De 1900 a meados dos anos 60 artistas como George Petty, Earl Moran, Zoê Mozert, Gil Elvgren, Peter Dribén e Alberto Vasgas se dedicaram a pintar mulheres em trajes sumários e provocantes, num estilo hiper-realista, quase fotográfico. Os críticos de arte esnobavam esse tipo de trabalho, discriminavam com a resposta que era “comercial”. Acusação babal uma vez que obras de arte de um Cézanne ou Renois também são comercializadas. Mas quem responde a essa discriminação são os pesquisadores Vharles G. Martignette e Louis K. Meisel. Em 1966 eles lançaram pela editora Taschen, o livro The Great American Pin Up. São 380 páginas com reproduções em cores de exemplares do gênero.
São as pin ups como os americanos se referem ao que seria essa “arte de borracharia”. Isso porque no começo significava apenas um desenho de mulher na parede da oficina. Ela representava o tipo de mulher que muitas garotas americanas gostariam de ser e, sem dúvida, que os homens gostariam que elas fossem. E nas primeiras seis décadas do século XX não havia suporte gráfico que não os usasse: cartões postais, calendários, baralhos, revistas, cartazes de cinema ou teatro, espelhos, anúncios publicitários, capas de livros e discos.
Num universo dominado pelos valores masculinos, as pin-ups (e outras representações artísticas femininas, como as femme fatales ou as vamps) usaram da sexualidade, a principal arma ao seu dispor, para se contrapor ao poder patriarcal e controlar os homens. Esse fenômeno começou com o aumento da influência da burguesia, o surgimento das modernas técnicas de reprodução na imprensa e a invenção da fotografia. Fatores que possibilitaram a popularização da sensualidade feminina como um produto de consumo.
No decorrer do século 20, o fenômeno evoluiu em diferentes manifestações nas artes. Uma delas misturou sensualidade e bom-humor e criou retratos de garotas com seios volumosos, cinturas finas, pernas longas e torneadas e rostos sensuais. Esses retratos, por terem sido feitos originalmente para serem pendurados nas paredes, e por extensão as garotas que serviram de modelos para eles passaram a ser chamados de pin-ups.
Em fins dos anos 60 os borracheiros deixaram de pendurar as pin ups em suas oficinas, preferindo a página central da revista Playboy (a edição de julho da revista Playboy traz a Mulher Melancia em um ensaio fotográfico que homenageia as pin-ups que marcaram época, como Marilyn Monroe e Betty Page). Mas, além do desprestígio crítico, dos preconceitos da época, e da campanha feminista contra o que consideravam uma “exploração machista” do corpo da mulher (apesar de algumas delas como Mabel Rollins Harris, Pearl Frush, Joyce Ballatyne e Zaê Mozert fazerem sucesso pintando garotas).
Para que vocês apreciem o trabalho desses artistas, observem que a pin up é sensual, glamourosa e moleca, mas nunca ofensivo.
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