As aventuras da antiga e nova Jornada nas Estrelas trombam no espaço, cultivando fãs ardorosos. Mas a mania não viaja apenas com os tripulantes da Enterprise, Batman e Robin (a dupla pop dos anos 60), Perdidos no Espaço, A Feiticeira, Agente 86, Terra de Gigantes explodem nas telas de tevê num revival de muitas paixões.
Quem tem mais de 50 anos vai recordar. Quem tem menos, vai saber o que eram as matinês de domingo... Aquele tempo em que a garotada ia ao cinema para gritar e brigar pelos seus ídolos – Buck Rogers, Búfalo Bil, O Sombra, Zorro, Flash Gordon – e odiar os arquivilões, os cientistas loucos que queriam subjugar o planeta. A maioria vestia a melhor roupa para enfrentar as cadeiras de madeira. Muitos levavam pilhas de gibi e de figurinhas de álbuns para trocar na porta do cinema. Chegavam antes da sessão para comprar ou trocar.
A tevê não existia, e o cinema era a grande opção de diversão da garotada. Os seriados, a maior atração. Agora, através do lançamento em DVD de muitos deles, ou mesmo reprisados na tevê, as novas gerações começam a travar contato com a lenda das matinês de sábado e domingo. Desde o início os seriados foram sinônimos de aventuras e perigo. O seriado era uma emoção em cada quadro, e cada um dos 12 ou 13 episódios terminava numa situação terrível, da qual jamais o mocinho ou a mocinha poderiam escapar. Amarrada nos trilhos pelo vilão, a mocinha está para ser atropelada pelo trem em disparada. O público prende a respiração. Conseguirá escapar? A resposta, porém, só será conhecida na semana seguinte, na continuação do seriado.
PÚBLICO – O público entendia tudo: uma certa forma de olhar do personagem já mostrava se ele era bom ou mau. Cada gesto do ator em cena correspondia a uma linguagem que o público compreendia em seu mais sutil sentido. Assim, o seriado foi um dos mais importantes elementos na criação de várias gerações de cinemaníacos. O seriado cinematográfico é a conjugação de várias técnicas: dos romances em série publicados nos jornais, em forma de folhetins; das narrativas em quadrinhos que assimilam muito do espírito de aventuras das revistas ilustradas e de certos romances, e da evolução da linguagem do próprio cinema.
Os primeiros seriados eram para adultos. Só a partir da década de 30, e até começo dos anos 50, que se tornaram um gênero dirigido às crianças, projetados só nas sessões matinais ou vespertinas dos domingos. Nick Carter foi um dos primeiros heróis que começaram a aparecer nas telas em 1908, numa produção francesa, era um detetive americano. Com ele foram feitos seis filmes, de 30 minutos cada um, projetados na França à razão de um mês - e com um sucesso impressionante.
As proezas de Nick inventaram um novo gênero no cinema. Lançada a moda, logo surgiam, de semana para semana, heróis idênticos perseguidos pelos maléficos vilões. Estes filmes cumpriam um papel necessário: levar o público ao cinema. O público ia para ver o que aconteceria, exatamente como os leitores dos folhetins corriam para comprar o jornal e seguir a história favorita. No início, acontecia uma curiosa fusão de gêneros. Os jornais continuavam publicando, em forma de folhetim, as histórias dos principais filmes. As técnicas não se negam; completam-se, enquanto a linguagem do cinema conquista autonomia.
POPULARES – O vilão-herói dos pulps franceses, Fantomas (1913), teve suas aventuras transformadas em seriado. Os pulps eram livretos populares, em que heróis destemidos e detetives mascarados enfrentavam o crime e o perigo em situações fantásticas. Em suas páginas, publicadas desde o século passado, estava a fórmula básica dos filmes seriados. Além da estrutura, o pulp também emprestou personagens como o inspetor Blake, astro do primeiro seriado falado, The Ace of Scotland Yard (1929), e O Sombra (1940).
O primeiro seriado autêntico chamava-se The Adventures of Kathlyn (1913) e era estrelado por Kathlyan Williams, “a garota sem medo” que por 13 episódios enfrentava uma variedade de perigos bizarros na Índia. O seriado mais popular do cinema mudo, por sua vez, foi Os Perigos de Paulina (1914), estrelado por Pearl White. A bela Pearl White era a verdadeira rainha dos primeiros seriados. Numa série em 20 episódios, as aventuras desta moça milionária, sendo perseguida por vilões inescrupulosos, devido à sua herança, seriam publicadas, na época, pelos jornais da cadeia Hearst, na França, pelo célebre Le Matin.
Nos seriados criados na Alemanha, o que se via, de forma quase obsessiva, era o problema da vontade de poder, de homens que sonham em dominar o planeta. Basta conferir em Homunculus der Fuher, de 1915, dirigido por Otto Rieppert, filme de seis episódios que conta a história de El Golen, ser artificial gerado no laboratório de um cientista para conseguir o domínio do mundo. Ou As Aranhas, de Fritz Lang que narra as façanhas de uma organização de supercriminosos que também tentam dominar o mundo. Este é igualmente o objetivo de Doutor Mabuse, do mesmo diretor, filmado inicialmente em série – e depois em longa-metragem, considerado um clássico do cinema.
Quem tem mais de 50 anos vai recordar. Quem tem menos, vai saber o que eram as matinês de domingo... Aquele tempo em que a garotada ia ao cinema para gritar e brigar pelos seus ídolos – Buck Rogers, Búfalo Bil, O Sombra, Zorro, Flash Gordon – e odiar os arquivilões, os cientistas loucos que queriam subjugar o planeta. A maioria vestia a melhor roupa para enfrentar as cadeiras de madeira. Muitos levavam pilhas de gibi e de figurinhas de álbuns para trocar na porta do cinema. Chegavam antes da sessão para comprar ou trocar.
A tevê não existia, e o cinema era a grande opção de diversão da garotada. Os seriados, a maior atração. Agora, através do lançamento em DVD de muitos deles, ou mesmo reprisados na tevê, as novas gerações começam a travar contato com a lenda das matinês de sábado e domingo. Desde o início os seriados foram sinônimos de aventuras e perigo. O seriado era uma emoção em cada quadro, e cada um dos 12 ou 13 episódios terminava numa situação terrível, da qual jamais o mocinho ou a mocinha poderiam escapar. Amarrada nos trilhos pelo vilão, a mocinha está para ser atropelada pelo trem em disparada. O público prende a respiração. Conseguirá escapar? A resposta, porém, só será conhecida na semana seguinte, na continuação do seriado.
PÚBLICO – O público entendia tudo: uma certa forma de olhar do personagem já mostrava se ele era bom ou mau. Cada gesto do ator em cena correspondia a uma linguagem que o público compreendia em seu mais sutil sentido. Assim, o seriado foi um dos mais importantes elementos na criação de várias gerações de cinemaníacos. O seriado cinematográfico é a conjugação de várias técnicas: dos romances em série publicados nos jornais, em forma de folhetins; das narrativas em quadrinhos que assimilam muito do espírito de aventuras das revistas ilustradas e de certos romances, e da evolução da linguagem do próprio cinema.
Os primeiros seriados eram para adultos. Só a partir da década de 30, e até começo dos anos 50, que se tornaram um gênero dirigido às crianças, projetados só nas sessões matinais ou vespertinas dos domingos. Nick Carter foi um dos primeiros heróis que começaram a aparecer nas telas em 1908, numa produção francesa, era um detetive americano. Com ele foram feitos seis filmes, de 30 minutos cada um, projetados na França à razão de um mês - e com um sucesso impressionante.
As proezas de Nick inventaram um novo gênero no cinema. Lançada a moda, logo surgiam, de semana para semana, heróis idênticos perseguidos pelos maléficos vilões. Estes filmes cumpriam um papel necessário: levar o público ao cinema. O público ia para ver o que aconteceria, exatamente como os leitores dos folhetins corriam para comprar o jornal e seguir a história favorita. No início, acontecia uma curiosa fusão de gêneros. Os jornais continuavam publicando, em forma de folhetim, as histórias dos principais filmes. As técnicas não se negam; completam-se, enquanto a linguagem do cinema conquista autonomia.
POPULARES – O vilão-herói dos pulps franceses, Fantomas (1913), teve suas aventuras transformadas em seriado. Os pulps eram livretos populares, em que heróis destemidos e detetives mascarados enfrentavam o crime e o perigo em situações fantásticas. Em suas páginas, publicadas desde o século passado, estava a fórmula básica dos filmes seriados. Além da estrutura, o pulp também emprestou personagens como o inspetor Blake, astro do primeiro seriado falado, The Ace of Scotland Yard (1929), e O Sombra (1940).
O primeiro seriado autêntico chamava-se The Adventures of Kathlyn (1913) e era estrelado por Kathlyan Williams, “a garota sem medo” que por 13 episódios enfrentava uma variedade de perigos bizarros na Índia. O seriado mais popular do cinema mudo, por sua vez, foi Os Perigos de Paulina (1914), estrelado por Pearl White. A bela Pearl White era a verdadeira rainha dos primeiros seriados. Numa série em 20 episódios, as aventuras desta moça milionária, sendo perseguida por vilões inescrupulosos, devido à sua herança, seriam publicadas, na época, pelos jornais da cadeia Hearst, na França, pelo célebre Le Matin.
Nos seriados criados na Alemanha, o que se via, de forma quase obsessiva, era o problema da vontade de poder, de homens que sonham em dominar o planeta. Basta conferir em Homunculus der Fuher, de 1915, dirigido por Otto Rieppert, filme de seis episódios que conta a história de El Golen, ser artificial gerado no laboratório de um cientista para conseguir o domínio do mundo. Ou As Aranhas, de Fritz Lang que narra as façanhas de uma organização de supercriminosos que também tentam dominar o mundo. Este é igualmente o objetivo de Doutor Mabuse, do mesmo diretor, filmado inicialmente em série – e depois em longa-metragem, considerado um clássico do cinema.
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