O cavalo-marinho é uma espécie de peixe muito curioso e, no mínimo, exótico. Todos, algum dia, já pararam em frente a um aquário para admirar esse peixe. Ele faz um grande sucesso, não só pela sua aparência, mas também pela maneira como nada. O cavalo-marinho possui uma cabeça alongada, com filamentos que lembram a crina de um cavalo. É por isso que tem esse nome. É o único peixe com a cabeça perpendicular ao corpo. Ele se mantém na posição vertical, utiliza a barbatana dorsal como único meio de propulsão. Sua capacidade natatória é bastante limitada, por isso vive em águas calmas e abrigadas, como estuários, onde existem algas e plantas marinhas. Nesse ambiente, o cavalo-marinho pode se enrolar mantendo-se imóvel.
Os cavalos-marinhos têm uma importante característica, no que se refere à camuflagem, sendo, em geral, cinzentos quando se vêm ameaçados, mudam sua cor para preto-bronzeado, dificultando a visualização. Há algumas espécies de cavalos-marinhos no Brasil que estão sendo ameaçadas de extinção. O homem captura para usar na medicina e na ornamentação de aquários. Não há controle sobre isso. Portanto, se o homem continuar tomando essa atitude, os cavalos-marinhos não existirão mais. Agora que vocês conhecem um pouco mais da vida dessas criaturas marinhas, vamos descobrir como tudo começou nas aventuras de dois garotos brasileiros, um nascido no nordeste e outro no sudeste.
Vamos agora, depois dessa introdução sobre o cavalo-marinho, entrar na aventura desses dois garotos.
Arthur mora em São Paulo e todo final de ano vem passar o verão na Bahia. Seus amigos, Guto, Zete, Odemar e Joyce têm uma casa de veraneio em Barra de Jacuípe, um lugar tranquilo situado no município de Camaçari, próximo a Salvador, na região metropolitana. Camaçari é a capital industrial da Bahia. A origem do seu nome é indígena e significa árvore que chora. A árvore Camaçari, uma espécie nativa da Mata Atlântica, era encontrada com abundância na região e serviu de inspiração para dar o nome à cidade. E é nesse local, mais precisamente, no Rio Jacuípe que nossa história começa. Antes, é bom saber que esse rio nasce numa cidade denominada Alagoinhas e desemboca em Barra do Jacuípe. Suas águas são quentes e calmas, próprias para o banho e prática de esportes. O rio forma uma barra, quando deságua no Oceano Atlântico. No encontro do rio com o mar está o manguezal que, além de oferecer uma bela paisagem, permite a mariscagem e a pesca artesanal do caranguejo e de outros crustáceos.
O Recanto do Vento é o nome do pequeno sítio em Barra do Jacuípe onde Arthur (o tal garoto paulistano) costuma visitar, se balançar nas redes da varanda da casa, correr atrás dos cachorros e dar comida às galinhas. Foi ele quem deu nome ao sítio, devido ao sopro constante do vento. Pela tarde, um ventinho rápido soprava constantemente na rede e ele se divertia com aquilo, parecia que se comunicava com o vento. Soninha, sua mãe, muitas vezes chamava para o banho e ele ficava a correr pelo sítio.
-- Anda Arthur, é hora do banho. Gritava a mãe.
-- Já vou mamãe, só um minutinho. Respondia Arthur.
E continuava a brincar com o vento sapeca que sacudia as folhas das árvores, levantava poeira e rodopiava em volta de Arthur. (“Vamos chamar o vento/Vamos chamar o vento//Vento que dá na vela/Vela que leva o barco/Barco que leva a gente/Gente que leva o peixe/Peixe que dá dinheiro, Curimã//Curimã ê, Curimã lambaio/Curimã ê, Curimã lambaio/Curimã/Curimã ê, Curimã lambaio/Curimã ê, Curimã lambaio/Curimã//Vamos chamar o vento/Vamos chamar o vento/Vento que dá na vela/Vento que vira o barco/Barco que leva a gente/Gente que leva o peixe/Peixe que dá dinheiro, Curimã//Vamos chamar o vento/Vamos chamar o vento”. Dorival Caymmi)
-- Vamos Arthur, já é hora do banho. Pedia com calma o pai Luís, tranqüilo e paciente como sempre.
E lá se vai Arthur se despedir do vento para entrar em casa e tomar banho. Tudo isso acontecia no verão. Agora Arthur, Sonia e Luís estavam em São Paulo e de malas prontas para visitar a Bahia. Desta vez as férias seriam na primavera. Tio Guto estava de férias nesse período e já esperava os paulistanos. No Aeroporto Dois de Julho, os baianos foram receber Arthur e família. Mas, dessa vez foram com mais uma família que ficou com eles na chácara.
Trata-se de Lucas, um garoto de seis anos, sua mãe Claudia e o pai João. Todos foram receber os amigos. Arthur já descia ansioso do avião em busca de novas aventuras. Todos se abraçaram na recepção do aeroporto e entraram nos carros que os levariam ao Recanto do Vento. Arthur e Lucas, sentados no banco de trás, conversaram sobre como iriam aproveitar esses dias de férias. Em todo o percurso, eles viam pela janela as flores da primavera que já brotavam nos jardins espalhados pela rodovia.
-- Ah que maravilha chegar na Bahia. Quero me balançar na rede, rever meu amigo ventinho, ouvir as estórias do tio Guto, saborear os bolinhos do Odemar, cantar as melodias da Zete e Joyce, enfim, me divertir. Dizia encantado.
-- Você está ansioso para chegar na chácara não é Arthur? Perguntou Lucas.
-- Claro Luquinhas, eu quero logo correr pelo sítio. Faz um ano que não vejo o local. Estou com saudades. Respondeu.
Os carros já estavam chegando no local. Todos desceram e se alojaram. Arthur e Lucas correram para o quintal e foram se divertir. Tudo parecia tranqüilo, mas era só aparência. Algo de misterioso estava para acontecer. O que será que espera Arthur e Lucas no Recanto do Vento? Será que algo terrível vai acabar com a tranquilidade do local? Não perca o próximo capítulo.
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