Uns amam outros odeiam. Em um tempo mínimo ela fornece a um máximo de pessoas a única substância que ainda possa mobilizá-las: a indignação e a emoção. É uma tática indispensável, mas que não deixa de apresentar perigos, pois a televisão, é o mínimo que se pode dizer, não tem boa imagem. Ela desacredita tanto quanto legitima. Escravizadas pelas indicações das pesquisas de audiência, submetidas à imperiosa lógica do espetáculo e do entretenimento, a cultura e a informação midiáticas estariam, se ouvirmos os rumores, em vias de perdição.
Por necessidades técnicas tanto quanto ideológicas, a rapidez prima sobre a exigência de seriedade, o vivido sobre o concebido, o visível sobre o invisível, a imagem-choque sobre a idéia, a emoção sobre a explicação. Após as ilusões e as vaidades do “Estado cultural”, são estão as da “sociedade midiática” que devem ser agora desvendadas.
A crítica a tevê foi desenvolvida com eloqüência por Régis Debray em “L ´État séducteur”, Gallimard, em 1993. Vamos saber o que ele disse: “Eu fiz o teste, quase disse a prova: ler os 15 ou 20 livros recentemente dedicados aos malefícios da sociedade midiática. A lista é impressionante, e poderíamos crer que a televisão tomou o lugar do próprio Diabo. A seguir, sem nenhum acréscimo de minha parte e nem exagero de qualquer tipo, desordenadamente, o que pude trazer desse mergulho antimidiático: a televisão aliena os espíritos; mostra a todo mundo a mesma coisa; veicula a ideologia de quem a fabrica; deforma a imaginação das crianças; empobrece a curiosidade dos adultos; adormece os espíritos”
“È um instrumento de controle político; fabrica nossas formas de pensamento; manipula a informação; impõe modelos culturais dominantes, para não dizer burgueses; só mostra de maneira sistemática uma parte do real, esquecendo a realidade urbana, as classes médias, o trabalho terciário, a vida do campo, o mundo operário; marginaliza as línguas e as culturas regionais; engendra a passividade; destrói as relações interpessoais nas famílias; mata o livro e toda cultura “difícil”; incita à violência, à vulgaridade assim como à pornografia; impede as crianças de se tornarem adultas; concorre de maneira desleal com os espetáculos vivos, circo, teatro, cabaré ou cinema; gera a indiferença e a apatia dos cidadãos por intermédio da sobre informação inútil; abole as hierarquias culturais; substitui a informação pela comunicação, a reflexão pela emoção, o distanciamento intelectual pela presença de sentimentos voláteis e superficiais; desvaloriza a escola...”
“Podemos nos perguntar como tal monstro ainda pode se beneficiar da cumplicidade das autoridades civis, para não falar do próprio povo. Podemos nos perguntar como, cada noite, a imensa maioria dos cidadãos se divide entre os que estão diante da telinha e aqueles que, mesmo criticando-a, se interrogam quanto à maneira mais viável de ter acesso a ela da maneira mais fácil...”.
Por necessidades técnicas tanto quanto ideológicas, a rapidez prima sobre a exigência de seriedade, o vivido sobre o concebido, o visível sobre o invisível, a imagem-choque sobre a idéia, a emoção sobre a explicação. Após as ilusões e as vaidades do “Estado cultural”, são estão as da “sociedade midiática” que devem ser agora desvendadas.
A crítica a tevê foi desenvolvida com eloqüência por Régis Debray em “L ´État séducteur”, Gallimard, em 1993. Vamos saber o que ele disse: “Eu fiz o teste, quase disse a prova: ler os 15 ou 20 livros recentemente dedicados aos malefícios da sociedade midiática. A lista é impressionante, e poderíamos crer que a televisão tomou o lugar do próprio Diabo. A seguir, sem nenhum acréscimo de minha parte e nem exagero de qualquer tipo, desordenadamente, o que pude trazer desse mergulho antimidiático: a televisão aliena os espíritos; mostra a todo mundo a mesma coisa; veicula a ideologia de quem a fabrica; deforma a imaginação das crianças; empobrece a curiosidade dos adultos; adormece os espíritos”
“È um instrumento de controle político; fabrica nossas formas de pensamento; manipula a informação; impõe modelos culturais dominantes, para não dizer burgueses; só mostra de maneira sistemática uma parte do real, esquecendo a realidade urbana, as classes médias, o trabalho terciário, a vida do campo, o mundo operário; marginaliza as línguas e as culturas regionais; engendra a passividade; destrói as relações interpessoais nas famílias; mata o livro e toda cultura “difícil”; incita à violência, à vulgaridade assim como à pornografia; impede as crianças de se tornarem adultas; concorre de maneira desleal com os espetáculos vivos, circo, teatro, cabaré ou cinema; gera a indiferença e a apatia dos cidadãos por intermédio da sobre informação inútil; abole as hierarquias culturais; substitui a informação pela comunicação, a reflexão pela emoção, o distanciamento intelectual pela presença de sentimentos voláteis e superficiais; desvaloriza a escola...”
“Podemos nos perguntar como tal monstro ainda pode se beneficiar da cumplicidade das autoridades civis, para não falar do próprio povo. Podemos nos perguntar como, cada noite, a imensa maioria dos cidadãos se divide entre os que estão diante da telinha e aqueles que, mesmo criticando-a, se interrogam quanto à maneira mais viável de ter acesso a ela da maneira mais fácil...”.
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