25 março 2009

Dia 26 (amanhã) no Espaço Unibanco de Cinema tem lançamento: Bahia, um estado d´alma

Para comemorar os 460 anos de fundação da cidade de Salvador, o jornalista e pesquisador Gutemberg Cruz lança nesta quinta-feira (dia 26) no Espaço Cultural Unibanco (Galeria do Livro) Cinema Glauber Rocha (Praça Castro Alves) a partir das 18h30min o livro “Bahia, um estado d´alma”. Capa e contra capa com ilustração do artista gráfico Wilton Bernardo. O livro está à venda nas livrarias: LDM (Livraria Multicampi, Piedade), Galeria do Livro (Espaço Cultural Unibanco na Praça Castro Alves e Boulevard 161, Itaigara) e Pérola Negra (Canela). A jornalista Cathyanne Rodriguez no prefácio informa: “A Bahia é um estado d’alma. (...). Não faz diferença que o baiano more em Paris ou Grécia, num casarão vitoriano ou num apartamento modernista, a Bahia o habita. Assim, a Bahia é onipresente. Cada um a carrega vida afora à sua maneira. Cada um tem a sua Bahia.. É assim que Gutemberg Cruz inicia sua obra: com emoção e simplicidade. E isso é recorrente ao longo de cada capítulo. Mesmo aquele que nunca foi a Bahia, sente-se caminhando por entre as descrições sensoriais do autor. Mais do que puro e simplesmente ler um livro, passeia-se pelo barroco, pelos becos escuros, pelos mistérios, encantos, sons, cheiros, imagens, sensações e emoções da Bahia”.

(Na foto, Gutemberg e a jornalista Cathyanne)
“Além de conhecer a Bahia, o autor presenteia o leitor ainda com o desvendamento de mitos, lendas e curiosidades desta terra. Uma das lendas que corre mundo afora é de que Salvador possui 365 igrejas, uma para cada dia do ano. O autor, sabiamente não desmitifica isso dando o número exato de igrejas, ele faz melhor: elucida a razão pela qual a capital baiana ostenta tantas basílicas e templos religiosos. Segundo ele, a disposição dos baianos para a festa, as transgressões e o caráter lascivo foram motivos suficientes para que nossos colonizadores erguessem tantas igrejas: para que as pessoas confessassem seus pecados. E tome igreja em cada esquina!”

ABENÇOADA - “A Bahia é, de fato, uma terra abençoada. O capricho da natureza é evidente no seu litoral de praias tranqüilas recheadas de coqueiros. Salvador carrega a fama de possuir 365 igrejas, uma para cada dia do ano, no puro estilo barroco. Símbolos da cidade como o Elevador Lacerda, o Farol da Barra e o Pelourinho encantam os visitantes. Aqui foi o berço onde se proliferaram movimentos que modificaram padrões estéticos de alguns segmentos da arte produzida no Brasil. A Bahia impulsionou o surgimento de notáveis escritores, músicos, políticos, juristas e educadores”.

“A fusão dos sons dos atabaques dos candomblés e o ritmo do samba-reggae, que costumam invadir as noites, transformam a capital da Bahia numa cidade diferente. Mais do que encantadora malemolência e jingado do povo baiano, chamam a atenção dos visitantes o sincretismo religioso e a beleza da cidade velha, que reúne um dos principais acervos culturais do país. São obras e monumentos do período renascentista, sacro, barroco, rococó e neo-clássico, distribuídos em pelo menos 166 igrejas e dezenas de museus. As estreitas ruas das íngremes ladeiras do Centro Histórico de Salvador, onde está localizado o Pelourinho, faz as pessoas retornarem ao passado. Casarões se perfilam por quarteirões inteiros, relatando, séculos depois, o fausto de uma época marcada pela riqueza e o rigor no trato com a população negra. Hoje os moradores do Pelourinho se destacam pela busca de uma cidadania outrora negada, e entidades como o Olodum se fortalecem dia a dia”.

PLURALIDADE - “A formação geográfica de Salvador, de forma triangular e cercada pelo mar em dois lados, concede condições privilegiadas para se aproveitar o sol, enquanto uma breve brisa sopra constantemente, tornando o clima muito agradável. Capital da pluralidade misturando novo e antigo na alegria de uma gente que soube guardar herança cultural de três raças e mescla-las numa só, criando esta identidade tão peculiar, que distingue o baiano de todos os outros povos dopais continente Brasil. Durante debate sobre conceito de Nação com teóricos do Partido Comunista da União Soviética, em Moscou, o dirigente comunista baiano Armênio Guedes, solicitado a dar sua opinião sobre o Brasil, respondeu, segundo Jorge Amado em “Navegação de Cabotagem”: “Se o Brasil é uma nação eu não sei. Conheço pouco de Brasil. Mas que a Bahia é uma nação, é, sem a menor dúvida”.

"A cidade mais antiga do Brasil, que completa 460 anos de vida, reúne praias belíssimas como a de Itapuã e a de São Tomé de Paripe, e parques de beleza natural como de Pituaçu, Abaeté e São Bartolomeu. O cidadão de Salvador nunca perde de vista a identidade. No simples sorriso que recepciona os visitantes ou na amistosa saudação aos íntimos (“diga aí, meu rei!”), no mergulho na Baía de Todos os Santos ou na subida da Colina Sagrada e na ritualística celebração, de bermuda e camiseta na Fonte Nova em dia de Ba Vi este povo exala o charme maior da cidade. O soteropolitano que recebe os turistas com um largo sorriso sabe que sua cidade é de Oxum, deus das águas doces, da malemolência, do dengo e dos mistérios. Assim é a Bahia, “terra da felicidade”, “cidade mãe” porque é acolhedora, cidade do sol, sempre sorrindo, do samba de roda, do som saliente, sabores sortidos e suculentos, e rica em tradições. Uma terra ao mesmo tempo singular e plural”.

No passeio pela Bahia, Gutemberg mostra a identidade visual de muitos municípios como Porto Seguro, a cidade monumento, Caravelas e o Arquipélago de Abrolhos, Ilhéus a terra dos romances de Amado, Itacaré ótima para o surf, Canavieiras a capital do caranguejo, Valença terra do camarão, Mucugê e o cemitério bizantino, Abaíra e sua boa cachaça, Iraquara cidade das grutas, Lençóis a capital do diamante, Paulo Afonso a terra dos esportes radicais, Juazeiro a capital da irrigação, Tucano e suas águas minerais, Monte Santo a terra dos peregrinos, Barreiras a capital da soja e Bom Jesus da Lapa a cidade santuário, da fé.

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