17 fevereiro 2009

Quero ficar em seu corpo feito tatuagem (5)

Tatuar o corpo significa introduzir pigmentos na derme. Quando isso acontece, a presença desse corpo estranho (o pigmento) é logo sentida pelo organismo. Daí o organismo tende a expulsá-la e o resultado é que, em vez de tatuagem, o que fica é uma cicatriz. Segundo os médicos, não existe tratamento 100% eficaz para a remoção de tatuagens quando se deseja ou necessita retirá-las. "As marcas permanecem sempre, mesmo quando é o organismo quem as rejeita", ressalta.

Os profissionais da medicina afirmam que para retirar as tatuagens são necessários métodos de abrasão (pequenas cirurgias) ou laser. Entretanto, a resposta depende da cor dos pigmentos da tatuagem e do processo utilizado para fazê-la. "Em geral, sempre fica alguma seqüela como cicatriz ou mancha. Alem do mais, as cirurgias são caras e demandam equipamentos específicos, muitas vezes não disponíveis", completa. E lembra que não existe método que possa ser considerado mais ou menos eficaz. "O resultado vai depender da característica do paciente. Cada caso deve ser estudado com cuidado e o profissional que realizará o procedimento irá decidir qual o melhor caminho de recomposição da pele".
Todos os vestígios nos levam a crer que a prática de marcar o corpo é tão antiga quanto à própria humanidade. Não se sabe ao certo quando a prática começou, um dos registros mais antigos foi detectado no famoso Homem do gelo, múmia com aproximadamente 5,3 mil de anos descoberta em 1991 nos Alpes.
Algumas linhas azuis marcadas em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem já encontrado ou cicatrizes de algum tratamento medicinal adotado pelos povos da Idade da Pedra. Já as múmias egípcias femininas, como a Amunet, que teria vivido entre 2160 e 1994 a.C. apresentam traços e pontos escritos na região do abdome, indicando assim que a tatuagem, no Egito Antigo, poderia ter relação com cultos à fertilidade.
Além do uso em rituais, a tatuagem serviria também como identificação de grupos sociais, marcação de prisioneiros, ornamentação e até como camuflagem. Com o cristianismo a técnica caiu em desuso no Ocidente e foi proibida.
Tal tradição somente foi descoberta em 1769, quando o navegador inglês James Cook realizou uma expedição à Polinésia e registrou o costume em seu diário de bordo: “homens e mulheres pintam o corpo. Na língua deles, chamam isso de tatau. Injetam pigmento preto sob a pele de tal modo que o traço se torna indelével”. Após cem anos, Charles Darwin afirmaria que nação alguma desconhecia a arte da tatuagem, de fato a maioria dos povos do planeta praticavam ou havia praticado algum tipo de tatuagem.
Em 1891, surge à máquina elétrica de tatuar, com isso o hábito se espalhou ainda mais pela Europa e pelos Estados Unidos. Até o final do século XX, a pele desenhada, até então era quase uma exclusividade de marinheiros e presidiários, atualmente é uma das modas mais duradouras entre os jovens pertencentes as mais diferentes classes sociais.
Em Salvador, os tatuadores da península itapagipana fundaram em 1993 a Associação Movimento Unificado dos Tatuadores Itapaginanos (Amuti) realizando exposições para tentar a adesão de mais tatuadores do estado. O mais famoso tatuador da Bahia foi um maranhense criado no Rio de Janeiro, Luis Carlos Carvalho Souza, o Binga. Começou fazendo tatuagem nele mesmo quando era adolescente. Os amigos começaram a requisitá-lo e a demanda aumentou tanto que ele passou a cobrar por cada tatoo que imprimia no corpo da galera. Virou negócio e ele estudou, tomou cursos, participou de encontros para intercambiar conhecimentos com feras de fama internacional e abriu um atelier na Barra. Outro importante tatuador da cidade foi Salustio Anthony´s, o Urubu, muito conhecido por todos que frequentavam a praia da Terceira Ponte em Jaguaribe ou o Terceiro Piso do Shopping Barra.

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