Pra Poder Te Amar (Martinho da Vila)
O amor não tem cor
O amor não tem idade
O amor não vê cara
Nem religião
Não faz diferença
Do rico e do pobre
O amor só precisa
De um coração...
O amor não tem tom
Nem nacionalidade
Dispensa palavras
Basta um olhar
O amor não tem hora
Nem fórmula certa
Não manda recado
Chega prá ficar...
O amor entrou na minha vida
Quando te encontrei
Olhei no teu olhar
E me apaixonei
Foi tanta emoção
Não deu prá segurar
Não deu!...
O amor contigo ao meu lado
É cada vez maior
Quero me batizar
No sal do teu suor
E ter a vida inteira
Prá poder te amar...
O amor não tem cor
O amor não tem idade
O amor não vê cara
Nem religião
Não faz diferença
Do rico e do pobre
O amor só precisa
De um coração...
O amor não tem tom
Nem nacionalidade
Dispensa palavras
Basta um olhar
O amor não tem hora
Nem fórmula certa
Não manda recado
Chega prá ficar...
O amor entrou na minha vida
Quando te encontrei
Olhei no teu olhar
E me apaixonei
Foi tanta emoção
Não deu prá segurar
Não deu!...
O amor contigo ao meu lado
É cada vez maior
Quero me batizar
No sal do teu suor
E ter a vida inteira
Prá poder te amar...
O amor entrou na minha vida
Quando te encontrei
Olhei no teu olhar
E me apaixonei
Foi tanta emoção
Não deu prá segurar
Não deu!...
O amor contigo ao meu lado
É cada vez maior
Quero me batizar
No sal do teu suor
E ter a vida inteira
Prá poder te amar
Prá pode te amar...
Prá pode te amar
Amar, amar, amar
Amar, amar, amar
Prá poder te amar!...
Antielegia de Agosto (Ruy Espinheira Filho)
"... a mensagem que ensinava a esperar, a combater, a calar, desprezar e ter amor".
Carlos Drummond de Andrade: "Mas Viveremos"
As estações do coração cessaram
há dez anos em ti. Em nós, no entanto,
ainda se abrem com a luz do encanto
dos teus primeiros versos que pousaram
em nossa mocidade, uma oferenda
sutil, porém espessa, e nossa vida
dela embebeu-se até (hoje vivida)
a madureza, essa terrível prenda.
A nossa vida, que se fez segundo
tuas palavras. Só nos embalavam
teus versos graves, que em nós pulsavam
como um coração maior que o mundo
— ou menor, que importava? Um coração
nos corações, cantando-nos toadas
amorosas, desejos, saqueadas
montanhas, desencantos, solidão
(que — tu o disseste — é também palavra
de amor), ternuras, sonhos, ironia,
humor, em sopro vasto de poesia
que circulava em nós e ainda lavra
em nossos dias. Tua voz soava
em nossa voz. E nada se fazia
sem ela a ritmar a alegria
ou a tristeza. Tudo se cantava
segundo o Poeta, o irmão maior: assim
no bar como no baile; assim na rua
como no mangue, ao vento, ao sol, à lua;
assim na escola como no jardim
onde giravam Dulces, Beatrizes,
Rosas, Leonoras, Cármens... (e ainda estão
girando, e vão e vêm, e vêm e vão
em névoa anterior às cicatrizes
e outras memórias). Exigiam rumbas,
algumas; outras, valsas; outras, ambas
— e ainda havia as que dançavam sambas
bravos, violentos, sobre as nossas tumbas.
Ah, nunca é fácil essa dança... O amor
é isso que você está vendo: hoje
beija, amanhã não beija, depois foge
e ficamos coçando a nossa dor
de cotovelo. E então, contigo, íamos
a outras danças: em Berlim, fraternos,
entrávamos com o russo; os infernos
da guerra se evolavam; e o que ouvíamos
era uma voz falar de um tempo novo,
sem igrejas, quartéis, ouro, bandeiras,
país de todo homem, sem fronteiras:
voz da tua canção, rosa do povo.
O mundo não pesava mais que mão
de criança em nossos ombros. E as almas
eram confiantes e fitavam, calmas,
o horizonte futuro: amplidão
de esperanças. O sonho se cumpria.
Era só caminhar na claridade
e semear a terra e ter vontade
de amanhecer no azul que amanhecia.
Se assim não foi, se agora a incerteza
se alastra, pouco importa. Em nós se esconde,
e queima, um fogo — e a um grito ainda responde
outro grito, outro homem, outra certeza.
Teu coração repousa. Mas a lavra
de tua voz persiste. Em nós, ainda,
traça seu sulco fértil, que não finda
essa rosa, esse canto, essa palavra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário