13 agosto 2009

Michael Jackson (1958-2009): morre o rei do pop, nasce o mito (4)

A razão do fracasso - seja o comportamento polêmico do artista, a crescente especulação sobre sua vida pessoal ou apenas o desvio do interesse do público para ritmos como o rap e o hip-hop - permanece aberta ao debate. Um faixa em particular - "They don't care about us", que fazia uma alusão aos judeus, causou ultraje em muitas pessoas, inclusive o amigo de longa data do músico, o diretor de cinema Steven Spielberg, que considerou a música antissemita.

A participação do artista na cerimônia de entrega no prêmio musical Brit Awards, em 1996, quando apareceu rodeado por crianças e por um rabino, parece ter sido o estopim para muitos. Nessa ocasião, o músico Jarvis Cocker, da banda Pulp, interrompeu a apresentação de Michael Jackson, invadiu o palco e abaixou as calças.

Em sua carreira, Michael Jackson esteve três vezes no Brasil. A última foi em 1996. Neste ano, ele gravou com o grupo Olodum, no Pelourinho, em Salvador. Gravou também, na Favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, o videoclipe "They really don't care about us", dirigido por Spike Lee.
Nos anos seguintes, começa o declínio. Somente em 2001, o artista grava um novo disco: "Invincible". Fisicamente, é um outro Michael Jackson. Abalado por problemas físicos e psicológicos, envolvido em escândalos, o cantor foi se tornando cada vez mais recluso. A última aparição musical foi na Inglaterra, na entrega de um prêmio, em 2006. Com voz fraca, nem de longe lembrava o artista genial, o furacão musical que varreu o mundo nos anos 80.
APARÊNCIA
O virginiano Michael Jackson não fugiu à regra dos que pertencem a esse signo: sempre preocupado com a perfeição, em todos os níveis, de uma forma que muitas vezes chega às raias da obsessão. Tablóides, as revistas de fofocas e até mesmo uma parcela do público nunca perdoaram a pele cada vez mais clara. Eles o acusavam de não mais querer ser negro. A imagem do garoto negro que ajudou a embalar os anos 70 foi ficando distante. Mudanças no cabelo, no rosto, na cor da pele: o que realmente acontecia com o ídolo sempre protegido pelos óculos e pelos chapéus? A cada transformação, um Michael cada vez mais recluso. Não fumava, não bebia, não usava drogas, não comia carne. Um segredo guardado a sete chaves. Quando reaparecia, era como se fosse um novo Michael. Ele pouco falava sobre o assunto. Será que era vitiligo, a doença que provoca manchas na pele?

“Eu tenho uma doença de pele que destrói a pigmentação da minha pele. É uma coisa que eu não posso evitar. Mas, quando as pessoas inventam histórias que eu não quero ser o que eu sou, me machuca”, revelou o cantor em uma entrevista. Em cena, Michael Jackson também gostava de se transformar. Como no inesquecível lobisomen de “Thriller”. Mas a voz tão admirada no palco na vida real soava como a de uma criança. “Eu tinha tantas espinhas e isso me deixava tímido. Eu não costumava me olhar. Eu lavava meu rosto no escuro, não me olhava no espelho. Meu pai me importunava, e eu odiava. Eu chorava todos os dias por causa disso”, contou o astro. “Meu pai implicava comigo. Ele dizia que eu era feio”, contou. A irmã Latoya dizia que Michael não gostava de si mesmo. Por isso, queria tanto mudar. Os fãs do mundo inteiro certamente preferem o Michael que cantava: “não importa se você é preto ou branco”.
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