26 janeiro 2010

Mudança climática ameaça a Bahia

Se não houver ações efetivas para reduzir os impactos no meio ambiente, entre 2070 à 2100 haverá uma redução de chuva na Bahia de até 70%, além de um aumento de temperatura de 2°C no litoral e 5°C na região Noroeste do Estado. A pesquisa apresentada no auditório Paulo Jackson, na sede da Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), aponta os impactos das mudanças climáticas na Bahia. O estudo foi realizado por três especialistas, Fernando Genz, pesquisador do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal da Bahia, e pelos meteorologistas Clemente Tanajura (Instituto de Física da Ufba) e Heráclio Alves (Ingá).

Segundo Fernando, o objetivo da pesquisa é quantificar os impactos das mudanças climáticas na Bahia, que, até então, não havia nenhum estudo voltado para essa questão. O Governo do Estado, através do Ingá e da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), já realiza programas para tentar amenizar os impactos apresentados na pesquisa. De acordo com o diretor geral do Ingá, Júlio Rocha, o órgão está implementando o Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca nos municípios do semiárido baiano vulneráveis ao fenômeno.

“A Bahia possui 69% do seu território localizado no semi-árido, com 289 municípios, onde vivem 3,7 milhões de baianos, o equivalente a 28,8% da população do Estado. O Plano de Ação Estadual de Combate à Desertificação compreende o mapeamento com o diagnóstico das condições de degradação ambiental e dos processos de desertificação na Bahia, que envolve as condições socioeconômicas, climáticas, demográfica e de vegetação. A primeira etapa está sendo realizada em 52 municípios vulneráveis, situados no entorno das regiões de Guanambi, Juazeiro, Irecê e Jeremoabo”.

“Estamos realizando também o Programa Estadual de Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares, que prevê a abertura de editais de chamada pública para prefeituras e instituições de todo o Estado apresentarem projetos de recuperação no valor de até R$ 50 mil cada. O investimento total do programa é de R$ 1 milhão e o objetivo geral do programa é conservar, restaurar e recuperar matas ciliares e nascentes nas bacias hidrográficas do Estado da Bahia, visando à manutenção da disponibilidade das águas dos rios.

Estudos do Ingá mostram que, às margens dos cerca de 369.589 km da malha hidrográfica do Estado, existem aproximadamente 2,6 milhões de hectares de mata ciliar, o que corresponde a 4,7% do território baiano”, informa Rocha.

EFEITO ESTUFA

O Floresta Bahia Global é um programa realizado pela Sema que visa promover ações de recuperação da cobertura vegetal dos biomas baianos e a descarbonização das atividades humanas, através do sequestro de carbono. A iniciativa contribui para minimização dos efeitos das mudanças climáticas. Selo Carbono Zero, que faz parte do Programa Floresta Bahia Global, é concedido a iniciativas que visam a recuperação de florestas e a descarbonização do meio ambiente. Juliano Matos, secretário de Meio Ambiente, afirma ainda que “desde que foi lançado, o Programa Floresta Bahia Global já realizou o plantio de 30 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica no Parque Estadual do Conduru (entre Ilhéus e Itacaré) e cerca de 2 mil mudas no Parque de Pituaçu, em Salvador, ajudando na descarbonização e repondo a cobertura vegetal do bioma”, pontua.
MATAS CILIARES

Um estudo realizado pelo Instituto de Gestão das Águas e do Clima (Ingá), órgão ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, estima que 40% dos 2,7 milhões de hectares da vegetação que circunda as margens dos rios e nascentes da Bahia estão degradadas. A recuperação destas matas, no entanto, esbarra nos altos custos operacionais: estimas e que o plantio de mudas nativas custaria em torno de R$ 10 mil por hectare.
O valor global seria de R$ 10,8 bilhões – uma cifra que vai muito além da realidade orçamentária dos órgãos ambientais.Fundamental no equilíbrio dos biomas naturais, as matas ciliares fazem uma proteção natural aos rios e lagos, reduzindo a erosão das margens e, por consequência, a quantidade de sedimentos do solo que atinge a água. Na Bahia, a degradação atinge os três principais biomas: a caatinga, o cerrado e a mata atlântica. De acordo com o diretor-geral do Ingá, Júlio Rocha, para superar um desafio de tal porte, é necessária uma ação conjunta de entes públicos, privados e da sociedade civil. “A recuperação desta vegetação será fundamental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas”, explica.

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