“Minha voz, minha vida/meu segredo e minha revelação/minha luz escondida/minha bússola e minha desorientação/minha voz é precisa/vida que não é menos minha que da canção/por ser feliz, por sofrer, por esperar eu canto” (Minha voz, minha vida, de Caetano Veloso). Voz é o som básico produzido pela laringe, por meio da vibração das cordas vocais. A voz expressa as condições individuais (físicas ou emocionais) e, se o indivíduo não estiver em condições saudáveis, a voz deixará transparecer algum problema, ocasionando qualidade vocal disfônica, que pode vir a comprometer a fala e a comunicação. O filósofo francês Roland Barthes disse que raramente ouvimos uma voz, estamos preocupados apenas com o que ela diz. Achar a própria voz significa descobrir seu estilo, sua singularidade.
“Até quem sabe a voz do dono/gostava do dono da voz/casal igual a nós,/de entrega e de abandono/de guerra e paz, contras e prós/fizeram bolas de acetato - de fato/assim como nossos avós/
o dono prensa a voz/a voz resulta um prato/que gira para todos nós” (A voz do dono e o dono da voz, de Chico Buarque). A voz transmite muito mais que palavras. Ela exprime nossos sentimentos mais ocultos e nos caracteriza perfeitamente. A articulação, a entonação e a velocidade da fala também contribuem para que isso aconteça. Apenas ouvindo a voz de alguém podemos formar conceitos sobre a personalidade: se é agressivo, calmo, ansioso, distraído, afetuoso...
“Saiam luas, desçam rios/virem páginas dos pensamentos/lanço estrelas do meu canto/sobre as camas dos apartamentos/.../que palavras sejam gestos/gestos sejam pensamentos/da voz que move nossos corações” (A Voz, de Vander Lee). A voz é o principal som do ser humano, é a nossa respiração audível. É uma massagem de dentro para fora, é expressão sutil das individualidades. São muitas as formas de expressões rítmicas da voz. Esses ritmos apesar de raramente receberem a atenção consciente, têm um papel importantíssimo no processo da comunicação. O ritmo mais evidente na voz é a respiração. Falamos ou cantamos quando expiramos, e silenciamos quando inspiramos.
“A voz vem da cabeça/feita pela vida/é a voz, a vida/veia cheia pelo pique dos sentidos/ave louca na garganta/solta, livre canta/vai, encontra os delírios, os desejos/instiga, liga/corta com timbre de aço/alivia o cansaço/acarinha e ilumina/deslumbra, apaixona e alucina/dá um beijo no menino/lambe a pele da menina/clareia, contamina, incendeia/coração na boca, na vida, na voz/clareia, contamina, incendeia/coração na boca, na vida, na voz” (A Voz, de Gonzaguinha). Na Idade Média, o ato de ler estava sempre ligado ao de falar: a leitura em voz alta era muito difundida. A tradição foi mantida também na Idade Moderna. Ainda no século 19, lia-se muito em voz alta: poesias, livros e cartas. Com o passar do tempo, diante do avanço da alfabetização, a leitura de um texto foi perdendo sua ligação intrínseca com a voz. Nas famílias, manteve-se quando muito o costume de ler para as crianças, quase sempre antes de adormecerem. De uns anos para cá, livros feitos para ser ouvidos, em vez de lidos, fazem grande sucesso na Alemanha. Em tempos em que a atenção se torna cada vez mais dispersa, eles contribuem para a redescoberta da literatura.
“Pudesse o homem só saber o que é o amor/e lhe entregar o coração e a razão/ainda haveria um poeta em cada ser/se o mundo ouvisse o que o amante quer/então seria a vez e a voz da paz/seu porto é um corpo de mulher/e haja o que houver/seja o que o amor quiser/a paz” (A vez e a voz da Paz, de Paulo Sérgio Valle e Paulo Machado). A literatura de cordel é a voz que ainda canta o Nordeste.
“Cantarei até que a voz me doa/pra cantar, cantar sempre meu fado/como a ave que tão alto voa/e é livre de cantar em qualquer lado//Cantarei até que a voz me doa/ao meu país, à minha terra, à minha gente/à saudade e à tristeza que magoa/o amor de quem ama e morre ausente//Cantarei até que a voz me doa/ao amor, à paz cheia de esperança/ao sorriso e à alegria da criança/cantarei até que a voz me doa” (Até que a voz me doa, de José Luis Gordo e José Fontes Rocha). Nos anos 20, época do cinema mudo, os letreiros eram usados para explicar algumas imagens. Esta combinação de texto e imagens deixava transparecer a idéia de que as imagens eram capazes de focar um espaço e um momento particular, com ações e interações humanas as mais variadas, mas que a capacidade de generalização e de interpretação das imagens ficava por conta do texto.
Posteriormente, com o surgimento do cinema sonoro, a partir de 1928, esse discurso foi transferido dos letreiros para a voz, não por acaso chamada em inglês de voice over, já que a preposição over, em inglês, indica que a voz (voice) está acima da imagem e vai cumprir esse papel explicativo. Esse formato, no qual a autoridade foi transferida a alguém que o cineasta colocava como o sujeito falante, predominou no período mais clássico, nas décadas de 40 e 50.
“Até quem sabe a voz do dono/gostava do dono da voz/casal igual a nós,/de entrega e de abandono/de guerra e paz, contras e prós/fizeram bolas de acetato - de fato/assim como nossos avós/
o dono prensa a voz/a voz resulta um prato/que gira para todos nós” (A voz do dono e o dono da voz, de Chico Buarque). A voz transmite muito mais que palavras. Ela exprime nossos sentimentos mais ocultos e nos caracteriza perfeitamente. A articulação, a entonação e a velocidade da fala também contribuem para que isso aconteça. Apenas ouvindo a voz de alguém podemos formar conceitos sobre a personalidade: se é agressivo, calmo, ansioso, distraído, afetuoso...
“Saiam luas, desçam rios/virem páginas dos pensamentos/lanço estrelas do meu canto/sobre as camas dos apartamentos/.../que palavras sejam gestos/gestos sejam pensamentos/da voz que move nossos corações” (A Voz, de Vander Lee). A voz é o principal som do ser humano, é a nossa respiração audível. É uma massagem de dentro para fora, é expressão sutil das individualidades. São muitas as formas de expressões rítmicas da voz. Esses ritmos apesar de raramente receberem a atenção consciente, têm um papel importantíssimo no processo da comunicação. O ritmo mais evidente na voz é a respiração. Falamos ou cantamos quando expiramos, e silenciamos quando inspiramos.
“A voz vem da cabeça/feita pela vida/é a voz, a vida/veia cheia pelo pique dos sentidos/ave louca na garganta/solta, livre canta/vai, encontra os delírios, os desejos/instiga, liga/corta com timbre de aço/alivia o cansaço/acarinha e ilumina/deslumbra, apaixona e alucina/dá um beijo no menino/lambe a pele da menina/clareia, contamina, incendeia/coração na boca, na vida, na voz/clareia, contamina, incendeia/coração na boca, na vida, na voz” (A Voz, de Gonzaguinha). Na Idade Média, o ato de ler estava sempre ligado ao de falar: a leitura em voz alta era muito difundida. A tradição foi mantida também na Idade Moderna. Ainda no século 19, lia-se muito em voz alta: poesias, livros e cartas. Com o passar do tempo, diante do avanço da alfabetização, a leitura de um texto foi perdendo sua ligação intrínseca com a voz. Nas famílias, manteve-se quando muito o costume de ler para as crianças, quase sempre antes de adormecerem. De uns anos para cá, livros feitos para ser ouvidos, em vez de lidos, fazem grande sucesso na Alemanha. Em tempos em que a atenção se torna cada vez mais dispersa, eles contribuem para a redescoberta da literatura.
“Pudesse o homem só saber o que é o amor/e lhe entregar o coração e a razão/ainda haveria um poeta em cada ser/se o mundo ouvisse o que o amante quer/então seria a vez e a voz da paz/seu porto é um corpo de mulher/e haja o que houver/seja o que o amor quiser/a paz” (A vez e a voz da Paz, de Paulo Sérgio Valle e Paulo Machado). A literatura de cordel é a voz que ainda canta o Nordeste.
“Cantarei até que a voz me doa/pra cantar, cantar sempre meu fado/como a ave que tão alto voa/e é livre de cantar em qualquer lado//Cantarei até que a voz me doa/ao meu país, à minha terra, à minha gente/à saudade e à tristeza que magoa/o amor de quem ama e morre ausente//Cantarei até que a voz me doa/ao amor, à paz cheia de esperança/ao sorriso e à alegria da criança/cantarei até que a voz me doa” (Até que a voz me doa, de José Luis Gordo e José Fontes Rocha). Nos anos 20, época do cinema mudo, os letreiros eram usados para explicar algumas imagens. Esta combinação de texto e imagens deixava transparecer a idéia de que as imagens eram capazes de focar um espaço e um momento particular, com ações e interações humanas as mais variadas, mas que a capacidade de generalização e de interpretação das imagens ficava por conta do texto.
Posteriormente, com o surgimento do cinema sonoro, a partir de 1928, esse discurso foi transferido dos letreiros para a voz, não por acaso chamada em inglês de voice over, já que a preposição over, em inglês, indica que a voz (voice) está acima da imagem e vai cumprir esse papel explicativo. Esse formato, no qual a autoridade foi transferida a alguém que o cineasta colocava como o sujeito falante, predominou no período mais clássico, nas décadas de 40 e 50.
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