10 julho 2008

Sérgio Mattos registra a memória da imprensa contemporânea da Bahia

No próximo dia 15, terça-feira, a partir das 18h, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), na Piedade, está programado o lançamento do livro “Memória da Imprensa Contemporânea da Bahia”, organizado pelo jornalista e professor Sérgio Mattos. A obra integra o programa comemorativo dos 200 anos da instalação da imprensa no Brasil. O prefácio, da presidente do IGHB, Consuelo Ponde de Sena, informa que a obra “tem por objetivo recuperar, por meio de depoimentos pessoais, a ação de 23 profissionais da imprensa, a partir da segunda metade do século XX. Pessoas que militaram, ou ainda se mantêm em atividade, em nossa sociedade que, dessa maneira, ficam perenizadas pelo registro de suas ações”.

“Para obter essas informações – informou Sérgio Mattos na apresentação da obra – utilizamos a entrevista, essência do Jornalismo e ferramenta de pesquisa jornalística, para fazer do cidadão-jornalista fonte fundamental para o entendimento da história da imprensa baiana. As entrevistas aqui reunidas foram realizadas pelos alunos da disciplina Técnica de Entrevista e Reportagem, que ministrei no Curso de Jornalismo das Faculdades Integradas Ipitanga/Unibahia, no período de 2002 a 2004, envolvendo um total de 25 alunos”.

Entre os comunicadores entrevistados estão Agostino Muniz (“todo jornal tem e sempre teve função política”), Álvaro Henrique (“jornalista não pode se omitir”), Antonio Carlos Magalhães (“se não fosse o Jornalismo, eu não seria político“), Carlos Navarro (“eu aprendi a fazer Jornalismo brigando”), Emiliano José (“o Jornalismo é uma coisa tão perigosa e tão potencialmente revolucionária que ele foi cercado historicamente por muitos constrangimentos”), Fernando Rocha (“o Jornal da Bahia revolucionou a imprensa baiana”), Florisvaldo Mattos (“a fluidez faz da notícia uma coisa abstrata”), Germano Machado (“o jornalista precisa ser livre e precisa ganhar bem”), José Olimpio da Rocha (“Jornalista que não lê, acaba desaprendendo”), Nelson Varón Cadena (“a comunicação está melhor em todos os sentidos”), e Paolo Marconi (“o jornal existe em função do leitor”). Fernando Vita, Ivan Pedro, João Falcão, José Valvede, Manoel Ferreira Canário, Pancho Gomes, Perfilino Neto, Raimundo Varella, Reynivaldo Brito, Samuel Celestino, Sérgio Mattos e Tasso Franco foram os outros profissionais entrevistados.

Para a jornalista e professora Matilde Schnitman, “dois aspectos merecem destaque nesse primeiro título do Projeto Memória da Imprensa Contemporânea da Bahia, organizado por Sérgio Mattos. O fato de ser uma atividade acadêmica de futuros jornalistas e o ineditismo de abordar a história da imprensa na Bahia tomando como fonte o trabalhador da notícia, o ´cidadão-jornalista´, observador privilegiado e responsável por levar a público fatos transformados em notícia”.

“Instilar nos jovens jornalistas o gosto da pesquisa, especialmente da pesquisa histórica, é indubitavelmente um gesto do pesquisador incansável, do jornalista atento à sua contemporaneidade. Gesto de um professor que faz a importante e necessária ponte entre a pesquisa acadêmica, que contribui para a análise crítica e teórica da atividade jornalística, e a pesquisa que qualifica a fonte e revela o contexto do fato antes da divulgação da notícia. De que tanto carece o jornalismo atual no Brasil e no mundo”, escreveu Schnitmamn na orelha do livro.

Patrocinada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Bahia (Sebrae-BA), com selo da Coleção Cipriano Barata, que identifica livros sobre a história da imprensa baiana, a obra alavanca as contribuições para o bicentenário da imprensa na Bahia, em 2011. Todos os comunicadores e interessados no assunto estão sendo convidados para o lançamento no IGHB. E é bom lembrar que há vários estacionamentos na vizinhança da Praça da Piedade e, após às 18h, o fluxo de tráfego diminui na área.

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