10 novembro 2008

Sociedade em rede (1)

O surgimento das redes de computadores foi uma conquista importante para a humanidade. É cada vez mais fácil conectar pessoas em diferentes continentes por meio eletrônico ou digital. Com as novas tecnologias de informação e comunicação, as redes se tornaram um dos fenômenos sociais mais proeminentes de nossa era. Por muito tempo, “construir redes” tem sido uma das principais atividades de organizações políticas de base. O movimento ambientalista, o movimento para os direitos humanos, o movimento feminista, o movimento pela paz, e vários outros movimentos de base política e cultural têm se organizado como redes que ultrapassam fronteiras sociais.

Essa nova forma de organização das atividades humanas foi cunhada pelo sociólogo Manuel Castells como “sociedade em rede”. O foco nas redes, em ciência, começou nos anos 20, quando ecologistas viram os ecossistemas como comunidades de organismos ligadas em forma de rede através de relações de alimentação, e usaram o conceito de cadeias alimentares para descrever essas comunidades ecológicas. Assim a rede é um padrão comum para todo tipo de vida. Onde quer que haja vida, vimos redes.

Essas redes vivas são funcionais, de relacionamentos entre vários processos. Na célula, esses processos são reações químicas entre moléculas celulares. Na cadeia alimentar, os processos são os de alimentação, de organismos comendo uns os outros. Nessas redes vivas sua característica-chave é a autogeneração, ou seja, na célula todas as estruturas biológicas são produzidas, reparadas e regeneradas continuamente pela rede celular. Todos os organismos vivos têm um limite físico que discrimina o sistema – o “ser” e seu ambiente. Células, por exemplo, estão encerradas por membranas e, animais vertebrados, por peles. Desde o início, a vida na Terra está associada à água. Bactérias se movem na água e o metabolismo no interior de suas membranas se dá em um ambiente aquoso. O pesquisador Fritjof Capra estudou o conceito sistêmico de vida para o campo social no seu livro “Conexões Ocultas”, além de “A Teia da Vida”.

A necessidade constante de inovação nos negócios é um dos fatores chave da emergência e visibilidade que as redes sociais têm alcançado. Redes sociais são estruturas dinâmicas e complexas formadas por pessoas com valores e:ou objetivos em comum, interligadas de forma horizontal e predominantemente descentralizadora. Os movimentos de sociedade civil na busca por soluções para problemas sociais crônicos, como fome, miséria e violência, têm contribuídos para um interesse ainda maior nas redes sociais e suas propriedades. Os conselhos políticos internacionais, as redes terroristas, as associações de classes, as redes de especialistas e acadêmicos são exemplos práticos de redes sociais.
Há duas formas de redes – densamente conectadas e ramificadas – que transmitem vírus biológicos, computacionais e de mercado. As redes densamente conectadas promovem a rápida disseminação de um vírus e aumentam a probabilidade de que muitos dos membros serão afetadas. As redes ramificadas permitem a ampla disseminação viral, passados por diferentes meios. Os três tipos de vírus dependem das redes muito mais para sua disseminação do que para seu crescimento local.
Os vírus biológicos necessitam de contato com seres humanos ou outros animais para serem transmitidos. Frequentemente, mutantes, e a prevenção de sua disseminação envolve isolamento físico. O vírs computacionais são produzidos por hackers ou especialistas em ciberguerra. Se geralmente transmitia pela internet, embora o compartilhamento de arquivos seja outro vetor equivale ao compartilhamento de seringas no caso dos vírus biológicos. Já o vírus de mercado (na prática há milênios), o vírus de marketing é o tipo mais recentemente reconhecido. Há o boca-a-boca de produtos ou serviços, ou líderes inspiracionais como as estrelas de equipes esportivas.

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