O livro “Pele - Uma História Natural” demole várias teorias sobre a ausência de pêlos nos seres humanos. Essencialmente, o estilo de vida de nossos ancestrais africanos e o rápido aumento do tamanho e da produção de energia em seus cérebros requeria refrigeração mais eficiente do que era o caso quanto a outras espécies. E o melhor mecanismo de refrigeração era suar o mais rápido possível em um corpo desprovido de pêlos. A maioria das pessoas pode produzir um litro de suor por hora num deserto quente e, em alguns casos, até três litros (a cabeça humana manteve os cabelos para proteger o couro cabeludo da radiação do sol tropical). “Sem uma profusão de glândulas sudoríparas para nos manter resfriados por meio de um suor copioso, ainda teríamos o espesso manto de pêlos de nossos ancestrais e viveríamos vidas semelhantes às dos macacos”, escreve Jablonski.
“Foi o velho, simples e nada elegante suor que tornou os seres humanos aquilo que hoje são”. Assim que os seres humanos perderam os pêlos, a cor da pele se tornou extremamente importante. Pigmentação é o campo de estudo em que Jablonski se especializa, e ela emprega bem os seus conhecimentos para explicar as duas principais forças evolutivas que estabeleceram o gradiente de cores predominantes da linha do Equador aos pólos. Há muito os cientistas sabem que a cor da pele humana varia com a quantidade de exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol, mas até recentemente eles não haviam identificado o processo de seleção natural que realmente leva a esse fenômeno. Agora o trabalho de Nina Jablonski lança uma nova luz sobre os conceitos de raças ao relacionar a variação de cor da pele à evolução e reprodução.
A melanina, o pigmento marrom da pele, age como um protetor solar natural. Ela protege contra o UV, e as populações dos trópicos têm a pele mais escura por causa da maior incidência da luz do sol nos lugares em que vivem. O UV envelhece a pele, causa câncer de pele, e destrói o folato (ou acido fólico), vitamina B essencial na divisão celular e na produção de novo DNA. Em sua análise da história da evolução humana, Jablonski concluiu que o ser humano moderno muito provavelmente se desenvolveu nos trópicos, onde era exposto a altos níveis de UV. Mas ao se mudar para regiões distantes do equador, onde os níveis de UV são mais baixos, o ser humano se tornou mais claro para permitir que um nível suficiente de radiação UV penetrasse sua pele e produzisse a vitamina D, a "vitamina dólar", também conseguida com uma dieta de peixe e mamíferos marinhos. A vitamina D é essencial para manter níveis saudáveis no sangue de cálcio e fósforo, promovendo assim o crescimento dos ossos.
A cor da pele, basicamente torna-se um ato de equilíbrio entre as demandas evolucionárias de foto-proteção e a necessidade de criar vitamina D na pele. Mas as coisas nem sempre são o que parecem ser. É o caso dos esquimós e outros habitantes do norte do Alasca e do norte do Canadá. "Tomando o Alasca, seria de se pensar que seu povo nativo deveria ser pálido como um fantasma", Jablonski diz. Um dos motivos para isso é que essas populações não vivem na região há muito tempo em termos de tempo geológico. Mas o mais importante, sua dieta tradicional é rica em peixe e outros frutos do mar. Eles consumiram altas doses de vitamina D, não precisando dessa forma passar pela mesma redução de pigmentação que de outro modo seria preciso em latitudes altas como essas. "Interessante mesmo é que se esses povos não comerem suas dietas originais de peixe e mamíferos marinhos, eles sofrem altas taxas de doenças causadas pela deficiência de vitamina D como o raquitismo nas crianças e a osteoporose nos adultos", Jablonski diz.
Um problema semelhante ocorre quando pessoas de pele escura se mudam para altas latitudes. "Durante anos as pessoas não entendiam porque indianos e paquistaneses que moravam no norte da Inglaterra sofriam de males causados pela deficiência de vitamina D", Jablonski diz. "Hoje está claro que o protetor solar natural de suas peles não permitia que fosse sintetizada uma quantia saudável de vitamina D a partir da luz do sol". Fatores culturais exacerbaram o problema, como o uso de véus por algumas mulheres mulçumanas. "É uma verdadeira história de detetive", ela acrescenta.
“Foi o velho, simples e nada elegante suor que tornou os seres humanos aquilo que hoje são”. Assim que os seres humanos perderam os pêlos, a cor da pele se tornou extremamente importante. Pigmentação é o campo de estudo em que Jablonski se especializa, e ela emprega bem os seus conhecimentos para explicar as duas principais forças evolutivas que estabeleceram o gradiente de cores predominantes da linha do Equador aos pólos. Há muito os cientistas sabem que a cor da pele humana varia com a quantidade de exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol, mas até recentemente eles não haviam identificado o processo de seleção natural que realmente leva a esse fenômeno. Agora o trabalho de Nina Jablonski lança uma nova luz sobre os conceitos de raças ao relacionar a variação de cor da pele à evolução e reprodução.
A melanina, o pigmento marrom da pele, age como um protetor solar natural. Ela protege contra o UV, e as populações dos trópicos têm a pele mais escura por causa da maior incidência da luz do sol nos lugares em que vivem. O UV envelhece a pele, causa câncer de pele, e destrói o folato (ou acido fólico), vitamina B essencial na divisão celular e na produção de novo DNA. Em sua análise da história da evolução humana, Jablonski concluiu que o ser humano moderno muito provavelmente se desenvolveu nos trópicos, onde era exposto a altos níveis de UV. Mas ao se mudar para regiões distantes do equador, onde os níveis de UV são mais baixos, o ser humano se tornou mais claro para permitir que um nível suficiente de radiação UV penetrasse sua pele e produzisse a vitamina D, a "vitamina dólar", também conseguida com uma dieta de peixe e mamíferos marinhos. A vitamina D é essencial para manter níveis saudáveis no sangue de cálcio e fósforo, promovendo assim o crescimento dos ossos.
A cor da pele, basicamente torna-se um ato de equilíbrio entre as demandas evolucionárias de foto-proteção e a necessidade de criar vitamina D na pele. Mas as coisas nem sempre são o que parecem ser. É o caso dos esquimós e outros habitantes do norte do Alasca e do norte do Canadá. "Tomando o Alasca, seria de se pensar que seu povo nativo deveria ser pálido como um fantasma", Jablonski diz. Um dos motivos para isso é que essas populações não vivem na região há muito tempo em termos de tempo geológico. Mas o mais importante, sua dieta tradicional é rica em peixe e outros frutos do mar. Eles consumiram altas doses de vitamina D, não precisando dessa forma passar pela mesma redução de pigmentação que de outro modo seria preciso em latitudes altas como essas. "Interessante mesmo é que se esses povos não comerem suas dietas originais de peixe e mamíferos marinhos, eles sofrem altas taxas de doenças causadas pela deficiência de vitamina D como o raquitismo nas crianças e a osteoporose nos adultos", Jablonski diz.
Um problema semelhante ocorre quando pessoas de pele escura se mudam para altas latitudes. "Durante anos as pessoas não entendiam porque indianos e paquistaneses que moravam no norte da Inglaterra sofriam de males causados pela deficiência de vitamina D", Jablonski diz. "Hoje está claro que o protetor solar natural de suas peles não permitia que fosse sintetizada uma quantia saudável de vitamina D a partir da luz do sol". Fatores culturais exacerbaram o problema, como o uso de véus por algumas mulheres mulçumanas. "É uma verdadeira história de detetive", ela acrescenta.
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