O fascínio pela paixão de Jesus Cristo é um tema comum à arte de todas as épocas, atingindo proporções industriais com sua utilização pelo teatro, cinema, televisão e artes plásticas. O cinema sempre contou com muitas vidas de Cristo ou filmes inspirados em narrativas evangélicas. Utilizaram todos os textos sagrados, comentários de teólogos e pesquisas históricas ou arqueológicas sobre a época de Cristo. Assim, há várias maneiras de filmar a vida de Jesus. O cinema praticamente se apropriou da história de Cristo desde seus primeiros anos. Jesus Cristo foi representado no cinema pela primeira vez em 1912 em “Da Mangedoura à Cruz”, um filme norte-americano. Em 1916 D.W.Griffith dirigiu “Intolerância” sobre casos de intolerância em quatro períodos históricos diferentes. Em um deles é mostrada a condenação de Cristo pelos fariseus.
Em 1927 Cecil B.DeMille apresenta “O Rei dos Reis”. Em 1930 Luis Buñuel causou escândalo com cenas de orgia sexual em “L´Âge d´Or”. Em 1935 o cinema sonoro francês dedicou-se “Golgotha”, de Julien Duvivier em tom dramático e sentimental. Os filmes que utilizaram especificamente a narrativa da Paixão – entre esses os mais famosos e caros seriam “O Rei dos Reis” (o primeiro de Cecil B. DeMille onde Cristo é representado pelo ator H.B. Warner; o segundo, de Nicholas Ray com Jeff Hunter) e o apelo ao grande espetáculo cinematográfico “A Maior História de Todos os Tempos” (1965) de George Stevens. Dezenas de outros usaram a história como fundo para suas narrativas, como por exemplo “O Manto Sagrado”, “Demetrius o Gladiador”, “Barrabás”, “Bem Hur” e “O Grande Pescador”.
Nessa série de filmes religiosos, onde a mediocridade é absoluta rotina, duas exceções de alta qualidade: o despojado “O Evangelho Segundo São Mateus” (1964), de Pasolini, e “Aquele que Deve Morrer”, incendiária parábola da paixão filmada por Jules Dassin. Em 1968 Woody Strode vive “Black Jesus”, o primeiro filme a retratar um Jesus negro. Nos anos 70 Norman Jewison filmou nos desertos de Israel sua superprodução “Jesus Cristo Superstar”, versão da ópera rock de Webber e Rice, narrada do ponto de vista de Pilatos. Judas é interpretado pelo ator negro Carl Anderson e Cristo pelo cantor Ted Neeley. Ainda em 1973, David Greene filma “Godspell, a Esperança”, versão da ópera rock que mostra o messias (Victor Garder) vivendo nos dias atuais, enfrentando trânsito, poluição, cantando e dançando mil rocks e sua mensagem der amor na canção “All´s for You”. Em 1976 foi a vez da objetividade quase científica de “O Messias”, de Roberto Rosselini, fiel aos textos dos evangelhos. Um filme sóbrio, nada de grandes reconstruções, os cenários são naturais. As personagens, familiares aos leitores dos Evangelhos, mostradas como camponeses, pescadores, gente de vida difícil.
Ainda em 1976 foi lançado nos EUA o filme “The Passover Plot”, baseado na obra de Hugh Schonf. A teoria desse autor é que Jesus e alguns discípulos conspiraram para que ele fosse removido da cruz (drogado e aparentemente morto) e mais tarde revivido para ser reconhecido primeiro como líder religioso, e depois como reformista político. Houve protesto. A discutida questão da imagem de Jesus no cinema veio a explodir quando o cineasta Franco Zeffireli apresentou em 1977 seu filme “Jesus de Nazaré”, drama histórico em duas partes para a rede da TV NBC. A imagem de Jesus como homem mostrado no filme foi combatida por vários grupos religiosos.
Em 1985 Jean Luc Godard atualiza a vida de Maria contando a história de uma jovem que engravida do filho de Deus mesmo virgem em “Je Vous Salue, Marie”. Em 1988 Martin Scorsese cria polêmica com “A Última Tentação de Cristo” por mostrar um Jesus que teria dúvidas quanto a sua fé e insinua um sentimento de atração sexual entre ele e Judas e também entre ele e Maria Madalena. O lado humano do religioso é mostrado em “Jesus de Montreal” (1989), de Denys Arcand, e em 2003, Moacyr Góes exibe “Mareia, Mãe do Filho de Deus”. Em 2004 a versão de Mel Gibson para as últimas horas de Cristo é exibido em meio à polêmica sobre seu suposto anti-semitismo, excesso de violência e mercantilização do ícone religioso. O filme em questão é “A Paixão de Cristo”.
E agora em 2006 a história da vida e morte de Jesus da Palestina do século 1 é transferido para um Estado africano dos tempos atuais mergulhado em guerra e na pobreza. Trata de “Sono of Man” retratando num Jesus negro, um revolucionário africano dos tempos modernos. O diretor Mark Dornford May disse na estréia de seu filme no Festival Sundace, nos EUA, que “a verdade é que Cristo nasceu em um Estado ocupado e defendeu a igualdade em um momento no qual isso não era muito aceitável”. A ressurreição de Cristo pretende ser um sinal de esperança para a África, o continente mais pobre do mundo.
Em 1927 Cecil B.DeMille apresenta “O Rei dos Reis”. Em 1930 Luis Buñuel causou escândalo com cenas de orgia sexual em “L´Âge d´Or”. Em 1935 o cinema sonoro francês dedicou-se “Golgotha”, de Julien Duvivier em tom dramático e sentimental. Os filmes que utilizaram especificamente a narrativa da Paixão – entre esses os mais famosos e caros seriam “O Rei dos Reis” (o primeiro de Cecil B. DeMille onde Cristo é representado pelo ator H.B. Warner; o segundo, de Nicholas Ray com Jeff Hunter) e o apelo ao grande espetáculo cinematográfico “A Maior História de Todos os Tempos” (1965) de George Stevens. Dezenas de outros usaram a história como fundo para suas narrativas, como por exemplo “O Manto Sagrado”, “Demetrius o Gladiador”, “Barrabás”, “Bem Hur” e “O Grande Pescador”.
Nessa série de filmes religiosos, onde a mediocridade é absoluta rotina, duas exceções de alta qualidade: o despojado “O Evangelho Segundo São Mateus” (1964), de Pasolini, e “Aquele que Deve Morrer”, incendiária parábola da paixão filmada por Jules Dassin. Em 1968 Woody Strode vive “Black Jesus”, o primeiro filme a retratar um Jesus negro. Nos anos 70 Norman Jewison filmou nos desertos de Israel sua superprodução “Jesus Cristo Superstar”, versão da ópera rock de Webber e Rice, narrada do ponto de vista de Pilatos. Judas é interpretado pelo ator negro Carl Anderson e Cristo pelo cantor Ted Neeley. Ainda em 1973, David Greene filma “Godspell, a Esperança”, versão da ópera rock que mostra o messias (Victor Garder) vivendo nos dias atuais, enfrentando trânsito, poluição, cantando e dançando mil rocks e sua mensagem der amor na canção “All´s for You”. Em 1976 foi a vez da objetividade quase científica de “O Messias”, de Roberto Rosselini, fiel aos textos dos evangelhos. Um filme sóbrio, nada de grandes reconstruções, os cenários são naturais. As personagens, familiares aos leitores dos Evangelhos, mostradas como camponeses, pescadores, gente de vida difícil.
Ainda em 1976 foi lançado nos EUA o filme “The Passover Plot”, baseado na obra de Hugh Schonf. A teoria desse autor é que Jesus e alguns discípulos conspiraram para que ele fosse removido da cruz (drogado e aparentemente morto) e mais tarde revivido para ser reconhecido primeiro como líder religioso, e depois como reformista político. Houve protesto. A discutida questão da imagem de Jesus no cinema veio a explodir quando o cineasta Franco Zeffireli apresentou em 1977 seu filme “Jesus de Nazaré”, drama histórico em duas partes para a rede da TV NBC. A imagem de Jesus como homem mostrado no filme foi combatida por vários grupos religiosos.
Em 1985 Jean Luc Godard atualiza a vida de Maria contando a história de uma jovem que engravida do filho de Deus mesmo virgem em “Je Vous Salue, Marie”. Em 1988 Martin Scorsese cria polêmica com “A Última Tentação de Cristo” por mostrar um Jesus que teria dúvidas quanto a sua fé e insinua um sentimento de atração sexual entre ele e Judas e também entre ele e Maria Madalena. O lado humano do religioso é mostrado em “Jesus de Montreal” (1989), de Denys Arcand, e em 2003, Moacyr Góes exibe “Mareia, Mãe do Filho de Deus”. Em 2004 a versão de Mel Gibson para as últimas horas de Cristo é exibido em meio à polêmica sobre seu suposto anti-semitismo, excesso de violência e mercantilização do ícone religioso. O filme em questão é “A Paixão de Cristo”.
E agora em 2006 a história da vida e morte de Jesus da Palestina do século 1 é transferido para um Estado africano dos tempos atuais mergulhado em guerra e na pobreza. Trata de “Sono of Man” retratando num Jesus negro, um revolucionário africano dos tempos modernos. O diretor Mark Dornford May disse na estréia de seu filme no Festival Sundace, nos EUA, que “a verdade é que Cristo nasceu em um Estado ocupado e defendeu a igualdade em um momento no qual isso não era muito aceitável”. A ressurreição de Cristo pretende ser um sinal de esperança para a África, o continente mais pobre do mundo.
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