A vida começou no mar, o local das nossas origens. O mar, o oceano, as águas salgadas, os rios doces que nos separam e nos unem para fora e para dentro de nossas identidades múltiplas e únicas. Não dá para esquecer o mar de Fernando Pessoa (“Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal!”), dos jangadeiros do nordeste, de Caymmi (“O mar quando quebra na praia/É bonito, é bonito”), o mar dos navegadores portugueses, o mar de Castro Alves e de Gonçalves Dias, o mar de João Bosco (“Sou caçador de tesouros/Nas minas do mar”), o mar de Chico Buarque (“Sei que há léguas a nos separar/Tanto mar, tanto mar”), e de Tom Jobim (“O resto é mar, é tudo que não sei contar/São coisas lindas que eu tenho pra te dar”), o mar morte de Jorge Amado e o vivo de Gabriela, cravo e canela e o mar mito da origem e da consumação, o mar de Camões.
A superfície do planeta Terra é recoberta por uma imensa massa líquida (cerca de 71%) que alguns chamam de oceano mundial, tradicionalmente dividido em entidades geográficas menores - o Pacífico, o Atlântico, o Índico, o Ártico. Cada um deles engloba diversas porções menores, os mares, delimitados normalmente por ilhas ou por recortes do litoral. Os oceanos desempenham papel crucial no equilíbrio natural da Terra, especialmente por atuarem como reguladores térmicos. As influências oceânicas diretas sobre as áreas continentais, de maneira geral, não chegam além dos 100 quilômetros da costa. Contudo, é justamente nas áreas distantes até cerca 60 quilômetros do litoral que se concentra perto de 75% da população mundial. Tudo o que ocorre nos oceanos, inclusive as diversas formas de poluição, interessa direta ou indiretamente à maioria da humanidade.
Os oceanos são locais de passagem, de contatos comerciais e culturais e também fontes de recursos bastante diversificados. A tradicional atividade pesqueira e a extração do petróleo têm se verificado de forma cada vez mais intensa. Em função da importância econômica dessas riquezas, a exploração dos espaços marítimos constitui, cada vez mais, objeto de competição internacional. Em várias regiões do mundo ocorrem disputas de soberania sobre áreas oceânicas. Gregos e turcos, há décadas, discutem a soberania sobre espaços marítimos do Mar Egeu, que abriga sob a plataforma continental importantes jazidas petrolíferas. Ilhas oceânicas também são focos de disputa: a China e outros quatro países do Sudeste Asiático disputam a posse de alguns arquipélagos do Mar da China Meridional. As Ilhas Curilas são, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foco de controvérsias entre Rússia e Japão. O arquipélago das Malvinas (ou Falkland) foi o epicentro da guerra que envolveu a Grã Bretanha e a Argentina, em 1982.
Durante muito tempo o homem acreditou que os oceanos pudessem ser uma espécie de "lixeira" do planeta. As imensas massas líquidas dos oceanos seriam capazes de "digerir" a sujeira e o lixo lançados por cidades e indústrias. No último século, contudo, o desenvolvimento urbano-industrial e o acelerado crescimento demográfico geraram quantidades extraordinárias de dejetos orgânicos e inorgânicos. A continuidade do lançamento de dejetos nos oceanos poderá comprometê-los seriamente, como fonte de alimentos e área de lazer para as gerações futuras.
A ação do homem sobre a natureza muitas vezes tem sido nefasta, causando problemas graves não só para o meio ambiente mas também para as próprias sociedades humanas. Um dos maiores desastres ambientais e humanos que se tem notícia vem se verificando nas últimas décadas na Ásia Central, mais especificamente nas regiões próximas do mar de Aral. Esse mar, que na verdade é um lago, abrange terras do Casaquistão e do Usbequistão, duas repúblicas que, até 1991, faziam parte da extinta União Soviética. Em língua turca, o Aral é comparado à uma ilha: “uma ilha de água num mar de desertos”. O recuo da superfície do mar foi deixando em seu leito seco milhares de hectares de áreas desérticas, recobertas por sais que os ventos dispersam por uma vasta região. A água residual do mar, assim como aquela do curso inferior dos rios tiveram seu teor de sal aumentado assim como a carga de resíduos químicos e bacteriológicos fruto da utilização abusiva de adubos, pesticidas e desfolhantes químicos.
À catástrofe ambiental, aliou-se a decadência econômica e social da região que já figurava como uma das mais pobres de toda a ex-URSS. Mais de um milhão de pessoas já estão ou estarão expostas à ameaças de poluição tóxica, resultantes de uma múltipla contaminação química em seus corpos. Dentre os habitantes da região, as mulheres e as crianças são as mais afetadas. Nos últimos 20 anos houve um aumento brutal de doenças que atacam os rins, o fígado, especialmente câncer, como também um incremento desmesurado de doenças artríticas e bronquite crônica. A independência das repúblicas da antiga Ásia Central soviética em 1991, acendeu esperanças de melhora da situação. Os programas de assistência colocados em prática, especialmente por organizações internacionais, todavia, surtiram pouco efeito. Contudo sua presença tem possibilitado alertar a opinião pública internacional para a situação dramática vivida pelas populações atingidas pela catástrofe, vítimas de políticas econômicas absurdas postas em prática por governos autoritários.
A superfície do planeta Terra é recoberta por uma imensa massa líquida (cerca de 71%) que alguns chamam de oceano mundial, tradicionalmente dividido em entidades geográficas menores - o Pacífico, o Atlântico, o Índico, o Ártico. Cada um deles engloba diversas porções menores, os mares, delimitados normalmente por ilhas ou por recortes do litoral. Os oceanos desempenham papel crucial no equilíbrio natural da Terra, especialmente por atuarem como reguladores térmicos. As influências oceânicas diretas sobre as áreas continentais, de maneira geral, não chegam além dos 100 quilômetros da costa. Contudo, é justamente nas áreas distantes até cerca 60 quilômetros do litoral que se concentra perto de 75% da população mundial. Tudo o que ocorre nos oceanos, inclusive as diversas formas de poluição, interessa direta ou indiretamente à maioria da humanidade.
Os oceanos são locais de passagem, de contatos comerciais e culturais e também fontes de recursos bastante diversificados. A tradicional atividade pesqueira e a extração do petróleo têm se verificado de forma cada vez mais intensa. Em função da importância econômica dessas riquezas, a exploração dos espaços marítimos constitui, cada vez mais, objeto de competição internacional. Em várias regiões do mundo ocorrem disputas de soberania sobre áreas oceânicas. Gregos e turcos, há décadas, discutem a soberania sobre espaços marítimos do Mar Egeu, que abriga sob a plataforma continental importantes jazidas petrolíferas. Ilhas oceânicas também são focos de disputa: a China e outros quatro países do Sudeste Asiático disputam a posse de alguns arquipélagos do Mar da China Meridional. As Ilhas Curilas são, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foco de controvérsias entre Rússia e Japão. O arquipélago das Malvinas (ou Falkland) foi o epicentro da guerra que envolveu a Grã Bretanha e a Argentina, em 1982.
Durante muito tempo o homem acreditou que os oceanos pudessem ser uma espécie de "lixeira" do planeta. As imensas massas líquidas dos oceanos seriam capazes de "digerir" a sujeira e o lixo lançados por cidades e indústrias. No último século, contudo, o desenvolvimento urbano-industrial e o acelerado crescimento demográfico geraram quantidades extraordinárias de dejetos orgânicos e inorgânicos. A continuidade do lançamento de dejetos nos oceanos poderá comprometê-los seriamente, como fonte de alimentos e área de lazer para as gerações futuras.
A ação do homem sobre a natureza muitas vezes tem sido nefasta, causando problemas graves não só para o meio ambiente mas também para as próprias sociedades humanas. Um dos maiores desastres ambientais e humanos que se tem notícia vem se verificando nas últimas décadas na Ásia Central, mais especificamente nas regiões próximas do mar de Aral. Esse mar, que na verdade é um lago, abrange terras do Casaquistão e do Usbequistão, duas repúblicas que, até 1991, faziam parte da extinta União Soviética. Em língua turca, o Aral é comparado à uma ilha: “uma ilha de água num mar de desertos”. O recuo da superfície do mar foi deixando em seu leito seco milhares de hectares de áreas desérticas, recobertas por sais que os ventos dispersam por uma vasta região. A água residual do mar, assim como aquela do curso inferior dos rios tiveram seu teor de sal aumentado assim como a carga de resíduos químicos e bacteriológicos fruto da utilização abusiva de adubos, pesticidas e desfolhantes químicos.
À catástrofe ambiental, aliou-se a decadência econômica e social da região que já figurava como uma das mais pobres de toda a ex-URSS. Mais de um milhão de pessoas já estão ou estarão expostas à ameaças de poluição tóxica, resultantes de uma múltipla contaminação química em seus corpos. Dentre os habitantes da região, as mulheres e as crianças são as mais afetadas. Nos últimos 20 anos houve um aumento brutal de doenças que atacam os rins, o fígado, especialmente câncer, como também um incremento desmesurado de doenças artríticas e bronquite crônica. A independência das repúblicas da antiga Ásia Central soviética em 1991, acendeu esperanças de melhora da situação. Os programas de assistência colocados em prática, especialmente por organizações internacionais, todavia, surtiram pouco efeito. Contudo sua presença tem possibilitado alertar a opinião pública internacional para a situação dramática vivida pelas populações atingidas pela catástrofe, vítimas de políticas econômicas absurdas postas em prática por governos autoritários.
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