Histórico, moralista, biográfico, humorístico e até mesmo político são alguns temas que a literatura de cordel vem abordando desde o seu aparecimento até os dias atuais. Um dos poetas de cordel mais conceituado do Brasil foi o baiano Cuíca de Santo Amaro, justamente por causa de sua mordacidade – era um poeta satírico na linha de Gregório de Matos. Exibidos ao público em cordas estiradas no alto das barracas das feiras nordestinas – daí a expressão “literatura de cordel” -, os folhetos aparecem com as pequenas tipografias do interior e são consumidos principalmente por vaqueiros, lavradores e vendedores ambulantes.
Os mais variados temas são abordados pelos autores desses folhetos, desde pitorescas histórias, criadas pelo matuto (“A moça que dançou com uma caveira”), à crítica social (“O gozo da mocidade”), passando pela crendice popular (“A moça que sonhou com Padre Cícero e jogou no cavalo”). Também o fato político – real ou resultante da fantasia do povo – mereceu farta bibliografia.
O cordel ainda é o jornal por excelência do povo do interior, e o trovador é o seu repórter. Quando acontece um fato importante, ele tem de escrever o folheto rapidamente, mesmo que não dê lucro. Naqueles tempos, na zona rural, em lugares que nem o rádio alcançava, o povo só acreditava nos acontecimentos depois que lesse sobre eles nos versos do cordel. É famoso (e verídico) o caso do matuto que só acreditou que o homem foi à lua depois que leu os detalhes n um folheto popular. É a literatura de cordel refletindo a problemática social do homem nordestino.
O início da literatura de cordel está ligado à divulgação de histórias tradicionais, narrativas de velhas épocas que a memória popular foi conservando e transmitindo. São os chamados romances ou novelas de cavalaria, de amor, de narrativas de guerras, viagens ou conquistas marítimas. Mas ao mesmo tempo, ou quase ao mesmo tempo, também começaram a aparecer no mesmo tipo de poesia e de apresentação, a descrição de fatos recentes, de acontecimentos sociais que prendiam a atenção popular.
A expressão literatura de cordel surgiu no Brasil entre 1875 e 1880, utilizada pelo folclorista Silvio Romero para definir o conjunto de folhetos de feira. O folheto tem habitualmente de oito a 64 páginas, mede 11 x 16cm e já circulava pelo Nordeste em meados do século XIX. Entre 1893 e 1908 surge a literatura de cordel brasileira, com a publicação de folhetos de pres poetas paraibanos: Leandro Gomes de Barros, Francisco das Chagas Batista e João Martins de Athayde.
As capas dos cordéis antigos eram ilustradas com vinhetas nas tipografias do interior nordestino. É a partir da década de 30 que surgem nas capas de postais, retratos de Padre Cícero e Lampião. E as xilografias (arte de gravar em madeira) só começam a aparecer regularmente a partir da década de 40. Franklin Cerqueira Machado (Maxado), de Feira de Santana, e Francisco Silva (Minelvino), de Itabuna são os xilógrafos mais conhecidos na Bahia.
No início da publicação da literatura de cordel no País, muitos autores de folhetos eram também cantadores, que improvisavam versos, viajando pelas fazendas, vilarejos e cidades pequenas do sertão. Com a criação de imprensas particulares em casas e barracas de poetas, mudou o sistema de divulgação. O autor do folheto podia ficar num mesmo lugar a maior parte do tempo, porque suas obras eram vendidas por folheteiros ou revendedores empregados por ele.
De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades.
Em versos de 10 ou 12 sílabas, em rica variação de versos, a poética de cada folheto conta fatos do cotidiano, estórias de bichos, casos pitorescos, de amor, de Lampião, Padre Cícero, Conselheiro, de figuras públicas, acontecimentos colhidos dos jornais, rádio e tevês, enfim, toda a gama do rico universo do nordestino. Os próprios poetas populares classificam a literatura de cordel em cinco temas mais frequentes: romance, valentia (história de um valentão, que sempre acaba mal), gracejo (uma história engraçada), desafio e encantamento (histórias de reinos encantados, com fadas e bruxas). Geralmente, o próprio poeta popular é o editor e vendedor de suas historinhas, que são penduradas num cordão, enquanto o autor, acompanhado de viola, canta trechos de seus poemas.
Os mais variados temas são abordados pelos autores desses folhetos, desde pitorescas histórias, criadas pelo matuto (“A moça que dançou com uma caveira”), à crítica social (“O gozo da mocidade”), passando pela crendice popular (“A moça que sonhou com Padre Cícero e jogou no cavalo”). Também o fato político – real ou resultante da fantasia do povo – mereceu farta bibliografia.
O cordel ainda é o jornal por excelência do povo do interior, e o trovador é o seu repórter. Quando acontece um fato importante, ele tem de escrever o folheto rapidamente, mesmo que não dê lucro. Naqueles tempos, na zona rural, em lugares que nem o rádio alcançava, o povo só acreditava nos acontecimentos depois que lesse sobre eles nos versos do cordel. É famoso (e verídico) o caso do matuto que só acreditou que o homem foi à lua depois que leu os detalhes n um folheto popular. É a literatura de cordel refletindo a problemática social do homem nordestino.
O início da literatura de cordel está ligado à divulgação de histórias tradicionais, narrativas de velhas épocas que a memória popular foi conservando e transmitindo. São os chamados romances ou novelas de cavalaria, de amor, de narrativas de guerras, viagens ou conquistas marítimas. Mas ao mesmo tempo, ou quase ao mesmo tempo, também começaram a aparecer no mesmo tipo de poesia e de apresentação, a descrição de fatos recentes, de acontecimentos sociais que prendiam a atenção popular.
A expressão literatura de cordel surgiu no Brasil entre 1875 e 1880, utilizada pelo folclorista Silvio Romero para definir o conjunto de folhetos de feira. O folheto tem habitualmente de oito a 64 páginas, mede 11 x 16cm e já circulava pelo Nordeste em meados do século XIX. Entre 1893 e 1908 surge a literatura de cordel brasileira, com a publicação de folhetos de pres poetas paraibanos: Leandro Gomes de Barros, Francisco das Chagas Batista e João Martins de Athayde.
As capas dos cordéis antigos eram ilustradas com vinhetas nas tipografias do interior nordestino. É a partir da década de 30 que surgem nas capas de postais, retratos de Padre Cícero e Lampião. E as xilografias (arte de gravar em madeira) só começam a aparecer regularmente a partir da década de 40. Franklin Cerqueira Machado (Maxado), de Feira de Santana, e Francisco Silva (Minelvino), de Itabuna são os xilógrafos mais conhecidos na Bahia.
No início da publicação da literatura de cordel no País, muitos autores de folhetos eram também cantadores, que improvisavam versos, viajando pelas fazendas, vilarejos e cidades pequenas do sertão. Com a criação de imprensas particulares em casas e barracas de poetas, mudou o sistema de divulgação. O autor do folheto podia ficar num mesmo lugar a maior parte do tempo, porque suas obras eram vendidas por folheteiros ou revendedores empregados por ele.
De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades.
Em versos de 10 ou 12 sílabas, em rica variação de versos, a poética de cada folheto conta fatos do cotidiano, estórias de bichos, casos pitorescos, de amor, de Lampião, Padre Cícero, Conselheiro, de figuras públicas, acontecimentos colhidos dos jornais, rádio e tevês, enfim, toda a gama do rico universo do nordestino. Os próprios poetas populares classificam a literatura de cordel em cinco temas mais frequentes: romance, valentia (história de um valentão, que sempre acaba mal), gracejo (uma história engraçada), desafio e encantamento (histórias de reinos encantados, com fadas e bruxas). Geralmente, o próprio poeta popular é o editor e vendedor de suas historinhas, que são penduradas num cordão, enquanto o autor, acompanhado de viola, canta trechos de seus poemas.
o sertão tem muitos misterios,comflitos na maioria envolvendo terra e a questão da seca e da fome mas tem muito mais oque aprender do sertão
ResponderExcluirDaniel
ResponderExcluirO sertão é como o mar, vasto. Rico em vivências. O cordel é uma experiência do povo dessas terras.
Gutemberg, hoje em dia os cordel tidos como jornalísticos ainda têm a mesma função que tinham quando não havia acesso à informação, tal como temos nos dias de hoje?
ResponderExcluirobrigada e um abraço
Simone Mendes
Perdão....leia-se "cordéis" no lugar de "cordel". abraços,
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