22 fevereiro 2010

Ibeji, o orixá criança

Ibeji, o único orixá permanentemente duplo, aproxima-se de Exu pelo seu comportamento arquetípico independente. É formado por duas entidades distintas e sua função básica é indicar a contradição, os opostos que coexistem. Num plano mais terreno, por ser criança. A ele é associado a tudo o que se inicia: a nascente de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.

Seus filhos são pessoas com o temperamento infantil, brincalhonas, sorridentes, irrequietas, de muita energia nervosa. Como marca física, aparentam menos idade do que realmente possuem.

São muito dependentes em seus relacionamentos emocionais, quase sempre teimosos e possessivos.


Ágeis no caminhar, não têm paciência para ficar parados por muito tempo. Odeiam profissões burocráticas e preferem os esportes onde descarregam a e energia e possam competir ou as carreiras que possibilitem algum prazer lúdico. São muito cativantes e carinhosos, com uma sensibilidade sempre à flor da pele; por isso mesmo, magoam-se com facilidade, exageram as contrariedades e agressões que recebem e se deixam levar por mal-entendidos. Gostam de vinganças, que costumam ser rápidas e esquecidas. Tendem a simplificar as coisas, reduzindo o comportamento dos outros a princípios simplistas como “gosta de mim – não gosta de mim”


Como a maior parte das crianças, gosta de estar em meio a muita gente. As pessoas da Umbanda freqüentemente temem Ibeji: poderoso como todo o Orixá, a criança-divindade, entretanto, entende os pedidos de maneira simplista, o que pode levar a conseqüências não previstas pelas entidades em geral. Por outro lado, têm a reputação de ser extremamente fiéis às pessoas que conquistam sua confiança.


No dia de Ibeji, 27 de setembro (o mesmo de Cosme e Damião, com quem são sincretizados), é costume as casas de culto abrirem suas portas e oferecerem mesas fartas de doces e comidas para as crianças, elevadas à condição de representantes na terra do Orixá. Qualquer participação de Ibeji em cerimônias, dá um toque alegre e inconseqüente à ela, sendo freqüente que as comidas ritualísticas a eles oferecidas recebam enfeites como fitas de cetim em cores vivas. A Ibeji se oferece todas as cores vivas e as roupas de seus filhos, em cerimônia, são multicoloridas. São homenageados aos domingos, recebendo como comidas rituais, doces, bolinhos, balas, e refrigerantes. A saudação ao Ibeji é Beje ó ró La ó.


GÊMEOS


Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles. Em troca, pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a orumilá que o levasse para perto do irmão. Sensibilizado pelo pedido, orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.


FONTES:

http://www.africanasraizes.com.br/cultura.html

http://www.acordacultura.org.br

http://bravoafrobrasil.blogspot.com/2009/10/lendas-africanas.html

http://estudoreligioso.wordpress.com

http://www.lendas.orixas.nom.br


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