O intelectual francês Michel Onfray que estará entre nós no dia 28 de maio participando do Fronteiras Braskem do Pensamento, defende uma filosofia hedonista e libertária e é o criador do Universidade Popular de Caen, no norte da França, com aulas abertas a quem se interessar. Em seu livro Tratado de Ateologia (Martins Fontes, 2007) ele mostra o olhar obscuro do monoteísmo, a obsessão da pureza, o ódio à ciência e a negação da matéria.
Os monoteistas não gostam da inteligência, dos livros, do saber, da ciência. Este mundo não tem direito de cidadania, pois a terra inteira carrega o peso do pecado original até o fim dos tempos. O judaísmo, cristianismo e o islã detestam as mulheres: gostam apenas das mães e das esposas. “É conhecida a prece judaica da manhã que convida cada homem a bendizer Deus durante o dia por ter feito judeu, não escravo e...não mulher (Men.43b)! Sabe-se também que o Corão não condena explicitamente a tradição tribal pré-islâmica que justifica a vergonha de se tornar pai de uma filha e legitima a interrogação: conservar a criança ou enterrá-la na poeira (XVI, 58)? Por sua vez, alegres companheiros, os cristãos submetem a discussão no concílio de Mâcon, em 585, o livro de Alcidalus Valeus intitulado Dissertação paradoxal em que se tenta provar que as mulheres não são criaturas humanas. Não se sabe onde está o paradoxo (!) (...) mas a prevenção da Igreja com respeito às mulheres continua de sinistra atualidade”, lembra o pensador francês.
O filósofo enumera uma série de regras contra as mulheres: proibição às mulheres de estudar o Torah – obrigatório para os homens; não há autorização para as descendentes de Eva, para recitar preces, vestir o xale, autorização para possuir, mas não para gerar nem administrar seus próprios bens, tarefa do marido. “Pode-se verificar que Deus faz o homem à sua imagem, não à da mulher...”. O islã afirma claramente a superioridade dos machos sobre as fêmeas, pois Deus prefere os homens às mulheres (IV, 34). Daí uma série de ditames: proibição de deixar ao ar livre os cabelos – o véu -, a pele dos braços – das pernas; proibição de se casar com um não-mulçulmano, casamento obrigatório. Dos desejos sexuais do marido; legitimação do espancamento da esposa em caso de suspeita, nem é preciso provar a culpa.
E o filósofo vai mais longe nos argumentos religiosos para a mutilação: “Enfaixamento chinês dos pés, alongamento padoung do pescoço por meio de argolas, limagem dos dentes, perfuração do nariz, orelhas ou dos lábios nas tribos da Amazônia, escarificações e tatuagens polinésias, esmagamento peruano da caixa craniana procedem dos mesmos pensamentos mágicos que a excisão e a infibulação africanas ou a circuncisão judaica e mulçumana. Marcação do corpo por razões religiosas, sofrimentos rituais a fim de alcançar a integração na comunidade, práticas tribais destinadas a angariar para si a benevolência dos deuses, razões não faltam em citar as hipóteses psicanalistas”.
Para concluir, eis o pensamento do físico norte-americano, Steven Weinberg, detentor do Prêmio Nobel de Física: “Com ou sem religião, as pessoas bem-intencionadas farão o bem e as pessoas mal-intencionadas farão o mal; mas, para que as pessoas bem-intencionadas façam o mal, é preciso religião”.
Os monoteistas não gostam da inteligência, dos livros, do saber, da ciência. Este mundo não tem direito de cidadania, pois a terra inteira carrega o peso do pecado original até o fim dos tempos. O judaísmo, cristianismo e o islã detestam as mulheres: gostam apenas das mães e das esposas. “É conhecida a prece judaica da manhã que convida cada homem a bendizer Deus durante o dia por ter feito judeu, não escravo e...não mulher (Men.43b)! Sabe-se também que o Corão não condena explicitamente a tradição tribal pré-islâmica que justifica a vergonha de se tornar pai de uma filha e legitima a interrogação: conservar a criança ou enterrá-la na poeira (XVI, 58)? Por sua vez, alegres companheiros, os cristãos submetem a discussão no concílio de Mâcon, em 585, o livro de Alcidalus Valeus intitulado Dissertação paradoxal em que se tenta provar que as mulheres não são criaturas humanas. Não se sabe onde está o paradoxo (!) (...) mas a prevenção da Igreja com respeito às mulheres continua de sinistra atualidade”, lembra o pensador francês.
O filósofo enumera uma série de regras contra as mulheres: proibição às mulheres de estudar o Torah – obrigatório para os homens; não há autorização para as descendentes de Eva, para recitar preces, vestir o xale, autorização para possuir, mas não para gerar nem administrar seus próprios bens, tarefa do marido. “Pode-se verificar que Deus faz o homem à sua imagem, não à da mulher...”. O islã afirma claramente a superioridade dos machos sobre as fêmeas, pois Deus prefere os homens às mulheres (IV, 34). Daí uma série de ditames: proibição de deixar ao ar livre os cabelos – o véu -, a pele dos braços – das pernas; proibição de se casar com um não-mulçulmano, casamento obrigatório. Dos desejos sexuais do marido; legitimação do espancamento da esposa em caso de suspeita, nem é preciso provar a culpa.
E o filósofo vai mais longe nos argumentos religiosos para a mutilação: “Enfaixamento chinês dos pés, alongamento padoung do pescoço por meio de argolas, limagem dos dentes, perfuração do nariz, orelhas ou dos lábios nas tribos da Amazônia, escarificações e tatuagens polinésias, esmagamento peruano da caixa craniana procedem dos mesmos pensamentos mágicos que a excisão e a infibulação africanas ou a circuncisão judaica e mulçumana. Marcação do corpo por razões religiosas, sofrimentos rituais a fim de alcançar a integração na comunidade, práticas tribais destinadas a angariar para si a benevolência dos deuses, razões não faltam em citar as hipóteses psicanalistas”.
Para concluir, eis o pensamento do físico norte-americano, Steven Weinberg, detentor do Prêmio Nobel de Física: “Com ou sem religião, as pessoas bem-intencionadas farão o bem e as pessoas mal-intencionadas farão o mal; mas, para que as pessoas bem-intencionadas façam o mal, é preciso religião”.
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