruzar o túnel/Do tempo do seu olhar”
O trio Flávio Venturini, Zé
Eduardo e Paulo Oliveira escreveram a composição “Teu Olhar, Meus Olhos”:
“Olhei teus olhos/Vi o meu olhar e/Uma luz nasceu//Fechei meus olhos/Vi o seu
olhar e/Tanto amor cresceu//E vi o brilho dos teus olhos/Brilhar no mundo dos
meus sonhos/Me vi no fundo dos
teus olhos/Brincamos juntos tantos sonhos//Amor
o sonho/Nunca vai mudar em/Teu olhar, teu olhar, meus olhos”. Candeias ficou
preso pela “Expressão do teu olhar”: “Na expressão do teu olhar foi que senti/Que
me amavas, eu não podia, não podia fugir/Na expressão do teu olhar compreendi/Que
precisava do carinho que nunca senti/Os teus olhos lindos, encantadores tinha
um quê das flores/Rosas formosas com brilho do orvalho da manhã/Calados serenos
transmitindo um tom de veneno/Me atraias, olhar sedutor/Cadê, o ativo olhar que
há tempos conheci/Sedução do olhar que pressenti cheio de calor/Deus criou a
beleza na mulher/Vem o tempo e destrói a obra do criador”. E o paulistano
Guilherme Arantes canta que “O universo vai se abrir, sob o efeito de um olhar”
na canção “Sob o Efeito de Um Olhar”.
Moraes Moreira e Antônio Risério
conheceram o “Olhar de Cobra” que diz: “Ela tem um olhar de cobra/Que toda
hora/Paralisa o meu/E toda vez que ela olha/A brisa beija a flora/Estrelas
brilham no breu”. A banda Chiclete com Banana dispara o “Olhar 99”: “Olhe meu
olhar noventa e nove/Salpicado de amor”. Na carnavalesca “Chão da Praça”,
Moraes Moreira e Fausto Nilo falam de “olhos negros, cruéis, tentadores/das
multidões sem cantor” pois “lá no Oriente tem gente/com olhar de lança na dança
do meu amor”. Alexandre Peixe cantou o “olhar de escorpião”. Na composição
“Olhinho”, Zeca Baleiro confessa: “Olhos santos, santos olhos/olhos de quem
quer ver/o que ninguém vê/quer ver o que ninguém ver/furacão, avião, lamparina,
sina, carnificina e solidão”.
Já Humberto Teixeira em “Dono dos
Teus Olhos” cheio de ciúme revela: “Não se esqueça/que eu sou
dono dos teus
olhos/faz favor de num espiá pra mais ninguém;esse azul cor de promessa dos
teus olhos/faz qualquer cristão gostar de tu também/que nosso Senhor perdoe os
meus ciúme/quando penso em cegar os óio teu/pra que eu/somente eu/seja o teu
guia/os óio dos teus óio/a luz dos óio teu”.
Leila Pinheiro conhece muito bem
o “Olhar de Mulher” quando canta: “Ninguém pode ofuscar/A jóia rara/Que brilha
no olhar/De uma mulher/Quem sabe o que quer/Não pode resistir/A gloria de
existir/Sobe essa luz/A jóia que seduz/Não cabe em sua mão/Só pode possuir/Quem
sabe o seu valor/E der em troca/O coração/De graça em troca/O coração”. Tem
muito mais olhar na MPB...
HUMOR GRÁFICO NA BAHIA
Uma exposição com as obras dos precursores do grafismo baiano (cartum,
caricatura, charge e quadrinhos) até os dias atuais é de grande necessidade
para o grande público (jovem e adulto).
É necessário apresentar ao público a história desses artistas que
continuam invisíveis e são importantes no registro dos acontecimentos
históricos e sociais.
Por esse motivo, vamos apresentar em 2015 uma grande exposição de humor
gráfico na Bahia e queremos a participação de todos os artistas.
Paraguassu, K-Lunga, Tischenko, Sinézio Alves, Fernando Diniz, Theo,
Lage, Setubal, Nildão, Ruy Carvalho, Cedraz, Cau Gomez, Bruno Aziz, Valterio,
Flavio Luis, Luis Augusto, Valmar Oliveira, Andre Leal, Angelo Roberto, Eduardo
Barbosa, Gentil, Jorge Silva, Carlos Ferraz, Helson Ramos, Hector Salas, Tulio
Carapiá, Sidney Falcão são alguns dos artistas cujas obras estarão na mostra.
Participe, colabore. Contato: gutecruz@bol.com.br
-----------------------------------------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia
um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda
nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro
(Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola
Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das
Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22,
Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra
encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho.
Tel: 3347-4929.
Nenhum comentário:
Postar um comentário