Jardim dos Animais/Paraíso (Fagner / Fausto Nilo)
Amanhece na luz da campina
Anoitece no meu coração
Tanta terra cabe nessa rima
Só não cabe minha solidão
Maninha, meu amor
Onde é que eu vou?
Qual o caminho
Há de haver lugar
Pra iluminar
Eu quero todo teu amor
Que todo mundo saiba
Quero muito fogo
Pra toda essa palha
Quero um verso novo pra continuar
A fera quer que o mundo morra
E todo mundo corra
Vem rasgando dólar
Vem cuspindo bala
Queimando as estrelas
Respirando gás
Assim a minha natureza não aguenta mais
Fazer amor, fazer amor
No paraíso
Fazer a luz com teu sorriso é natural
Correr atrás do teu amor
Tão sem juízo
Viver contigo no jardim
Dos animais
Por isso o coração dispara
Quando você chega
Minha noite é cega
Meu sonho é de brasa
Eu erro de casa
E volto sem chegar
Perigo é tudo que separa
A dor e o sorriso
Porta do inferno
Luz do paraíso
Quando te procuro não encontro mais
Aí a minha natureza não aguenta mais.
Marinha (de Ruy Espinheira Filho)
"Meus olhos testemunham
a invisibilidade das ondinas,
a lenta morte dos arrecifes
e os canhões de Amaralina.
Vou, a passo gnominado,
pisando a areia finada praia.
Pombas sobrevoam
os canhões de Amaralina.
Parece a vida estar completa
na paz que o azul ensina.
dos canhões de Amaralina.
Nem a tua ausência, amor, perturba
esta alegria matutina
onde só há o claro e o suave...
(E os canhões de Amaralina?)
Tudo está certo: mar, coqueiros,
aquela nuvem pequenina...
Mas – o que querem na paisagem
os canhões de Amaralina?"
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