18 agosto 2009

Photographie: 170 anos (2)

Em 1826, baseado no fenômeno do escurecimento dos sais de prata quando expostos à luz, descoberto em 1727 pelo médico alemão Johann Schule, o francês Joseph Nicéphore Nièpce conseguiu, pela primeira vez, fixar uma imagem numa chapa de estanho. Em 1837, seu sócio, Louis-Jacques Daguerre, inventa o daguerreótipo, imprimindo as imagens sobre papel e obtendo imagens mais nítidas com o uso de sais de prata, vapor de mercúrio e hipossulfito de sódio. Em 1840, o inglês William Talbot aperfeiçoou o processo inventando o método de reprodução numa folha sensibilizada a partir de um original em negativo.

A fotografia, assim como a maior parte das grandes invenções que a sucederam durante o século XIX, nasceu de certas necessidades de ordem econômica e cultural, geradas nas sociedades em processo de industrialização crescente. E estas necessidades criaram condições favoráveis ou “momentos propícios” para o aparecimento de algo novo. A fotografia entrou então em esquema industrial com a invenção da chapa seca, que substituiu o colódio pela gelatina na fixação das imagens, e com a criação, pela Kodak, da câmara simples. Daí em diante, a contribuição da fotografia foi fundamental para as artes plásticas, o jornalismo, a ciência, a documentação de vida cotidiana e o lazer.

ARTE

Desde o início, a fotografia é usada como meio de utilizar de estudo pelos pintores (fotos de nus masculinos feitas por Eugêne Durrieux foram usadas por Delacroix) e alguns deles chegaram a pintar quadros a partir de fotos; mas a fotografia ainda é muito dependente da pintura no século XIX, e fotógrafos como Rejlander e Peach Robinson chegam a usar lentes embaçadas para obter o mesmo clima difuso das telas impressionistas. No século XX, a fotografia começa a tornar-se autônoma, com desenvolvimento paralelo ao de outros movimentos estéticos.

Desde 1860, fotógrafos acompanham exércitos em expedições militares como a Guerra da Criméia ou a da Secessão. Mas é a 04 de março de1880 que o Daily Herald de Nova York publica a primeira foto: Shatytown (favela), uma inovação que só irá se firmar no século XX (Daily Mirror de Londres, 1904; Ilustrated Daily News de Nova Iorque, 1919). Na Alemanha, nos anos 20, o fotojornalismo se desenvolve muito com o Berliner Illustrierte e o Nunchener Illustrierte Press. Os profissionais alemães vão fugir do país durante o nazismo, influenciando na criação, nos EUA, de um estilo de fotojornalismo: o da revista Life.

IMPORTÂNCIA

Da Segunda Guerra em diante, a fotografia passou a desempenhar papel cada vez mais importante na cobertura dos acontecimentos (nos EUA, Time e Newsweek; na França, Paris Match; na Alemanha Ocidental, Der Spiegel e Stern). Nos anos 80 o uso do sistema digital de transmissão de informações utilizado por computadores que permite o envio de fotos pelo telefone, condena ao desaparecimento gradativo os velhos processos de telefoto. No Brasil, na década de 50, a foto reportagem toma grande impulso com a revista O Cruzeiro e com a importância que a fotografia assume no Jornal do Brasil. O ponto culminante será atingido pela revista Realidade.

O aspecto documentário ou fotojornalístico baseia-se em um simples desejo de comunicação, de dizer sobre pessoas. O fotógrafo diz: Eu vi isto e esta é a maneira como eu sinto a respeito. A fotografia existe para as multidões e é por elas experimentada; todavia, apesar do consumo de massa, suas dimensões estéticas são intimamente guardadas por seu mais ardente praticante. Arthur Goldsmith em seu livro O Jogo da Fotografia, escreve que a fotografia pode “expandir e esclarecer sua própria visão, tornando-o mais vivo ao conduzi-lo, através do sentido primacial da visão, a um contato mais íntimo com a vida”.

---------------------------------------------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves) e na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela)

Nenhum comentário: