Quando foi encontrada mortas em sua casa, em Brentwood, na Califórnia, na noite de 05 de agosto de 1962, com o corpo intoxicado de barbitúricos, a atriz Marilyn Monroe tornou-se uma das maiores lendas do mundo encantado de Hollywood. Morria uma estrela, nascia um mito. Nos 32 filmes que realizou, foi aclamada como a namorada sexy da América. Depois foi venerada como mártir de sua própria beleza e irreverência. Sobre ela, desde então, foram escritos mais de 50 livros.
Morta há 48 amos, Marilyn Monroe ainda rende bom dinheiro. A overdose de pílulas teria sido acidente ou suicídio? O mundo discute a morte e, principalmente, a tumultuada vida da estrela, das mais brilhantes que Hollywood criou – e massacrou. Norman Mailer escreveu que Marilyn teria sido assassinada por agente da CIA que odiava os Kennedys e não lhes perdoava o fiasco da Agência na Baía dos Porcos (tentativa de invasão de Cuba, em 1961). Outros, menos famosos, sugerem que Marilyn foi liquidada pela Máfia, a serviço de Jimmy Hoffa, líder sindical mafioso que Robert Kennedy, então ministro da Justiça (1962), perseguia implacavelmente, conseguindo pôr na cadeia (1967). Roberto Slatzer escreveu que os Kennedys precisavam livrar-se de Marilyn, pois ela os ameaçara de revelar à imprensa que havia sido amante de John e Bobby, estragando-lhes a carreira política. Daí monopolizaram o imenso e poderosíssimo aparato federal forjando um suicídio que é, em verdade, um assassinato.
ROMPIMENTO - Ao longo das últimas duas décadas, muitas versões goram contadas a respeito dos três. John, ou Robert, ou ambos, teria sido amante regular de Marilyn nos últimos dois anos da vida da atriz. O rompimento com Robert teria sido uma das causas da provável depressão que levou ao provável suicídio. Em “Deusa – As Vidas Secretas de Marilyn Monroe”, Anthony Summers confirma essas versões e revela contornos escabrosos. Robert Kennedy, com a ajuda do FBI, o poderoso órgão de investigações do governo americano, teria armado um ardiloso estratagema para se livrar de uma inevitável acusação de cumplicidade na morte de Marilyn.
Nascida Norma Jean Baker a 1º de junho de 1926 em Los Angeles, ela jamais viu o pai e mal conheceu a mãe, que foi internada durante muito tempo num hospício. Órfã, a menina Norma Jean andou de família em família, sendo criada em orfanatos e por indiferentes paias adotivos. Para fugir à essa rotina casa-se aos 16 anos, com um operário de uma fábrica de aviões, Jim Daugherty de 21 anos. Divorcia-se nove meses depois.
Em seguida, conhece um fotógrafo que a contrata como modelo: com os cabelos pintados e blusas justas, em 1946 ela aparece em várias capas de revistas. No ano seguinte, é contratada pela empresa cinematográfica Twentien Century Fox, que muda seu nome para Marilyn Monroe. Em 1948, surge em pequenos papéis de filmes classes B, depois posa nua para a famosa foto de calendário que reproduziu seu corpo anonimamente pelo mundo.
Uma ponta como a sensual namorada de um gangster no clássico “O Segredo das Jóias” (1950), de John Huston, inicia a sua carreira de estrela. Depois fez um papel secundário em “A Malvada”, estrelado por Bette Davis e Anne Baxter e cativa o público mesmo contracenando com essas grandes estrelas. Segue “Só a Mulher Peca”, um drama passado na brumosa costa norte do Pacífico, entre operários de fábricas de conserva de pescado. O filme é um sucesso e a Fox aproveita e inclui Marilyn em mais quatro filmes naquele ano. Todos têm sucesso: “O Inventor da Mocidade”, uma comédia maluca de Howard Hawks, e “Almas Desesperadas”, em que ela faz uma babá psicótica.
O brilho de Marilyn chega na fila “Torrentes de Paixão” onde Hanry Hathaway, o diretor, fez a atriz usar saltos exageradamente alto justamente porque ela não sabe andar direito com eles, o que acentua ainda mais seu rebolado. “Depois da guerra, o erotismo cinematográfico deslocou-se das coxas para os seios. Marilyn Monroe fez com que ele ficasse entre os dois”, escreveu o crítico André Bazin. Comentário desse tipo, no mundo inteiro, festejava a sensualidade inquieta daquela que se tornava o símbolo sexual dos anos 50.
Com a apoteose de “Torrentes de Paixão”, a carreira de Marilyn dispara. Logo em seguida, ela filma “Os Homens Preferem as Louras”, a história de duas moças obcecadas por achar um marido. Dirigido por Howard Hawks em tom de comédia musical, o filme justa a exuberância séria da morena Jane Russel com a provocação delirante da loira Marilyn. Como havia vários números musicais, Marilyn pôde mostrar seus talentos de cantora dançarina. O sucesso do filme garantiu à atriz um espaço na Calçada da Fama, em frente ao Chinese Theatre, onde deixou a marca de suas mãos. Na ocasião, ela também se torna capa da revista Time, que afirma: “No panteão pagão de Hollywood, Marilyn é a deusa do amor”.
Ela atua depois em “Como Agarrar um Milionário”, segundo filme feito em cinemascope, no qual divide as honras de estrela como Betty Grable e Lauren Bacall, mas fica com todas as glórias. Casa-se com Joe Di Maggio, um ídolo nacional do beisebol. Ele, um católico descendente de italianos, não se dá bem com a liberalidade e a mentalidade pragmática de Marilyn. Como bom latino, tem um ciúme doentio. E tudo acaba em divórcio.
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