08 abril 2009

Tragédia de Pompéia, Herculano e Estábias


No ano 79, Pompéia, Herculano e Estábia, no golfo de Nápoles, sul da Itália, eram prósperas cidades cravadas nas encostas do vulcão Vesúvio. Havia pelo menos 900 anos que o vulcão não dava sinais de vida. Dizia-se que ele estava extinto. Subitamente, o vulcão irrompeu no que foi sua maior erupção até hoje. Em volta começa a desabar uma chuva de pedras-pome e pedaços de rocha, arrancados do topo da montanha.


Em Pompéia, a população, cerca de 15 a 20 mil habitantes, não tinha a menor idéia do que estava acontecendo e do que fazer para tentar se salvar. Em 20 minutos, a erupção cobriu a cidade com 2,60 metros de detritos e poeira arenosa. No interior do Vesúvio, após a expulsão da tampa de lava resfriada pós a última erupção, a pressão começou a cair. Até que magma vulcânico foi expelido em uma grande explosão destruindo tudo que encontrava em seu caminho. Uma nuvem de fuligem e gases tóxicos, em forma de cogumelo forma-se no topo no vulcão. As cinzas se precipitam em uma densa chuva, carregada de vapores clorídricos.


Durante os dias 24 e 25, e também em parte do dia 26, a chuva de cinzas não parou. Quando o sol reapareceu, no dia 27, por volta de 80% dos habitantes de Pompéia estavam mortos, a maioria por intoxicação, e soterrados. Pompéia (em latim, Pompeii), antiga cidade da Campânia, no sul da Itália, situa-se a 23km a sudoeste de Nápoles. Fundada pelos oscos, caiu sob domínio grego no século VIII a.C. e foi ocupada pelos etruscos no século VII. Invadida pelos samnitas no final do século V a.C., aliou-se a Roma no século III. A cidade participou da guerra civil do século I a.C. e converteu-se em colônia romana.


O historiador Tácito relata a eclosão de uma revolta popular no ano 59 da era cristã. Três anos depois, um terremoto danificou os edifícios pompeanos e, em 24 de agosto de 79, uma violenta erupção do Vesúvio, próximo à cidade, cobriu-a com uma camada de seis a sete metros de espessura, composta de lapilli (fragmentos de lava) e cinzas vulcânicas. Dos vinte mil habitantes, morreram dois mil.


Herculano (Herculaneum) situa-se a oito quilômetros a sudeste de Nápoles, em parte sob os alicerces da atual localidade de Resina, o que praticamente impossibilitou o acesso às ruínas. Sua história, paralela à de Pompéia, interrompeu-se em conseqüência da mesma erupção. Estábias (Stabiae), situada no extremo oriental do golfo de Nápoles, foi também arrasada pela erupção do Vesúvio.

DESCOBERTAS

As ruínas de Pompéia foram descobertas no final do século XVI. As escavações, que representaram o começo da arqueologia moderna, iniciaram-se em 1709, em Herculano, e em 1748, em Pompéia. Em 1860, os trabalhos arqueológicos se intensificaram e tornaram-se mais sistemáticos, mas foram interrompidos pela segunda guerra mundial. Em Estábias, as pesquisas se reiniciaram em 1949. Muitos edifícios de Pompéia conservaram-se em perfeito estado, dentre os quais se destacam os do forum ou centro urbano: a basílica (lugar para reuniões públicas), o templo da tríade capitolina (Júpiter, Juno e Minerva), o templo de Apolo, o de Ísis, o mercado e o comitium, edifício onde se realizavam as eleições municipais.

Outros conjuntos monumentais são o foro triangular, o anfiteatro, e a palestra ou campo desportivo. Interessantes para os historiadores são as casas particulares, várias delas típicas da classe média provinciana do Império Romano. Costumam ser elegantes, com átrio e pátio interno, mobiliário austero e alegres pinturas murais. A cidade conta também com inúmeras oficinas, lojas, tabernas e banhos públicos. Também são importantes as casas situadas fora do perímetro urbano, como a de Diomedes e a chamada "vila dos mistérios", onde eram celebrados os cultos ao deus Dioniso.

Dois mil anos depois, Pompéia - no sul da Itália, a 23 quilômetros de Nápoles - está sendo novamente destruída. Desta vez, não por razões das forças da natureza, e sim, vítima de sua própria popularidade, do notável abandono das autoridades e de gerações de arqueólogos interessados apenas em escavar o passado e não em preservá-lo. Como uma "cápsula do tempo" que guardou a vida cotidiana no auge do Império Romano, Pompéia é única. Mas seus problemas são tragicamente semelhantes aos que devastam centenas de sítios arqueológicos em todo o mundo, desde as tumbas do Vale dos Reis no Egito, até os pré-históricos pueblos Anazasi, no Oeste dos Estados Unidos.

Considerada um dos mais antigos sítios do mundo, Pompéia fornece uma inquietante visão do que pode ocorrer quando o passado é desenterrado sem nenhum plano para o futuro. Desde que as ruínas foram descobertas em 1748, mais de dois terços dos 66 hectares dentro dos muros da cidade foram desenterrados. Bloco por bloco, arqueólogos italianos, franceses, ingleses e norte-americanos foram retirando aos poucos a camada de cinza vulcânica, com cerca de oito metros de profundidade, que deixou Pompéia praticamente intacta desde agosto de 79 d.C., quando foi sepultada.

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