14 novembro 2007

Beijos nas histórias em quadrinhos

Smak! Chuac! Mmmm!! Beijos molhados, apaixonados ou no pé do altar do Super Homem, Batman, Fantasma, Ferdinando, Pato Donald, Peanuts, Mônica, Menino Maluquinho e tantos outros personagens dos gibis já foram expostos nas galerias de Salvador nas décadas passados quando gostava de homenagear a todos os que se entregam à magia do amor. Nos mais de 40 quadros em seqüências revelava que um beijo é mais que somente um beijo, é uma poderosa forma de comunicação entre duas pessoas. Se nos anos 30, 40 e 50 as personagens de quadrinhos passavam anos sem dar uma “bitoca”, pois a idéia era de que quadrinhos era coisa de criança, nas décadas seguintes o que se via eram beijos calorosos de dar água na boca.

Na história dos beijos quadrinizados, cada geração pode escolher seu casal preferido: Mandrake e Narda, Fantasma e Diana, Pato Donald e Margarida, Super Homem e Lois Lane, Homem Aranha e Mary Jane, Mônica e Cebolinha, Zé Carioca e Rosinha ou Popeye e Olívia Palito. Vale a pena conferir cenas desses grandes beijoqueiros.

Antes, as namoradas existiam apenas para atrapalhar ou colocar os heróis em frias, como fazia Mirian Lane com Super Homem. É bom lembrar que naquela época não só a religião mas toda a sociedade colocava a mulher em segundo plano e o gibi refletia essa realidade. Os que passavam desse limite eram censurados. Depois de namorar Lana Lang e a sereia Loris Lemaris, Super Homem resolveu casar com Lois Lane comprovando que no amor nem ele é de ferro. Isso sem falar nos namoros de Spirit com Elle, filha do comissário de polícia Dolan, com muitos tumultos. Constantemente ela o pega em flagrante em conturbados romances com as vilãs da série como P´Gell ou Silk Satim. E não é só o Spirit que tem suas caídas por damas fatais. Flash Gordon é o que mais se prendeu nessa rede. Eterno noivo de Dale Arden. Ele sucumbiu a paixão da rainha Frigia, princesa Áurea e da rainha Azura. Ele namorou ainda todas as musas de todas as galáxias em que esteve.

Demorou 400 anos mas Fantasma resolveu finalmente casar com Diana Palmer. E a Princesa Narda com o Mandrake? Por amor Tarzan abandonou os macacos para conquistar Jane. E se não existisse o namoro do Príncipe Valente com Aleta, sua saga não teria um terço da fama. Se Brucutu não namorasse Ulla e não virasse o mundo pré-histórico de cabeça para baixo por ela, suas histórias não teriam a menor graça. O mesmo aconteceu com Fredy Flintstones e Vilma.

Durante década o Dia de Maria Cebola foi uma grande atração da série Ferdinando, de Al Capp. Ferdinando Buscapé morava em Brejo Seco, no interior dos EUA. Quando solteiro, era um dos mais perseguidos no tal dia de Mária Cebola, que em determinada hora, a partir de um sinal de gongo, todas as solteiras da vida tinham o direito de caçar os solteiros e levá-los ao altar à força. Por muitos anos, Violeta namorada de Ferdinando, nesta data protagonizava as mais loucas aventuras onde preparava armadilhas ou livrava seu namorado delas. Quando eles se casaram, o dia de Maria Cebola continuou com uma grande atração na série. E acabou por ser assimilado por universitários em todo o país nos anos 40. E os triângulos amorosos entre Donald, Margarida e Gastão? A gata Krazy Kat, o ratinho Inácio e o cão buldog Xerife? É bom lembrar os velhos namoros de Mickey e Minie, Popeye e Olívia, Zé Carioca com Rosinha e Bolinha com Luluzinha. E aquela paixão platônica de Charles Brown pela garotinha ruiva?.

Nos anos 60 o namoro esquentou com a chegada de Stan Lee e Jack Kirby que criaram o Quarteto Fantástico, implantando o novelão que são as historietas de super-heróis de hoje. Primeiro Benjamin namorava Sue. Ele se transformou no mostro Coisa e ela na Garota Invisível. Ela passou, mais tarde, a namorar o Senhor Fantástico, mas surgiu em sua vida o Príncipe Submarino, que se apaixona por ela, esquecendo Betty, Namora e Dorma, suas namoradas anteriores. O jeito foi o Senhor Fantástico acabar roubando Alicia, a nova namorada do Coisa, única capaz de sentir a angústia do Surfista Prateado, que abandonou seu planeta, para que o vilão Galactus deixasse sua namorada Shalla Ball viva. O casal X-Men, Scott Summers e Jean Grey finalmente oficializou o namoro e entrou na igreja com muitos beijos.

E o que dizer do Homem Aranha. Um tremendo namorador. Primeiro, conquistando Betty, a secretária do jornal Clarin, depois Mary Jane, a linda sobrinha do melhor amigo de sua tia. Mas quando conheceu Gwen Stacy ficou perdido. Por azar do herói, ela morre em seus braços, assassinada pelo vilão Duende Verde. Veio a super heroína a Gata, mas ele ficou mesmo foi com Mary Jane. E para acabar com os boatos da existência de um romance entre Batman e Robim, seus editores deram-lhe uma namorada fatal, Tália, filha do vilão Rã´s Al Ghul, que acabou por lhe dar um filho no álbum “O Filho do Demônio”.

Enquanto os autores de aura politicamente correta envolviam os heróis com o ar ingênuo, os mais liberais divertiram leitores adultos. Barbarella, por exemplo, namorava não só um anjo sem sexo, mas também se envolvia com qualquer macho, mesmo que fosse robô. A bela Drunna frequentemente é vista enlaçada por criaturas em decomposição. Vampirella é sedutora de corpo e alma e os famosos catecismos de Carlos Zéfiro (aquelas revistinhas picantes que circulavam pelas bancas de jornais dos anos 50 e 60) não faziam mais nada além daquilo. Querem mais? Dessa forma, com ou sem censura, no mundo das histórias em quadrinhos, namorar é imprescindível e o beijo é fundamental para o início do relacionamento.

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