A Igreja, ao impor a virgindade e a castidade eternas de Maria e ao estender esse ideal a todas as mulheres, acreditou estar inibindo a sexualidade feminina mas, na medida em que esta sexualidade emana naturalmente da mulher, a proibição acaba provocando um desejo muito maior. O culto à Virgem Maria evoluiu através dos séculos, ocupando lugar de destaque no coração de todos. O amor cortês, que tomou conta da França no século XII, transformou a religião do Amor na religião da Mulher. E a Inquisição nada mais fez que demonstrar o poder da mulher de tal forma exacerbado, que a única solução para atrofiá-la foi a matança indiscriminada.
Até o século IV a Igreja tudo fez para manter um completo silêncio em relação à figura de Maria. No século V, Maria foi aceita no magistério católico. A Igreja, atendendo a necessidade do povo de reivindicar a figura da Mãe, adota uma atitude política, para que a religião do Filho, apoiado na do Pai, não ficasse ameaçada pela religião da Mãe. Acertou-se que se adorasse o Pai, o Filho e o Espírito Santo era o que a Igreja permitia. O culto mariano acabou se desenvolvendo pela impossibilidade da Igreja de eliminá-lo. Os pais da Igreja perceberam que o cristianismo só seria aceito, dentro dos moldes católicos, se admitisse identificações com as crenças anteriores, sobrevivências de práticas e ritos populares.
Da mesma forma que as deusas, a Virgem recebeu diversas denominações, e tornou-se patrona das Igrejas que nomeava, assim como de inúmeros santuários, cidades, localidades. A vitória de Jeová foi duramente conquistada e, enquanto não foi capaz de expulsar os antigos deuses, foi associado ou competiu com eles. Mas ao ganhar a guerra, não só privou os humanos das referências que nortearam sua existência ao longo do tempo, mas também expulsou o princípio feminino, a Mãe, do processo de criação do mundo e da vida.
A Igreja aceitou, depois de muito tempo, que as mulheres se afastassem da sociedade e ingressassem nas abadias. A célula do convento as desligava do mundo, mas por outro lado lhes permitia ter acesso à leitura, ao estudo, à escrita. O que a ortodoxia tentava eliminar era a sexualidade. O cristianismo, que tão poderosamente influenciou todos os campos da civilização ocidental, canalizou o instinto sexual, voltando-o para o matrimônio, concebido como uma união permanente e monogâmica onde, sem jamais esquecer que seu fim primário e essencial é a procriação, poderia o sexo encontrar completa satisfação como extensão e culminância da relação afetiva-amorosa.
O autoritarismo com o qual a Igreja defendia suas crenças como as únicas verdadeiras, encontrou eco no sexo da religião do Pai e do Filho. Excluindo a Mãe do panteão divino, erguiam uma Igreja masculina, em que somente os homens exerciam as funções de padres e bispos, investidos pelos apóstolos que receberam de Cristo o direito de divulgar a Boa Notícia.
Até o século IV a Igreja tudo fez para manter um completo silêncio em relação à figura de Maria. No século V, Maria foi aceita no magistério católico. A Igreja, atendendo a necessidade do povo de reivindicar a figura da Mãe, adota uma atitude política, para que a religião do Filho, apoiado na do Pai, não ficasse ameaçada pela religião da Mãe. Acertou-se que se adorasse o Pai, o Filho e o Espírito Santo era o que a Igreja permitia. O culto mariano acabou se desenvolvendo pela impossibilidade da Igreja de eliminá-lo. Os pais da Igreja perceberam que o cristianismo só seria aceito, dentro dos moldes católicos, se admitisse identificações com as crenças anteriores, sobrevivências de práticas e ritos populares.
Da mesma forma que as deusas, a Virgem recebeu diversas denominações, e tornou-se patrona das Igrejas que nomeava, assim como de inúmeros santuários, cidades, localidades. A vitória de Jeová foi duramente conquistada e, enquanto não foi capaz de expulsar os antigos deuses, foi associado ou competiu com eles. Mas ao ganhar a guerra, não só privou os humanos das referências que nortearam sua existência ao longo do tempo, mas também expulsou o princípio feminino, a Mãe, do processo de criação do mundo e da vida.
A Igreja aceitou, depois de muito tempo, que as mulheres se afastassem da sociedade e ingressassem nas abadias. A célula do convento as desligava do mundo, mas por outro lado lhes permitia ter acesso à leitura, ao estudo, à escrita. O que a ortodoxia tentava eliminar era a sexualidade. O cristianismo, que tão poderosamente influenciou todos os campos da civilização ocidental, canalizou o instinto sexual, voltando-o para o matrimônio, concebido como uma união permanente e monogâmica onde, sem jamais esquecer que seu fim primário e essencial é a procriação, poderia o sexo encontrar completa satisfação como extensão e culminância da relação afetiva-amorosa.
O autoritarismo com o qual a Igreja defendia suas crenças como as únicas verdadeiras, encontrou eco no sexo da religião do Pai e do Filho. Excluindo a Mãe do panteão divino, erguiam uma Igreja masculina, em que somente os homens exerciam as funções de padres e bispos, investidos pelos apóstolos que receberam de Cristo o direito de divulgar a Boa Notícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário