06 novembro 2008

Pioneiro do cinema baiano

O centenário de nascimento do pioneiro do cinema baiano, Alexandre Robatto Filho foi lembrado na última terça, 04 de outubro, na Sala Walter da Silveira, com a exibição de dois dos seus curta-metragens: Xaréu e Vadiação. A iniciativa da Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado contemplará ainda uma exposição no Palacete das Artes, organizada pela Secretaria de Cultura da Bahia.

Pintor, desenhista, artista plástico, ilustrador, escritor, radioamador, cineasta. Considerado “um homem de mil instrumentos”. Nasceu em Salvador a 04 de novembro de 1908. Professor da Faculdade de Odontologia da UFBa, radio-amador, fundador do Clube da Bahia em 1935 e um apaixonado pela navegação à vela na Baía de Todos os Santos e, antes disso, remador do Vitória, jogador de futebol, nadador, atirador e recordista baiano de salto em altura. Pintor, desenhista ocasional, escritor, produtor de discos, ele foi o pioneiro do cinema baiano. Seu ingresso no cinema dá-se em 1930, com o advento da bitola Duplo 8 mm, rodando a “Vacina BCG”.

Em 1938, “Águas da Bahia”, documenta os serviços primordiais de saneamento básico na capital. Documentarista acadêmico, influenciado pelo cineasta americano Robert Flaherty (autor dos clássicos “Nanouk, o Esquimó” e “Louisiana Story”), Robatto seguia uma corrente didática e linear, embora imprimisse uma linha progressiva no desenvolvimento rítmico de seus filmes. Seus filmes são verdadeiros mergulhos à memória baiana. Ele desenvolveu, durante mais de quatro décadas, uma filmografia sistemática, um tipo de cinema centrado no documentário e no registro dos festejos dos eventos, dos acontecimentos que formam a baianidade.
Foi pioneiro no seu oficio de registrar as imagens em movimento numa cidade que naquele tempo, não possuía quase nada em matéria de equipamento cinematográfico. Realizou a
proximadamente 54 curtas metragens, além de duas dezenas de pequenos filmes de registro familiar. Faleceu pouco depois de completar 73 anos de idade em 30 de novembro de 1981.

A Sala Alexandre Robatto é o único espaço de Salvador dedicado exclusivamente a mostras sistemáticas de vídeo. A sala exibe uma programação que prima pela qualidade, contemplando tanto a videoarte quanto clássicos do cinema já não encontrados em película. Com uma área de 80 m², capacidade para 72 lugares, um telão e um projetor de vídeo de alta definição com leitura de qualquer formato (DVD, VHS, MiniDV, DVCam e Betacam com sistema analógico), a sala é única no
gênero em Salvador. Inaugurada após a reforma da Biblioteca Pública do Estado, em 1998, a Sala Alexandre Robatto exibe mostras focalizando diretores, estilos, cinematografias diversas, dentre variados temas.

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