06 agosto 2009

Gey Espinheira, humanista

Ele pautou sua vida pelas causas sociais, pensava a cidade e buscava soluções para os problemas mais cruciais. Trabalhou em prol dos direitos humanos, da paz, da democracia, cidadania e educação. Colocava seus conhecimentos a serviço de quem precisava, porque tinha fé no ser humano. No dia 16 de março de 2009 o sociólogo e professor Gey Espinheira nos deixou, aos 62 anos. A causa da morte foi câncer de esôfago. “A universidade perde um intelectual poderoso, um crítico refinado e um pensador excelente. É um exemplo para os que o seguirão nas ciências sociais e ciências humanas aplicadas”, afirmou o Reitor da UFBA, Naomar Almeida.


Já o coordenador do Unicef na Bahia, Ruy Pavan disse que “o Unicef reconhece em Gey uma personalidade importante para a militância dos direitos humanos, com visão crítica e coragem. Um exemplo que merece ser seguido”. O dirigente do Projeto Axé, Cesare de La Rocca afirmou: “Era um ser iluminado que espalhava esta luz à sua volta. Em minha memória fica a figura do educador com ´p´ maiúsculo, que queria construir um País melhor”.













HUMANISTA - Considerado por intelectuais como uma das grandes culturas humanistas na Bahia, sua existência foi marcada pela defesa dos direitos humanos, democracia, cidadania e educação. Genialidade na forma de analisar a vida e a sociedade e referência intelectual para jovens estudantes. Essas são algumas das características deixadas pelo sociólogo Gey Espinheira. "Muito difícil falar de Gey – por causa da sua grandiosidade. Ele era a combinação mais perfeita de gente, que resgatava gente onde a sociedade não enxergava. Ele era um pesquisador comprometido na produção de conhecimento e que produzia conhecimento. Gey deixou vários projetos com sua causa nobre - o compromisso com os excluídos. Sua alegria era contagiante", ressaltou a diretora da Escola de Enfermagem da UFBA, Eloniza Costa.

Carlos Geraldo D’André Espinheira, ou simplesmente, Gey Pinheira deixou um legado cultural e de humildade. Ele era pesquisador do Centro de Recursos Humanos Ufba, professor adjunto da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e consultor do Centro de Formação do Projeto Axé. Sua vida intelectual era voltada para as ciências humanas. Aos 23 anos era graduado pela Ufba em Ciências Sociais, aos 28 anos mestre pela Universidade Federal da Bahia e aos 45 anos doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo.

Gey tinha experiência na área de sociologia, com ênfase em Sociologia da Saúde, atuava especialmente nos temas direitos humanos, violência, democracia, cidadania e educação. Era também Líder do Grupo de Pesquisa registrado do Direito de Pesquisa do CNPq: "Cultura, cidade e democracia; sociabilidade, representações e movimentos sociais urbanos". Sua vida foi dedicada ao estudo e ao aprendizado constante, sua essência era expandir conhecimentos, escreveu diversos artigos e livros como: "Os limites do indivíduo: mal-estar nacionalidade, os limites do individuo na medicina e na religião" e "A casa e a rua". Foi também o vencedor no gênero na 2ª Edição do Concurso Literário Bahia de Todas as Letras da Editora - EDITUS - da Universidade Estadual de Santa Cruz-Ba, com o romance "Relógio da Torre".

TRAJETÓRIA


Carlos Geraldo D'Andrea Espinheira, nasceu na cidade de Poções. Ele era graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1970), mestre pela Universidade Federal da Bahia (1975) e doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (1997). Também era pesquisador do Centro de Recursos Humanos e professor adjunto da Ufba. Sociólogo e professor Gey atuou no Centro de Recursos Humanos da Faculdade de Filosofia da UFBa, onde liderava um grupo de pesquisa sobre cidade, cultura e democracia. Na gestão do professor Orlando Santiago, na época presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) fez o plano estratégico de ação da instituição (2007/2008).


Gey atuava principalmente nos seguintes temas: direitos humanos, violência, democracia, cidadania e educação. Líder do Grupo de Pesquisa "Cultura, cidade e democracia: sociabilidade, representações e movimentos sociais urbanos", era autor de diversos livros e artigos, sendo o mais recente: "Os limites do indivíduo: mal-estar na racionalidade, os limites do indivíduo na medicina e na religião". Atuou, também, como consultor do Planejamento Estratégico Participativo de Ação do Centro de Formação do Projeto Axé. Em dezembro passado, o Fórum Comunitário de Combate à Violência (FCCV), a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal da Bahia e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) promoveram, no encerramento das atividades do FCCV em 2008, uma homenagem a Gey. No convite, as entidades o destacaram "pelo talento e dedicação ao trabalho em prol da garantia de direitos dos jovens, de uma melhor compreensão das dinâmicas sociais relacionadas com violência".


O sociólogo ganhou em 2003 o título de cidadão de Salvador pela Câmara Municipal, Menção Honrosa Prêmio Jaime Wright de Direitos Humanos no ano de 2005, além de outros títulos importantes. Líder do Grupo de Pesquisa registrado do Diretório de Pesquisa do CNPq: "Cultura, cidade e democracia: sociabilidade, representações e movimentos sociais urbanos". Autor de diversos livros e artigos, sendo o mais recente: "Os limites do indivíduo: mal-estar na racionalidade, os limites do indivíduo na medicina e na religião". Salvador: Fundação Pedro Calmon, Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia, 2005.


Com o romance "Relógio da Torre" foi o vencedor no gênero na 2a. Edição do Concurso Literário Bahia de Todas as Letras da Editora - da Universidade Estadual de Santa Cruz-Ba (2007). Em 2008, pela editora da UFBA (EDUFBA) publicou Metodologia e prática do trabalho em comunidade e Sociedade do Medo (org): teoria e método da análise sociológica em bairros populares de Salvador: juventude, pobreza e violência.


IMERSÃO NA VIDA DOS EXCLUÍDOS

“A barba podia indicar a proximidade de um profeta. O olhar, profundo, podia nos induzir à imagem do sábio. A atitude paciente de ouvir o interlocutor, podia deixar trair a vocação do mestre. A fala fascinava, a indicar o tribuno. Quem sabe, Gey Espinheira tenha sido tudo isso, e muito mais (...) Gey viveu com intensidade a sua dimensão de ser político. A política em Gey se fazia pela sua imersão na vida dos excluídos, pelo esforço cotidiano na construção de uma sociedade verdadeiramente democrática, pela insistência em conferir a condição de protagonista aos cidadãos e cidadãs do povo e pela atitude generosa de distribuir o seu notável conhecimento com toda a sociedade”.(Emiliano José, jornalista e escritor. A Tarde.30/03/2009. Pag.A3)

“O professor Gey Espinheira marcou gerações, seus alunos e ex-alunos sempre o consideraram um mestre maior. E muito maior, pois foi ele também um mestre de vida, levando para a sua – especialmente para as áreas esquecidas, abandonadas, às quais os poderes públicos só vão para perseguir, prender, assassinar – seu conhecimento, sua indignação, sua solidariedade, sua forte palavra de denúncia. Gey nada teve de sociólogo de departamento ou gabinete. Cumpriu também suas obrigações universitárias, fez mestrado, doutorado, publicou livros eruditos, literatura, escreveu dezenas de artigos científicos, exerceu cargos administrativos, porém ia muito além dessas tarefas, ultrapassando os muros acadêmicos e participando diretamente dos fatos de sua cidade e do mundo. Dedicava-se essencialmente ao ser humano, aos seus direitos e à sua dignidade. Foi assim desde cedo, muito jovem, estudante, enfrentando nas ruas os gorilas da ditadura, como em seus primeiros trabalhos como sociólogo” (Ruy Espinheira Filho, escritor, poeta. A Tarde. 26/03/2009.Pag.A3)



“Ao longo de sua vida profissional, Gey praticou feliz casamento entre ciência e magistério, sem deixar de ser amante da vida mundana da cidade, amando os prazeres das noites boêmias, mas também sendo presença solidária no duro cotidiano dos bairros populares. Muitos destes contaram fisicamente com seus olhos e ouvidos, finas antenas a partir das quais fluíam o som poderoso de sua fala e a prosa de seus livros” (Paulo Fábio Dantas Neto. Professor do Dep. de Ciência Política e diretor do Centro de Recursos Humanos da Faculdade de Filosofia da UFBA. A Tarde. 02/04/2009. Pág.A3)


----------------------------------------------------

Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´lma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves) e na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela)

6 comentários:

  1. Prezado Gutenberg,

    Gostaria de entrar m contato com D. Ita, viúva do Prof. Gey, poderia me indicar algum?

    Grato,

    Hilton Rodrigues Jr.
    hiltonrodriguesjr@hotmail.com
    71-32353405

    ResponderExcluir
  2. Hilton,

    Conheci Gey aqui na UPB com suas palestras e o contato em seus trabalhos.
    Não tive contato com ninguém de sua família

    Gutemberg

    ResponderExcluir
  3. Hilton,

    Conheci Gey aqui na UPB com suas palestras e o contato em seus trabalhos.
    Não tive contato com ninguém de sua família

    Gutemberg

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Boa noite Gutemberg meu nome é Alan sou estudante em Psicologia, gostaria de saber se tem algum artigo ou o livro limites do individuo em pdf qualquer coisa me manda pro meu gmail...
    emunys@gmail.com obrigado pela atenção tenha uma ótima noite!

    ResponderExcluir